O Australian Open 2021 nem começou e já está dando o que falar.

Conhecido como o happy slam, o AO de 2021 teve polêmicas e intrigas antes mesmo de começar. Organização, tenistas, governo australiano, população, todo mundo teve algum atrito durante a preparação do grand slam que abre a temporada do tênis mundial.

Quando as raquetes começam a se mexer, no entanto, nada mais importa além da bolinha amarela. E essa também não faltará.

Para te inteirar não só nas intrigas mas também nas novidades, nos favoritos, nos tenistas brasileiros e nos canais onde assistir ao torneio, confira abaixo nosso guia do Australian Open 2021.

Protocolos do Australian Open 2021

Os protocolos do Australian Open 2021 são bastante rígidos, pode acreditar. A Austrália é um dos países que melhor combateu a pandemia do novo coronavírus.

O vírus já não circula em Melbourne, cidade que sedia o grand slam. Foram menos de 25 mil infectados desde março de 2020 e menos de 1000 mortes.

O foco da organização, em um esforço conjunto com o governo do estado de Victoria, é na prevenção, na contenção do covid-19. O protocolo, assim, está organizado em quatro frentes:

  • Limitação de acompanhantes: no máximo dois acompanhantes por atleta que entra direto na chave de simples e para o Top 10 de duplas. Os demais viajaram sozinhos. A competição ofereceu ainda mais AU$ para quem optasse por ir sozinho à Austrália.
  • Quarentena obrigatória: ao chegar, todos os viajantes ficaram confinados no hotel disponibilizado pela competição.
  • Circulação limitada e controlada: o isolamento, no entanto, não era total. Competidores puderam sair do quarto por no máximo cinco horas, todas no complexo do Melbourne Park, onde acontece a competição. São 2 horas de quadra, revezadas, e 1h30 de academia. O resto é “livre” para a alimentação.
  • Exames: para serem liberados para a cidade, os tenistas tiveram de passar por cinco exames, nos dias 1, 3, 7, 10 e 14 da quarentena. Todos, claro, tiveram de resultar negativos. Em caso de um positivo, seja durante esse período ou depois, são novos 14 dias de isolamento com o direito de uma contraprova.

Os problemas nos protocolos

Nenhum plano está salvo de críticas e tampouco problemas. Isso foi comprovado logo nos primeiros dias das viagens dos tenistas à Austrália. A começar pela detecção de casos positivos em passageiros nos voos onde vieram alguns dos atletas.

Os competidores que estavam no voo tiveram de fazer o isolamento completo, sem o direito das cinco horas estabelecidas para o treinamento. Isso gerou, naturalmente, muitas críticas quanto à equidade de condições para o torneio.

Enquanto isso, seis dos melhores tenistas envolvidos no torneio estavam em condições bastante diferentes de quarentena. Novak Djokovic, Rafael Nadal, Domenic Thiem, Naomi Osaka, Serena Williams e Simona Halep ficaram todos em uma estadia diferenciada em Sidney. E bota diferenciada nisso.

Sem maiores limitações de circulação dentro do complexo, na quadra ou na academia, o lugar dos “tops” é dito ainda ter melhores acomodações e até melhor comida. Apesar de ter feito um barulho menor, o privilégio também recebeu críticas.

Público no Australian Open 2021

Melbourne Park Australian Open

Haverá público no Australian Open 2021. Limitado, é claro, mas bem maior em relação a Roland Garros de 2020 e ao US Open 2020.

A capacidade do Melbourne Park foi reduzida em cerca de 60% no total. O “problema” é que o complexo é que recebe o maior público entre todos os Grand Slams. Em 2020, por exemplo, foram 812 mil pessoas durante os 14 dias.

É bom lembrar que o AO 2020 aconteceu antes do desenvolvimento da pandemia.

Em 2021, são esperados 390 mil espectadores durante os 14 dias. Na primeira semana, serão permitidas 30 mil pessoas por dia. Na segunda, 25 mil por dia.

Novidades do Australian Open 2021

O público reduzido é apenas uma das novidades do Australian Open 2021. A maioria delas, infelizmente, tem mais a ver com ausências. Além de Roger Federer, John Isner e Andy Murray, o torneio não terá a presença de um de seus maiores ícones, Rod Laver.

O ídolo australiano é certamente um dos melhores tenistas de todos os tempos. É simplesmente o único tenista a ter vencido os quatro Grand Slams numa única temporada em duas ocasiões diferentes!!

Em sua homenagem, a quadra principal do torneio também chama-se Rod Laver. E todo ano o homenageado vai à sua quadra homônima para prestigiar o torneio. Menos em 2021.

Com 82 anos de idade, a lenda do tênis se protegerá em casa. Ao menos terá um assento virtual na primeira fileira da arena.

Premiação do Australian Open 2021

Outra das novidades que não é lá muito boa é a premiação. Quer dizer, não é boa para os favoritos. A organização diminuiu a premiação para campeão e vice, mas aumentou para todas as demais etapas do major.

Confira a premiação do Australian Open 2021 (simples):

  • Campeão 2021: AU$ 2,75 milhões  (-33%)
  • Vice 2021: AU$ 1,5 milhão (-27%)
  • Semis 2021: AU$ 850 mil  (-18%)
  • Quartas 2021: AU$ 525 mil  (0%)
  • Oitavas 2021: AU$ 320 mil (+7%)
  • 3ª Rodada 2021: AU$ 215 mil  (+19%)
  • 2ª rodada 2021: AU$ 150 mil  (+17%)
  • 1ª Rodada 2021: AU$ 100 mil  (+11%)

Duplas:

  • Campeões 2021: AU$ 600 mil (-21%)
  • Vices 2021: AU$ 340 mil (-11%)
  • Semis 2021: AU$ 200 mil (0%)
  • Quartas 2021: AU$ 110 mil (0%)
  • Oitavas 2021: AU$ 65 mil (+5%)
  • 2ª rodada 2021: AU$ 45 mil (+18%)
  • 1ª rodada 2021: AU$ 30 mil (+20%)

Favoritos no Australian Open 2021

A questão das bolhas diferentes do Australian Open 2021 criou uma situação, digamos, diferente. Com melhores condições de estadia e preparo, seis atletas foram colocados como favoritos ao título do Grand Slam.

O inusitado reside no fato de que, mesmo sem essa distinção de acomodação, eles já carregariam o posto.

Djokovic e Thiem: um dos dois na final

Novak Djokovic maior vencedor de torneios Masters 1000

No simples masculino, os dois grande favoritos do Australian Open 2021 são os finalistas de 2020. Novak Djokovic, campeão da última edição, e Domnic Thiem, o vice, têm tudo para decidir o finalista deste ano. Estão até devidamente chaveados para tal.

Seu favoritismo, no entanto, não está somente ligado ao seu desempenho pré pandemia (!!), mas sim aos seu feitos depois dela.

Djoko se manteve na primeira colocação do ranking mundial e, até a final de Roland Garros de 2020 , não havia sido derrotado em quadra na temporada. A motivação do servo é clara: ir em busca de seu 18º major da carreira e chegar mais próximo do recorde de Federer e Nadal.

Thiem, por sua vez, conseguiu enfim vencer seu primeiro Grand Slam da carreira no US Open 2020 e passou a jogar de maneira muito mais confiante desde então. Fora que ambos devem ser favorecidos pelo estado físico de Rafael Nadal.

O físico de Nadal

Rafael Nadal, maior campeão de Roland Garros

Sem jogar desde novembro de 2020, Rafael Nadal está inserido entre os favoritos por ser quem é. Mas não parece ter o físico para sustentar tal posição.

Além a falta de ritmo, o espanhol ficou de fora das disputas recentes da ATP Cup pela Espanha, dando sinais de não estar 100% para a competição. O bi é possível, como sempre é para Nadal, mas um pouco mais difícil do que o costume.

Osaka, Serena e Halep

Naomi Osaka e Serena Williams

No torneio feminino, o mesmo caso do masculino. Naomi Osaka, Serena Williams e Simona Halep foram privilegiadas pela organização do torneio. Mas são favoritas independentemente disso.

Osaka, por exemplo, segue em ascendência na carreira. O US Open 2020 foi o terceiro Grand Slam em três anos — conquistou o Australian Open 2019 e US Open 2018 — e a combinação da juventude com a experiência conquistada nesses dois anos deve ser decisiva no caminho até a final.

Halep vive uma sitação semelhante, campeã de dois Grand Slams nos últimos três anos. Depois de Roland Garros 2018 e Wimbledon 2019, a número do ranking da WTA mira seu primeiro título do AO.

Serena Williams parece seguir um caminho inverso, lentamente perdendo um pouco de seu desempenho por conta da idade. Mas motivação certamente não falta. Se vencer em Melbourne, a tenista se tornará a primeira a conquistar pelo menos um major em quatro décadas diferentes.

Ashley Barty em casa

Australian Open 2021: protocolos, favoritos e onde assistir

Ainda que as três competidoras acima sejam verdadeiras estrelas do tênis, ninguém em todo o Australian Open terá mais torcida que Ashleigh Barty. A jovem australiana de apenas 24 anos cresceu demais na carreira em 2019 e em 2020 só foi parada pela pandemia.

Em 2021, porém, terá o apoio massivo do público a confiança de ser a número 1 do ranking mundial — além da motivação de buscar seu primeiro AO, o segundo grand slam da carreira.

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Tenistas brasileiros no Australian Open 2021

Thiago Monteiro, jogador de tênis

Entre os tenistas brasileiros no Australian Open 2021, apenas um disputará a chave de simples: Thiago Monteiro. O cearense número 83 do mundo briga para fazer o seu melhor desempenhos em grand slams na carreira, as oitavas de final.

A seu favor, a evolução recente que mostrou em Roland Garros, chegando à terceira rodada e batendo seu recorde pessoal. Título, no entanto, é um sonho distante. Pelo menos na simples.

Chances de título nas duplas

marcelo melo nos jogos olímpicos

As grandes chances de títulos dos tenistas brasileiros no Australian Open 2021 estão em três duplas: a formada por Bruno Soares e Jamie Murray, por Marcelo Melo e Horia Tecau e Luísa Stefani e Hayley Carter.

As duas primeiras equipes carregam um favoritismo de fato. Soares e Melo somam, em suas respectivas carreiras, pelo menos um título de cada um dos quatro grand slams.

Bruno levou o Australian Open em 2016 e o US Open em duas oportunidades (2016 e 2020), enquanto Marcelo faturou Roland Garros 2015 e Wimbledon 2017. As chaves ainda não foram confirmadas, mas não se assuste de ver os antigos parceiros se enfrentando na final.

Luísa, por sua vez, pode não contar com tamanha experiência no circuito, mas vive um bom momento e um viés de subida na carreira. É só olhar para o seu histórico no ranking da WTA, subindo da 200ª posição em 2017 para a 30ª em 2021.

Foto de Luísa Stefani no torneio de Strasburgo em 2020
(Divulgação/Internazionali di italia)

Ingressos para Australian Open 2021

Os ingressos para o Australian Open 2021 só podem ser comprados no site oficial do torneio, que você pode acessar aqui. Os preços variam por dias e etapa da competição. O mais barato sai por AU$ 60 (R$ 240) e o mais caro, na final, por AU$ 990 (R$4100).

Se, no entanto, você não estiver neste momento na Austrália ou na Nova Zelândia, temos uma notícia ruim. Como o governo exige uma quarentena de 14 dias para toda e qualquer pessoa que chega ao país, não seria possível sair da quarentena a tempo sequer da final.

Para quem quiser tentar a sorte, você deve fazer um cadastro no site do campeonato para conseguir viabilizar sua viagem

Onde assistir ao Australian Open?

Você pode assistir ao Australian Open nos canais ESPN. A emissora da Disney tem os direitos de transmissão do Grand Slam desde 2016, inclusive para a internet. O ESPN App, por exemplo, disponibiliza todas as quadras simultaneamente — tudo para assinantes, é claro.

O AO é tradicional aqui no Brasil por conta de seus jogos tarde da noite. As rodadas começam as 22h, no horário de Brasília. A rodada “noturna” começa as 6h. O torneio entre os dias 8 e 22 de fevereiro.

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*Última atualização em 5 de fevereiro de 2020