Se alguém por acaso te perguntar sobre o vencedor de algum Grand Slam da última década, responda entre Federer, Nadal e Djokovic. Suas chances de acertar serão altíssimas.

Já são 12 anos que trio exerce um domínio absoluto no circuito masculino de tênis — 15, se considerarmos o primeiro título de Nadal e 17, se formos contar o primeiro caneco de Federer — e desde 2017 que se reveza nas conquistas dos Majors.

Eles concentram nada menos que 57 títulos dos últimos 66 Grand Slams disputados e entre 210 desde o início da Era Aberta do tênis, que começou em 1968. É mais do que um quarto dos principais títulos de um período de 52 anos repartido entre três tenistas.

Os números de Masters 1000 e ATP assustam ainda mais. Somados, são mais de 200 torneios conquistados, 99 dos Masters e 111 da Associação até 2020.

Mais do que vitórias e estatísticas, Federer, Nadal e Djokovic definiram o que foi o tênis masculino nas duas últimas décadas e montaram um sarrafo altíssimo para as futuras gerações.

A competição e a rivalidade entre eles foi e tem sido uma das grandes histórias dos esporte, uma longa batalha territorial, mental, física e técnica cujos verdadeiros vencedores são aqueles com o privilégio dela serem testemunhas.

A rivalidade entre Federer, Nadal e Djokovic

Ao falar da rivalidade entre Federer, Nadal e Djokovic, é necessário, antes de tudo, exaltar o nível de jogo que ele atingiram.

Suas jogadas ajudaram a consolidar — não criar ou inovar, no entanto — a combinação entre a secular técnica do tênis e o atleticismo proveniente de métodos mais modernos de preparação física.

Mas talvez seja o jogo mental e psicológico entre os três que os tenha feito alcançar o topo do tênis e, principalmente, se manter lá por tanto tempo.

O fenômeno Federer

A história começa, como não poderia deixar de ser, com Roger Federer, em 2003.

Antes um jovem tenista de grande potencial mas com um temperamento pra lá de exagerado, o suíço conseguiu, aos 21 anos, encontrar o seu foco dentro das quadras e transformar a sua proficiência na sua mentalidade vencedora, que resultou na conquista de Wimbledon.

Com um vasto repertório de jogadas eficientes e de gestos técnicos limpos, Federer foi empilhando títulos no começo do século XXI. Antes do fim da década, chegou a conquistar mais cinco títulos consecutivos de Wimbledon e outros cinco do US Open, além de três Australian Open no mesmo período.

São 20 Majors conquistados até 2020, um recorde dividido com Rafael Nadal e acompanhado das 310 semanas como número um do ranking da ATP, o maior tempo já somado por um tenista do circuito.

A fúria e a entrega de Nadal

Bem quando Roger Federer começava o seu domínio, tendo faturado três dos quatro Grand Slams de 2004, apareceu um jovem espanhol que parecia ser a sua “kriptonita”.

Usando e abusando da sua energia no fundo da quadra — e da esquerda deficitária de Federer —, Rafael Nadal levou o Roland Garros de 2005. Foi o início uma das carreiras mais vitoriosas do tênis e de uma das rivalidades mais espetaculares do esporte.

Foi aos 19 anos que Nadal conquistou o Major francês — o primeiro de 12, a competição “favorita” do atleta. Foram oito vitórias em nove anos, que só não foram consecutivas justamente por uma vitória de Federer, em 2009.

Em 2010, outra “interrupção” do suíço, que venceu o Australian Open, o que impediu que o eterno adversário ficasse com os quatro principais títulos do ano.

O espanhol conquistou 20 Grand Slams em 16 anos e somou 209 semanas no topo do ranking da ATP.

Djokovic, o intruso

Quando só se falava de Federer x Nadal (“Fedal”, para os mais íntimos), surgiu Novak Djokovic.

Aos 20 anos, o sérvio venceu o Australian Open de 2008 mostrando um pouco da classe de Federer e da competitividade de Nadal. Todo circuito abriu os olhos.

O estouro, no entanto, só aconteceu em 2011, quando Djoko só não conquistou o Roland Garros (advinha quem ganhou?) entre os principais torneios do ano e terminou a temporada em primeiro do ranking da ATP.

Nos anos seguintes, o tenista grudou nos Grand Slams e não largou mais, vencendo pelo menos um por ano e repetindo o feito de 2011 em 2015.

Novak Djokovic sagrou-se campeão do Australian Open 2020, o último grande torneio antes da paralisação do circuito por conta da pandemia do novo coronavírus.

São 17 Majors conquistados pelo sérvio, que soma 287 semanas como número 1 da ATP.

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Os confrontos entre Federer, Nadal e Djokovic

Se a maioria dessas conquistas de Federer, Nadal e Djokovic foram “roubadas” entre si, os três, na mesma medida, foram responsáveis por outros tanto títulos, ao elevarem a disputa e obrigarem uma resposta de seus principais oponentes.

Federer, por exemplo, acertou a sua backhand e evoluiu fisicamente depois dos confrontos contra o Nadal, ao ponto de desempenhar em alto nível quase aos quarenta anos.

Também, por conta da disputa com Djokovic, o suíço foi capaz de reencontrar seu foco e voltar ao topo do ATP depois de cinco anos.

Nadal, por sua vez, tornou seu jogo muito mais técnico com as recorrentes “lições” de Federer e readequou seu corpo e sua preparação psicológica para seguir disputando o topo com Djokovic.

Já o sérvio, que teve de trabalhar muito em sua carreira para se intrometer na rivalidade “Fedal”, se viu um atleta muito mais centrado após os primeiros Majors faturados. Ele também construiu uma grande versatilidade para destronar Federer na grama e se consolidar no piso rápido.

Rafael Nadal e Roger Federer maiores rivalidades do tênis
Rivalidade entre Rafael Nadal e Roger Federer é considerada a maior da história do tênis masculino

O “head to head” de Federer, Nadal e Djokovic

Os confrontos diretos são um capítulo à parte da rivalidade entre Federer, Nadal e Djokovic. Nele, o sérvio é o personagem principal.

Djoko domina os chamados Head-to-head  e leva vantagem nos confrontos diretos tanto contra o suíço quanto contra o espanhol, ainda que este último por uma diferença pequena.

Já o “vencedor” da rivalidade Fedal é Rafael Nadal, com uma vantagem sólida para cima de Federer que, já nos momentos finais da carreira, dificilmente ultrapassará seus dois maiores adversários.

A rivalidade Nadal e Djokovic deve se acirrar com o tempo e no provável cenário da aposentadoria de Federer. O sérvio sai na frente não só pela ligeira vantagem no head-to-head como pela “fortaleza mental” que aparenta demonstrar nos momentos decisivos.

Afinal, Djoko é também, entre os três, quem mais venceu oponentes do Top 5 da ATP, seguido por Nadal e Federer. A mesma sequência vale para os duelos contra tenistas do Top 10.

Independentemente dos números, estatísticas e títulos, o trio já faz parte da história do tênis e de todo o esporte mundial, exercendo um domínio e fazendo uma rivalidade que talvez só sejam melhor compreendidos mais para frente.

Novak Djokovic e Rafael Nadal
Novak Djokovic e Rafael Nadal têm um histórico equilibrado de confrontos

Títulos de Federer, Nadal e Djokovic

Títulos de Federer

  • Grand Slams: 20
  • Masters 1000: 28
  • Títulos na carreira em simples: 103
  • Títulos na carreira em duplas: 8

Títulos de Nadal

  • Grand Slams: 20
  • Masters 1000: 35
  • Títulos na carreira em simples: 86
  • Títulos na carreira em duplas: 11

Títulos de Djokovic

  • Grand Slams: 17
  • Masters 1000: 36
  • Títulos na carreira em simples: 81
  • Títulos na carreira em duplas: 1

Grand Slams de Federer, Nadal e Djokovic

Grand Slams de Federer

  • Títulos de Grand Slam em simples: 20
    • Australian Open: 6 (2004, 2006, 2007, 2010, 2017, 2018)
    • Roland Garros: 1 (2009)
    • Wimbledon: 8 (2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009, 2012, 2017)
    • US Open: 5 (2004, 2005, 2006, 2007, 2008)

Grand Slams de Nadal

  • Títulos de Grand Slam em simples: 20
    • Australian Open: 1 (2009)
    • Roland Garros: 12 (2005, 2006, 2007, 2008, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2017, 2018, 2019 e 2020)
    • Wimbledon: 2 (2008 e 2010)
    • US Open: 4 (2010, 2013, 2017 e 2019)

Grand Slams de Djokovic

  • Títulos de Grand Slam em simples: 17
    • Australian Open: 8 (2008, 2011, 2012, 2013, 2015, 2016, 2019 e 2020)
    • Roland Garros: 1 (2016)
    • Wimbledon: 5 (2011, 2014, 2015, 2018 e 2019)
    • US Open: 3 (2011, 2015 e 2018)

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