Você sabia que a vela está entre os esportes que mais conquistaram medalhas para o Brasil nas Olimpíadas?

Até os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, os atletas brasileiros já haviam subido ao pódio 18 vezes. Além disso, Robert Scheidt e Torben Grael são os maiores medalhistas olímpicos do país, considerando todas as modalidades.

Apesar de ser um esporte que trouxe tantas conquistas para o Brasil, a vela ainda é pouco conhecida pelos brasileiros. Você sabe quais são suas regras?

Continue com a gente para entender como são organizadas as competições de vela, descobrir a história do esporte e conhecer todos os medalhistas brasileiros nas Olimpíadas.

Também preparamos um glossário com os principais termos e expressões, para que você possa acompanhar as regatas sem ficar perdido com o que os narradores e comentaristas estão dizendo!

História da Vela

Tudo sobre Vela: história, regras e medalhas do Brasil
Competição de vela na Olimpíada de Londres 2012 – (IconSport)

Embora as embarcações sejam usadas há milênios, sua utilização em competições esportivas começou apenas no século XVII.

Naquela época, os holandeses utilizavam um barco chamado “jaghtstchip”, que servia tanto para pequenas viagens quanto para treinar jovens marinheiros.

Curiosamente, o exílio do rei Carlos II da Inglaterra desempenhou um papel na popularização da vela como esporte. Durante seu exílio na Holanda, Carlos II se familiarizou com o jaghtstchip e, ao retornar à Inglaterra, usou-o como inspiração para criar novos tipos de barcos e promover o desenvolvimento do iatismo inglês.

Sob influência inglesa, a Irlanda fundou o primeiro clube de vela, o Royal Yacht Club, em 1720. A partir de 1759, começaram a ser realizadas grandes regatas, como a corrida entre Greenwich e Nore.

A primeira regata internacional ocorreu em 1851, perto da Ilha de Wight, no sul da Inglaterra, e foi chamada de Hundred Guineas Cup.

Em 1844, foi fundado o New York Yacht Club, que desempenhou um papel importante no desenvolvimento da vela nos Estados Unidos.

A Federação Internacional de Vela (ISAF), que atualmente regula o esporte globalmente, foi criada em 1907 sob o nome de União Internacional de Corridas de Iates (IYUR).

História da Vela no Brasil

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Velejadores competindo na Olimpíada do Rio 2016 – (IconSport)

No Brasil, a vela chegou no final do século XIX, trazida por descendentes de europeus. Em 1906, foi fundado o Iate Clube Brasileiro, o primeiro clube dedicado ao esporte, localizado no Rio de Janeiro.

A primeira competição de vela no país ocorreu em 1935 e recebeu o nome de Troféu Marcílio Dias. Seis anos depois, foi criada a Federação Brasileira de Vela e Motor (CBVM).

A CBVM gerenciou o esporte no Brasil até 2007, quando, devido a problemas financeiros, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) assumiu a organização das competições de vela no país.

Em 2013, foi estabelecida a Confederação Brasileira de Vela (CBVela), que passou a ser a responsável pela administração da modalidade em nível nacional.

História da Vela em Olimpíadas

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Imagem da competição de Skiff 49er feminino na Olimpíada de Paris 2024 – (IconSport)

A primeira competição de vela nas Olimpíadas ocorreu nos Jogos de Paris, em 1900.

Embora a vela estivesse prevista para a primeira edição das Olimpíadas, em Atenas, em 1896, condições meteorológicas adversas impediram a realização das provas, e a modalidade só estreou na edição seguinte, na capital francesa.

Desde a sua estreia olímpica, várias categorias de vela entraram e saíram da programação dos Jogos.

O esporte é um dos maiores geradores de medalhas para o Brasil na história das Olimpíadas. Até hoje, os atletas brasileiros conquistaram 18 medalhas na vela, com 7 de ouro, 3 de prata e 8 de bronze.

Robert Scheidt e Torben Grael são os atletas brasileiros com mais medalhas olímpicas, cada um com 5 pódios.

Medalhas do Brasil na vela em Olimpíadas

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Torben Gael e Robert Scheidt, dois dos maiores medalhistas olímpicos brasileiros – (Reprodução/ COB)

Medalhas de Ouro (7)

  • Moscou 1980 – Alexandre Welter e Lars Björkström, na classe Tornado
  • Moscou 1980 – Marcos Soares e Eduardo Penido – classe 470
  • Atlanta 1996 – Robert Scheidt, na classe Laser
  • Atlanta 1996 – Torben Grael e Marcelo Ferreira, na classe Star
  • Atenas 2004 – Torben Grael e Marcelo Ferreira, na classe Star
  • Atenas 2004 – Robert Scheidt, na classe Laser
  • Rio 2016 – Martine Grael e Kahena Kunze, na classe 49er FX
  • Tóquio 2020 – Martine Grael e Kahena Kunze, na classe 49er FX

Medalhas de Prata (3)

  • Los Angeles 1984 – Torben Grael, Daniel Adler e Ronaldo Senfft, na classe Sorling
  • Sydney 2000 – Robert Scheidt, na classe Laser
  • Pequim 2008 – Robert Scheidt e Bruno Prada, na classe Star

Medalhas de Bronze (8)

  • México 1968 – Reinaldo Conrad e Burkhard Cordes, na classe Flying Dutchman
  • Montreal 1976 – Reinaldo Conrad e Peter Ficker, na classe Flying Dutchman
  • Seul 1988 – Lars Grael e Clinio Freitas, na classe Tornado
  • Seul 1988 – Torben Grael e Nelson Falcão, na classe Star
  • Atlanta 1996 – Lars Grael e Kiko Pelicano, na classe Tornado
  • Sydney 2000 – Torben Grael e Marcelo Ferreira, na classe Star
  • Pequim 2008 – Fernanda Oliveira e Isabel Swan, na classe 470
  • Londres 2012 – Robert Scheidt e Bruno Prada, na classe Star

Regras da Vela nas Olimpíadas

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Robert Scheidt competindo na Olimpíada de Tóquio, em 2021, na categoria “laser” – (IconSport)

Nas Olimpíadas, a vela conta com várias classes, como Finn, 470, 49er, Yngling, Tornado, RS:X e Laser. A classe Star, que garantiu seis medalhas para o Brasil, não é disputada desde os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016.

Em cada classe, entre 10 e 12 regatas são realizadas durante a competição, e os atletas podem descartar seu pior resultado. Além disso, há uma medal race, onde os pontos são dobrados para os atletas.

Quanto melhor a posição na regata, menos pontos um atleta ou equipe acumula. O vencedor será aquele que, ao final de todas as regatas, tiver o menor número de pontos.

O percurso das regatas é definido pela organização, que utiliza dois barcos para criar uma linha imaginária que marca o ponto de largada e o de chegada. Regatas podem ser adiadas ou até mesmo canceladas devido à falta de vento.

Todas as embarcações numa mesma classe deve ter dimensões idênticas, garantindo que o talento dos velejadores seja o único fator decisivo para a vitória.

Regras para a ultrapassagem na Vela

Nas competições de vela, há regras específicas para a ultrapassagem com base na posição das embarcações em relação à direção do vento.

Quando os barcos recebem vento de lados diferentes, o que está à esquerda deve ceder passagem ao que está à direita. Se os barcos estiverem recebendo vento do mesmo lado e estiverem lado a lado, aquele que recebe o vento primeiro deve liberar passagem para o que chega depois.

Se as embarcações estiverem recebendo vento do mesmo lado, mas não estiverem lado a lado, o barco que estiver mais atrás deve ceder passagem ao que está mais adiante.

Glossário da Vela: principais termos e expressões

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Barcos da categoria 49er feminino na Olimpíada de Paris 2024 – (IconSport)
  • Amura: lateral do barco que recebe o vento;
  • Barlavento: posição onde o vento chega primeiro;
  • Biruta: aparelho para analisar a direção do vento;
  • Bombordo: lado esquerdo da embarcação quando se olha em direção à proa;
  • Compromisso: quando dois barcos estão lado a lado, disputando posições;
  • Estibordo: lado direito da embarcação quando se olha em direção à proa;
  • Popa: parte de trás da embarcação;
  • Proa: parte dianteira da embarcação;
  • Safo de papo: barco que está atrás em uma disputa de posições;
  • Safo de proa: barco que está à frente em uma disputa de posições;
  • Sotavento: posição onde o vento chega depois.

Agora que você já está familiarizado com os principais termos das transmissões de vela, conhece as regras e a história do esporte, está pronto para se preparar e torcer por mais medalhas para o Brasil.

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