Você sabia que a vela é um dos esportes que mais renderam medalhas ao Brasil em Olimpíadas?

Até a edição dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, foram 18 pódios para atletas brasileiros. Além disso, os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael são os maiores medalhistas olímpicos entre todos os esportes no Brasil.

Mas, ainda que seja um esporte que traga tantas medalhas para o país, a vela é pouca conhecida pelos brasileiros. Você sabe quais são as regras?

Fique com a gente para conhecer como funcionam as competições de vela, a história do esporte e conferir todos os medalhistas do Brasil em Olimpíadas. 

Trouxemos também um glossário, com os principais termos e expressões, para você acompanhar as regatas sem ter dúvidas sobre o que narradores e comentaristas falam!

História da Vela

História da Vela
História da vela como modalidade esportiva começou no século 17

Ainda que as embarcações sejam usada há milênios, o uso delas em competições esportivas começou somente no século 17. 

Naquela época, os holandeses usavam um barco chamado “jaghtstchip”, que, além de ser adotado em pequenas viagens, era usado para exercitar jovens marinheiros.

Curiosamente, o exílio do rei Carlos II, da Inglaterra, influenciou na propagação da vela como esporte. Ele estava exilado na Holanda e, ao retornar ao seu país de origem, utilizou o jaghtstchip como referência para elaborar outros tipos de barcos e incentivar o início do iatismo inglês.

Sob a influência inglesa, a Irlanda foi o primeiro país a ter um clube de vela, o Royal Yatch Club, fundado em 1720. A partir de 1759, passaram a ser realizadas grandes regatas, como a prova entre Greenwich a Nore. 

A primeira regata internacional foi disputada em 1851, próximo à Ilha de Wight, ao Sul da Inglaterra, e recebeu o nome de Hundred Guineas Cup.

Em 1844, houve a fundação do New York Yatch Club, que ajudou a impulsionar o desenvolvimento da vela nos Estados Unidos. 

A Federação Internacional de Vela (ISAF), que hoje administra o esporte em nível mundial, foi fundada em 1907, como União Internacional de Corridas de Iates (IYUR). 

História da Vela no Brasil

iatismo brasileiro
Praticada no país desde o fim do século 19, vela se tornou um dos esportes com mais premiações para o Brasil

No Brasil, a chegada da vela ocorreu no fim do século 19, com descendentes de europeus. Em 1906, foi fundado o Iate Clube Brasileiro, primeiro clube dedicado ao esporte, no Rio de Janeiro. 

A primeira prova de vela no país aconteceu em 1935 e foi nomeada Troféu Marcílio Dias. Seis anos depois, foi fundada a Federação Brasileira de Vela e Motor (CBVM).

A entidade controlou o esporte no Brasil até 2007, quando, devido ao acúmulo de dívidas, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) fez uma intervenção e assumiu a organização das competições de vela no país. 

Em 2013, foi criada a Confederação Brasileira de Vela (CBVela), nova administradora da modalidade em nível nacional.

História da Vela em Olimpíadas

História da vela nas Olimpíadas
Bicampeão ao lado de Marcelo Ferreira, Torben Grael é um dos maiores medalhistas olímpicos do Brasil

Na história das Olimpíadas, a primeira realização de uma competição de vela aconteceu nos Jogos de Paris, em 1900. 

A modalidade deveria ter sido um dos esportes disputados na primeira edição das Olimpíadas, em 1896, em Atenas, mas condições meteorológicas desfavoráveis impediram a realização das provas. Assim, a vela só pôde estrear na edição seguinte, na capital francesa.

Desde a primeira disputa da vela nas Olimpíadas, diversas categorias da vela saíram e entraram na programação olímpica.

O esporte é um dos que mais renderam medalhas ao Brasil na história dos Jogos Olímpicos. Ao todo, foram 18 premiações para atletas brasileiros da vela, com 7 ouros, 3 pratas e 8 bronzes.

Na história dos Jogos Olímpicos, Robert Scheidt e Torben Grael são os atletas do Brasil que mais conquistaram medalhas, com 5 pódios para cada.

Medalhas do Brasil na vela em Olimpíadas

iatismo londres 2012
Robert Scheidt (e) conquistou cinco medalhas em Olimpíadas e Marcelo Ferreira (d), três

Medalhas de Ouro (7)

  • Moscou 1980 – Alexandre Welter e Lars Björkström, na classe Tornado
  • Moscou 1980 – Marcos Soares e Eduardo Penido – classe 470
  • Atlanta 1996 – Robert Scheidt, na classe Laser
  • Atlanta 1996 – Torben Grael e Marcelo Ferreira, na classe Star
  • Atenas 2004 – Torben Grael e Marcelo Ferreira, na classe Star
  • Atenas 2004 – Robert Scheidt, na classe Laser
  • Rio 2016 – Martine Grael e Kahena Kunze, na classe 49er FX

Medalhas de Prata (3)

  • Los Angeles 1984 – Torben Grael, Daniel Adler e Ronaldo Senfft, na classe Sorling
  • Sydney 2000 – Robert Scheidt, na classe Laser
  • Pequim 2008 – Robert Scheidt e Bruno Prada, na classe Star

Medalhas de Bronze (8)

  • México 1968 – Reinaldo Conrad e Burkhard Cordes, na classe Flying Dutchman
  • Montreal 1976 – Reinaldo Conrad e Peter Ficker, na classe Flying Dutchman
  • Seul 1988 – Lars Grael e Clinio Freitas, na classe Tornado
  • Seul 1988 – Torben Grael e Nelson Falcão, na classe Star
  • Atlanta 1996 – Lars Grael e Kiko Pelicano, na classe Tornado
  • Sydney 2000 – Torben Grael e Marcelo Ferreira, na classe Star
  • Pequim 2008 – Fernanda Oliveira e Isabel Swan, na classe 470
  • Londres 2012 – Robert Scheidt e Bruno Prada, na classe Star

Regras da Vela nas Olimpíadas

Regras da Vela em Olimpíadas
Vencedores das competições de vela são os atletas que somam menos pontos

Nas Olimpíadas, há diversas classes na vela, como Finn, 470, 49er, Yngling, Tornado, Rs:X e Laser. A classe Star, que rendeu seis medalhas para o Brasil, não é disputada desde a edição do Rio de Janeiro, em 2016.

Em cada classe, são realizadas entre 10 e 12 regatas ao longo da competição, sendo que os atletas podem descartar o pior resultado. É disputada ainda uma medal race, que oferece pontuação dobrada aos atletas.

Quanto melhor colocado na regata, menos pontos um atleta ou uma equipe somam. O vencedor será o velejador que, ao fim de todas as regatas, tiver acumulado menos pontos.

O percurso das regatas é definido pela organização, que forma uma linha imaginária com dois barcos para definir o ponto de largada e o de chegada. As regatas podem ser adiadas e até mesmo canceladas pela falta de vento.

Todas as embarcações de uma mesma classe devem ter dimensões idênticas, para que apenas o talento dos velejadores determine quem será o vencedor.

Regras para a ultrapassagem na Vela

Há regras para ultrapassagem nas competições de vela de acordo com o posicionamento das embarcações em relação à direção do vento. 

Se os barcos estiverem recebendo vento por lados diferentes, o que está à esquerda deve dar passagem ao que está à direita. Já se os barcos estiverem recebendo vento do mesmo lado, um ao lado do outro, o que recebe o vento primeiro deve liberar passagem para o que recebe depois.

Se as embarcações estiverem recebendo vento do mesmo lado, mas sem estar lado a lado, o que está mais atrás deve dar passagem ao que está mais à frente.

Glossário da Vela: principais termos e expressões

Glossário da Vela
Conhecer principais termos e expressões é fundamental para entender as disputas na vela
  • Amura: lateral do barco que recebe o vento;
  • Barlavento: posição onde o vento chega primeiro;
  • Biruta: aparelho para analisar a direção do vento;
  • Bombordo: lado esquerdo da embarcação quando se olha em direção à proa;
  • Compromisso: quando dois barcos estão lado a lado, disputando posições;
  • Estibordo: lado direito da embarcação quando se olha em direção à proa;
  • Popa: parte de trás da embarcação;
  • Proa: parte dianteira da embarcação;
  • Safo de papo: barco que está atrás em uma disputa de posições;
  • Safo de proa: barco que está à frente em uma disputa de posições;
  • Sotavento: posição onde o vento chega depois.

Agora que você já conhece os principais termos usados nas transmissões de competições de vela, sabe quais são as regras e conhece a história, já pode se preparar para torcer para mais medalhas do Brasil. 

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*Última atualização em 17 de março de 2020