A geração de ouro do vôlei feminino brasileiro é composta por ídolos e talentos extraordinários que deixaram sua marca na história do esporte. Thaisa, que se destaca em todas essas categorias, continua a brilhar na Seleção Brasileira de vôlei, participando da Olimpíada de Paris 2024.

Bicampeã olímpica e heptacampeã da Superliga, a meio de rede é não apenas uma das melhores, mas também uma das atletas mais bem-sucedidas do vôlei brasileiro.

Com uma carreira repleta de conquistas, Thaisa possui uma trajetória rica em histórias e títulos. A seguir, apresentamos uma visão geral de suas conquistas, sua trajetória na Seleção Brasileira e algumas curiosidades sobre essa jogadora excepcional.

Quem é Thaisa do Vôlei?

Imagem de Thaisa durante aquecimento na Superliga
(Gaspar Nóbrega/Inovafoto)

Thaisa Daher de Menezes, nascida no Rio de Janeiro em 15 de maio de 1987, é uma renomada jogadora de vôlei que atua como meio de rede no Minas Tênis Clube desde 2019.

Conhecida por seu excelente bloqueio, ataque eficiente e saque poderoso, Thaisa é uma das melhores na sua posição mundialmente. Sua carreira é destacada por sete títulos da Superliga, duas medalhas de ouro olímpicas em 2008 e 2012, além de diversos prêmios individuais.

Quando Thaisa começou no vôlei?

Thaisa começou no vôlei bastante cedo. Em 2001, aos 14 anos, já atuava pelo Tijuca Tênis Clube. No ano seguinte, se transferiu ao Minas Tênis Clube, curiosamente o seu time atual, ao qual voltou depois de mais de 15 anos desde a última passagem.

A jogadora estreou na Seleção Brasileira principal aos 19 anos, em 2006. Ela fez parte do elenco que conquistou a Copa Pan-Americana e, posteriormente, foi vice-campeã no Mundial e nos Jogos Pan-Americanos, ambos em 2007. Desde então, foi titular absoluta da seleção por quase uma década.

Qual foi a primeira equipe da Thaisa?

A primeira equipe de Thaisa foi o Tijuca Tênis Clube, do Rio de Janeiro, sua cidade natal. Começou no clube aos 14 anos, em 2001, e com 15 se transferiu para o Minas Tênis Clube.

Como Thaisa começou no Vôlei

Imagem de Thaisa com Fofão no Osasco
(Divulgação/Osasco)

Thaisa Daher de Menezes começou no vôlei em busca de um sentimento de acolhimento e, ao se adaptar ao seu corpo alto, destacou-se rapidamente. Aos 14 anos, já era a meio de rede do Tijuca Tênis Clube e, aos 15, transferiu-se para o Minas Tênis Clube.

Aos 18 anos, já era campeã da Superliga com o Rexona-Ades sob a liderança de Bernardinho. Com o treinador, conquistou o título da Superliga três vezes antes de se transferir para o Osasco.

Em Osasco, recém-campeã olímpica, Thaisa venceu o Campeonato Paulista no primeiro ano e liderou a Superliga em bloqueios na segunda temporada, conquistando o título sobre o Rio de Janeiro.

Ela jogou no clube paulista por oito anos, onde foi bicampeã da Superliga, tetracampeã estadual e campeã do Mundial FIVB de Clubes. Foi reconhecida como a melhor bloqueadora do país em 2008 e 2014, e a melhor atacante do mundo em 2010.

Após esse sucesso e um litígio contratual com Osasco, Thaisa decidiu buscar uma carreira internacional, assinando com o Eczacıbaşı, da Turquia, para a temporada 2016/2017.

A história da lesão de Thaisa

Tudo sobre Thaisa do Vôlei: história, equipes, títulos e curiosidades
(Adriano Vizoni/Folhapress)

A experiência de Thaisa no exterior foi marcada por desafios. Após um início promissor na Europa, com a conquista do Mundial de Clubes e o título de MVP do torneio, ela enfrentou uma grave lesão no tornozelo durante uma partida da Liga dos Campeões.

Além dos problemas recorrentes no joelho direito, Thaisa teve que lidar com essas lesões simultaneamente, o que a afastou das quadras por quase um ano em 2017, aos 30 anos.

Embora muitos acreditassem que seu retorno ao esporte seria impossível e alguns médicos confirmassem esse receio, Thaisa se recusou a aceitar essa perspectiva e lutou para voltar a jogar.

Apoiada por Zé Roberto Guimarães, que a convidou para retornar ao Brasil e se recuperar com o time do Barueri, Thaisa conseguiu superar os desafios. No final da temporada 2018/2019, apenas 10 meses após a lesão, ela fez sua estreia de volta à Superliga.

O milésimo bloqueio de Thaisa e o MVP “extraoficial” de 2020

Thaisa viveu dois grandes momentos após sua lesão, que destacam sua notável capacidade de superação.

O primeiro ocorreu pouco após seu retorno. No terceiro set de uma partida contra seu ex-clube, Osasco, Thaisa marcou seu milésimo bloqueio na Superliga, estabelecendo um recorde absoluto no voleibol brasileiro.

O segundo momento notável se desenrolou ao longo de vários meses. De novembro de 2019 a março de 2020, já jogando pelo Minas Tênis Clube, Thaisa liderou a liga em saques, bloqueios e eficiência de ataque.

Embora a competição tenha sido interrompida pela pandemia, Thaisa foi eleita extraoficialmente MVP da temporada por torcedores e jogadoras. Esse foi o segundo prêmio de MVP que ela recebeu em 2020, após ser eleita a melhor jogadora do Campeonato Sul-Americano em fevereiro.

Após o retorno das competições, Thaisa e o Minas Tênis Clube dominaram o vôlei nacional, enfrentando o Praia Clube nas últimas quatro edições da Superliga. Ela conquistou dois títulos da competição (2020/21 e 2021/22) e foi vice-campeã em 2022/23.

História de Thaisa doVôlei na Seleção Brasileira

Imagem de Thaísa durante ataque da Seleção Brasileira
(Norceca)

A trajetória de Thaisa na Seleção Brasileira principal começou em 2006. Já com experiência nas seleções de base, tendo sido bicampeã do Mundial Juvenil em 2003 e 2005, ela rapidamente se destacou sob a orientação de José Roberto Guimarães.

Thaisa integrou a equipe campeã da Copa Pan-Americana e fez a transição para o time titular no Mundial e nos Jogos Pan-Americanos de 2007. Nas Olimpíadas de 2008, ela se consolidou como uma das principais jogadoras, ajudando o Brasil a conquistar sua primeira medalha de ouro na modalidade feminina.

Ela repetiu o sucesso nas Olimpíadas de Londres em 2012, onde foi a principal bloqueadora e levou a seleção ao segundo ouro olímpico. Durante esse período, Thaisa também conquistou vários torneios com a camisa verde e amarela, incluindo Copas Pan-Americanas, Final Four e Montreux Volley Masters.

Seu maior destaque foi no Grand Prix, onde venceu cinco vezes, três delas após o ouro olímpico de 2012. Ela recebeu diversos reconhecimentos individuais, como o melhor saque em 2011, melhor central em 2013 e 2016, e MVP em 2013.

As únicas frustrações em sua carreira foram o vice-campeonato no Campeonato Mundial em 2007 e 2010 e a dura derrota para a China, que deixou o Brasil sem pódio.

Retorno e aposentadoria após Paris 2024

A lesão no joelho encurtou a história de Thaisa na Seleção Brasileira. Não que a tenha impedido de atuar com a amarelinha. Pelo contrário, participou de mais uma Copa Pan-Americana e um Mundial, ambos em 2018.

Mas o desempenho não era exatamente o mesmo e principalmente os compromissos internacionais estavam pesando muito para o seu físico, especialmente para o seu joelho. Assim, anunciou a aposentadoria da Seleção em 2019.

No entanto, em 2020, ela deixou as portas abertas para uma eventual volta, focando principalmente no auxílio à adaptação das jogadoras da nova geração. O retorno demorou cerca de dois anos, mas em 2023, Thaisa voltou para a seleção brasileira de vôlei.

A central foi nome certo nas convocações desde a Liga das Nações 2023 até a Olimpíada de Paris 2024, onde anunciou oficialmente a sua aposentadoria após a conquista da medalha de bronze.

Equipes de Thaisa

  • Tijuca (2001-2002)
  • Minas Tênis Clube (2002-2005, 2019-)
  • Rio de Janeiro (2005-2008)
  • Osasco (2008-2016)
  • Eczacıbaşı-TUR (2016-2017)
  • Barueri (2018-2019)
  • Itambé/Minas (2019-2022)
  • Gerdau/Minas (2022-)

Títulos de Thaisa

A central brasileira possui inúmeros troféus na carreira e várias premiações individuais. Na sua galeria estão: duas medalhas Olímpicas de ouro, oito troféus da Superliga, dois do Mundial de Clubes. Além disso, individualmente foi eleita a melhor bloqueadora, sacadora e central de várias disputas. Confira todas as conquistas de Thaisa.

Seleção brasileira

  • Jogos Olímpicos – 2008 e 2012
  • Mundial Juvenil – 2003 e 2005
  • Grand Prix – 2008, 2009, 2013, 2014 e 2016
  • Copa Pan-Americana – 2006 e 2009
  • Copa Final Four – 2008
  • Montreux Volley Masters – 2009
  • Pan-Americano – 2011

Rio de Janeiro

  • Top Volley – 2006
  • Superliga – 2005/2006, 2006/2007 e 2007/2008
  • Salonpas Cup – 2006 e 2007
  • Copa do Brasil – 2007
  • Campeonato Carioca – 2005, 2006 e 2007

Osasco

  • Campeonato Sul-Americano de Clubes – 2009
  • Superliga – 2009/2010 e 2011/2012
  • Salonpas Cup – 2008
  • Copa Brasil – 2008 e 2014
  • Mundial FIVB de Clubes – 2012
  • Campeonato Paulista – 2008, 2012, 2013 e 2014
  • Top Volley – 2014

Eczacibasi (Turquia)

  • Mundial FIVB de Clubes – 2016

Minas Tênis Clube

  • Superliga – 2020/21, 2021/22, 2023/24
  • Sul-Americano de Clubes – 2020
  • Campeã Mineira – 2022
  • Copa Brasil – 2021 e 2023

Prêmios e recordes de Thaisa

  • Melhor saque – Superliga 2007/2008
  • Melhor bloqueadora – Segunda fase do Grand Prix 2008
  • Melhor bloqueadora – Superliga 2008/2009
  • Melhor bloqueadora – Segunda fase do Grand Prix 2010
  • Melhor atacante – FIVB Mundial de Clubes 2010
  • Melhor sacadora do Grand Prix de Voleibol 2011
  • Melhor bloqueadora do Grand Prix de Voleibol 2012
  • Melhor Central do Grand Prix de Voleibol 2013
  • MVP do Grand Prix de Voleibol 2013
  • Melhor bloqueadora – Superliga 2013/2014
  • Melhor Central/Bloqueadora Campeonato Mundial de Voleibol Feminino 2014
  • MVP Top Volley 2014
  • Melhor central do Grand Prix de voleibol 2016
  • MVP do Campeonato Sul-Americano de Clubes de 2020
  • Craque da galera (votação popular) – Superliga 2020/2021
  • Melhor central/bloqueadora – Superliga 2020/2021
  • MVP da Superliga 2020/2021
  • 2a Melhor Central do Campeonato Sul-Americano de Clubes Feminino de 2021
  • 2a Melhor Central do Campeonato Sul-Americano de Clubes Feminino de 2023
  • Melhor Central do Campeonato Sul-Americano de Clubes de 2024
  • Melhor central – Superliga 2023/2024

Curiosidades sobre Thaisa do vôlei

  • Thaisa tem muitas tatuagens. Ela diz ter  feito a primeira quando ainda era adolescente e parado de contar quando chegou na 28ª.
  • Com 1,96m de altura, Thaisa foi por muito tempo a mais alta jogadora da Seleção e de toda vôlei brasileiro. Foi “ultrapassada” pela colega de posição Jéssica Lima, de 2,03m.
  • Entre os diversos profissionais que Thaisa teve acompanhamento durante a recuperação de sua lesão, ela destaca o trabalho de um coach esportivo, que ela diz ter sido essencial para a retomada de seu alto nível.
  • Ela gostou tanto do trabalho do coach que começou a se preparar para se tornar uma ela mesma ao fim da carreira. Mas sem charlatanismo: “tudo embasado na psicologia, na neurociência e numa enorme lista de livros”, garante.
  • Outra companhia durante o tempo que esteve lesionada na Turquia foram das ponteiras Kosheleva, colega de equipe, e Kim Yeon-koung, sua rival. Ambas foram visitá-la no hospital.
  • O tempo de recuperação de Thaísa também serviu para dar um retoque no visual plásticas. Aproveitando o tempo parada, ela passou por algumas cirurgias plásticas, que viraram até motivo de fofoca na Seleção Brasileira.

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