A história do Badminton é mais rica — e mais comprida — do que se imagina.
Com já 150 anos ultrapassados, o esporte tem origens diversas e um aspecto multicultural invejável, numa trajetória de referências milenares e um caminho que vai da Ásia para a Europa e vem parar no Brasil só nos anos oitenta.
A seguir, remontamos e resumimos para você a história do badminton, das primeiras petecas que foram lançadas às mais recentes medalhas olímpicas.
Qual é o país de origem do badminton?
O país de origem do badminton é motivo para uma discussão infindável entre historiadores.
Assim como o futebol, o esporte tal qual conhecemos tem origem inglesa, mas jogos de raquetes e petecas existiam há mais tempo em países da África, Ásia e até mesmo na Grécia Antiga.
Além da Inglaterra, a Índia é citada como o outro local de influência decisiva para o badminton.
Onde surgiu o badminton?
O badminton surgiu no condado de Gloucestershire, região Sudoeste da Inglaterra.
Lá, existia (e ainda existe) a Badminton House, propriedade do Duque de Beaufort's ao fim do século XIX. Os historiadores apontam que ali foi jogada a primeira partida do esporte na versão mais próxima da atual, com a rede, a dinâmica e o número de participantes.
Quando surgiu o badminton?
O badminton surgiu como um esporte no final do século XIX, mais precisamente entre as décadas de 1860 e 1870, datadas a partir de publicações de manuais esportivos e da criação de clubes próprios para a prática das raquetes e petecas.
A história do Badminton
A história do badminton começa no século XIX, na Inglaterra, mas a sua prática é, na verdade, bem mais antiga. A peteca, afinal de contas, é um artefato comum à várias civilizações, um brinquedo fácil de fazer fácil de usar. Há até a sua versão indígena brasileira.
Mas foi longe daqui que apareceu o primeiro jogo que as utilizavam de maneira lúdica. Existem registros do “Tamborete e Peteca” na Grécia Antiga, ou seja, há mais de dois mil anos, em que se rebatiam petecas com tacos de madeira.
Bem mais para frente, a mesma brincadeira seria uma febre na corte da Rainha Cristina, da Suécia, no século XVII, já com o nome em inglês Battledore e Shuttlecock.
Em ambos os casos europeus, o jogo se assemelhava mais ao frescobol, no sentido em que não havia pontos, apenas o desafio de manter o volante (outro dos nomes da peteca) no ar.
Outro registro disponível é em manuscritos chineses datados de mais de 1000 A.C, do jogo “Ti Jianzi“, que tinha a mesma lógica do jogo grego mas que usava os pés para manter a peteca voando.
Até no Japão havia o Oy Bane, que também rebatia uma peteca — feita de penas e caroço de cereja — com uma raquete de madeira.
O Poona indiano e o badminton
Ainda assim, o local mais influente em que se praticou um jogo de raquetes e petecas foi na Índia. Em meados do século XIX, na cidade de Poona (ou Pune), os indianos adicionaram algo que mudaria o recreativo jogo de Battledore e Shuttlecock, a rede.
Com a trama dividindo a quadra, o “jogo de Poona” (depois domente Poona) tinha uma dinâmica diferente, que conquistou os soldados ingleses que ocupavam o país asiático na época. Tanto que levaram a sua prática de volta para casa.
Assim, em 1875, unindo o jogo aprendido na Índia com os manuais publicados nos anos 1860 que falavam do Badminton Battledore, foi criado o primeiro clube do esporte do mundo, o Badminton Club, na cidade de Folkestone, no sudeste inglês
O início da era moderna do badminton
O BC foi de extrema importância para o início da chamada “era moderna” do badminton. Lá, por exemplo, que ganhou corpo a dualidade entre as disputas de partidas em simples e em duplas, assim como um conjunto de regras que valeriam até ao final da década de 1880.
Outro clubes foram criados após o BC de Folkestone. Um deles foi o da cidade de Bath, que revisou as regras postas e as republicou, numa primeira versão em 1887 e numa segunda, em 1890.
Não tardou e em 1893 surgiu a The Badminton Association of England que desencadeou numa série de datas marcantes para a prática do esporte.
Em 1899 e 1900, por exemplo, foram disputadas as primeiras competições oficiais para duplas masculinas, femininas e mistas. Também em 1900 foram jogadas as primeiras partidas de simples. Já no ano de 1904, foi disputada a primeira partida internacional, entre uma dupla inglesa e outra irlandesa.
Trinta anos depois, o marco definitivo: a criação da International Badminton Federation, hoje chamada de Badminton World Association. Originalmente com nove países, a Federação foi solidificando a prática internacional do esporte.
Tanto que em 1972, o badminton participa da Olimpíada de Munique como esporte de demonstração. Nos Jogos de 1988, entra como exibição. Finalmente, em 1992, em Barcelona, torna-se um esporte olímpico de fato.
Hoje, a BMF conta mais de 130 países como membros e organiza seis competições mundiais diferentes. Nelas, o mais comum é ver chineses, dinamarqueses e indianos nos pódios. Faz sentido, não?
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História do badminton no Brasil
A história do badminton no Brasil começa pra valer mais de cem anos depois do surgimento do esporte, ainda que a prática amadora já tenha sido registrada ao fim dos anos 1940.
Para se ter noção, a primeira partida oficial de badminton foi acontecer por aqui somente em 1984. A recém-criada Associação Paulista de Badminton (APB) organizou a Taça São Paulo e deu início ao calendário nacional no esporte.
Entre participações em campeonatos sul-americanos e pan-americanos, o esporte encontra seu segundo marco de desenvolvimento em 1993, com a Confederação Brasileira de Badminton, que se filia ao Comitê Olímpico no ano seguinte.
Mais tarde, no ano de 1995, o badminton faz sua estreia nos Jogos Pan-Americanos de Mar del Plata. Na edição de 1999, em Winnipeg, fisgou um quarto lugar; em 2007, no Rio, finalmente conquista sua primeira medalha, o bronze com Guilherme Pardo e Guilheme Kumasaka.
A edição de 2011, em Guadalajara, no México, viu Daniel Paiola se tornar o primeiro medalhista em simples, também com o bronze. As contagem de medalhas estourou a partir daí, ainda que o país engatinhe em nível Olímpico.
No Pan de Toronto (2015), por exemplo, foram duas pratas e um bronze; em Lima (2019), foram cinco medalhas, sendo uma de ouro, com Ygor Coelho — a primeira de, esperamos, muitas próximas na modalidade.
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*Última atualização em 11 de março de 2021
Jornalista formado pela UNESP, foi repórter da Revista PLACAR. Cobriu NBB, Superliga de Vôlei, A1 (Feminino), A2 e A3 (Masculino) do Campeonato Paulista e outras competições de base na cidade de São Paulo. Fanático por esportes e pelas histórias que neles acontecem, dos atletas aos torcedores.