Natural de Guarulhos, cidade do estado de São Paulo, no Brasil, no ano de 1999, Rebeca Andrade foi criada apenas pela mãe Rosa Santos e segue se consagrando como uma das maiores estrelas da ginástica artística feminina.
Aos 9 anos, Rebeca mudou-se sozinha para Curitiba em busca do sonho de se tornar ginasta. Seus irmãos foram fundamentais no início de sua trajetória no esporte, inclusive levando-a aos treinos.
Se isolando como recordista de medalhas do Brasil na história das Olimpíadas, Rebeca Andrade teve um desempenho impressionante em Paris 2024. Conquistando quatro medalhas, a ginasta foi campeã olímpica no solo.
Desempenho brilhante de Rebeca Andrade em Tóquio 2020
Rebeca Andrade marcou história nas Olimpíadas de Tóquio com sua performance ao som de “Baile de Favela”. Confira abaixo:
Ela conquistou a medalha de ouro no salto, a primeira medalha de ouro olímpica da ginástica feminina do Brasil.
Lesões e volta por cima
A primeira lesão ocorreu em 2014, quando Rebeca estava qualificada para as Olimpíadas da Juventude em Nanquim, mas precisou passar por uma cirurgia no pé.
Durante sua recuperação, Rebeca dedicou-se a torcer por sua amiga Flávia Saraiva, que a substituiu no torneio e conquistou três medalhas na China.
No ano seguinte, ela se preparava para o Pan-Americano em Toronto, no Canadá, mas sofreu uma ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho direito ao tentar um salto, necessitando novamente de cirurgia.
Rebeca enfrentou oito meses de recuperação, com sua mãe, Dona Rosa, oferecendo apoio emocional e encorajando-a a continuar sua trajetória rumo às Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro.
Na competição, Rebeca ainda não estava em sua melhor forma física e não obteve o desempenho esperado, terminando em nona colocação no individual geral e ficando fora da final do salto.
Um ano depois, ela chegou ao Mundial de Ginástica em Montreal, no Canadá, como uma das favoritas. No entanto, sofreu mais uma lesão ao realizar um salto durante o aquecimento.
Rebeca se recuperou e competiu no Mundial em 2018, mas em junho de 2019, enquanto se preparava para o Mundial na Alemanha, sofreu outra lesão no joelho, colocando em risco sua participação nas Olimpíadas de Tóquio.
Com o adiamento das Olimpíadas de Tóquio devido à pandemia de Covid-19, Rebeca teve mais tempo para se recuperar. Ela aproveitou essa oportunidade e finalmente mostrou todo o seu potencial, conquistando uma medalha de prata e uma de ouro.
Em Paris 2024, além de vir de um ciclo olímpico vitorioso, Rebeca já conquistou três medalhas com o Brasil nas Olimpíadas: por equipes, individual geral e no salto. A brasileira ainda tem mais duas finais pela frente.
Primeira mulher brasileira a conquistar medalha de ouro olímpica
Rebeca conquistou a tão desejada vaga olímpica para Tóquio 2020 ao ganhar a medalha de ouro no individual geral no Pan-Americano do Rio de Janeiro.
Em solo japonês, Rebeca Andrade fez história ao ganhar uma medalha de prata e uma de ouro, tornando-se a primeira mulher brasileira da ginástica a subir ao pódio olímpico.
Rebeca é uma das melhores do Brasil na Ginástica (Icon Sports)
Rebeca Andrade faz história na Olimpíada de Paris 2024
Iniciando a Olimpíada de Paris 2024 em grande estilo, Rebeca Andrade foi a principal personagem na medalha de bronze (inédita) conquistada por equipes.
Rebeca voltou a brilhar em solo parisiense ao conquistar duas medalhas de prata, no individual geral (57.932) e no salto (14.966), colocando novamente a bandeira verde e amarela no pódio.
Finalizando sua participação em grande estilo, Rebeca Andrade superou Simone Biles para conquistar a medalha de ouro no solo na ginástica.
Encantando os jurados durante a prova, a campeã olímpica se apresentou com uma dificuldade de 5.900, obtendo uma execução de 8.266, resultando em uma pontuação total de 14.166.
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Como foi a sequência nos aparelhos que rendeu a medalha de prata para Rebeca Andrade?
Disputando diretamente com Simone Biles e Sunisa Lee, Rebeca e as outras ginastas competiram primeiro no salto, onde a brasileira conseguiu uma nota de 15.100.
Nas Barras Assimétricas, Rebeca desbancou Biles (13.733) e fez 14.666. Partindo para a trave, um dos aparelhos mais temidos, a brasileira fez 14.133 e ficou atrás da medalhista de ouro.
Agora, na prova decisiva – o solo -, Rebeca foi primeiro, fez uma série quase perfeita e colocou toda a pressão em Simone Biles, que por sua vez executou sua rotina de extrema dificuldade e anotou 15.066 para garantir mais uma vitória sobre a atleta do Flamengo.
Deixando seu nome na história do esporte brasileiro, a talentosa ginasta se tornou a primeira mulher a conquistar quatro medalhas em Jogos Olímpicos.
Desempenho de Rebeca Andrade na disputa do Salto
Chegando novamente como uma das favoritas ao título, Rebeca tinha como principal adversária a norte-americana Simone Biles. Vale lembrar que, a brasileira entrou no ginásio em busca de defender a conquista de Tóquio 2020.
A medalha de prata no salto veio com uma pontuação de 14.966, o que a colocou atrás apenas da americana Simone Biles, que obteve impressionantes 15.300. O bronze foi para Jade Carey, dos Estados Unidos, com 14.146.
Celebridade no Brasil
Após as conquistas das medalhas de ouro e prata nas Olimpíadas, Rebeca Andrade se tornou uma celebridade no Brasil, frequentando muitos programas de TV.
Dois exemplos são o Altas Horas e o Saia Justa que são da Globo, mas foi a outros tantos programas de TV famosos de outros canais.
Ela foi capa da edição brasileira da revista Vogue e no mesmo ano, recebeu o Prêmio Brasil Olímpico como melhor atleta feminina do ano.
Legado e inspiração para as jovens
Com as medalhas de ouro e prata conquistadas nas Olimpíadas de Tóquio e Paris, Rebeca Andrade tornou-se uma fonte de inspiração para muitas meninas que sonham em seguir seus passos.
Mesmo ainda em atividade, seu legado já é imenso no esporte brasileiro e, sem dúvida, continuará a inspirar as próximas gerações de ginastas e atletas brasileiras com sua história de superações e conquistas.
Títulos de Rebeca Andrade
Jogos Olimpícos
- Tóquio 2020
- Ouro no salto
- Prata no individual geral
- Paris 2024
- Ouro no solo
- Prata no individual geral e no salto
- Bronze por equipes
Campeonato Mundiais
- Kitakyushu 2021
- Ouro no salto
- Prata nas barras assimétricas
- Liverpool 2022
- Ouro no individual geral
- Bronze no solo
- Antuérpia 2023
- Ouro no salto
- Prata no individual geral, solo e por equipes
- Bronze na trave
Jogos Pan-Americanos
- Santiago 2023
- Ouro no salto e na trave
- Prata nas barras assimétricas e por equipes
Campeonatos Pan-Americanos
- Lima 2018
- Prata por equipes
- Rio 2021
- Ouro no individual geral e por equipes
- Rio 2022
- Ouro nas barras assimétricas e por equipes
- Prata na trave
Copas do Mundo
- São Paulo 2015
- Prata no salto
- Ljubjana 2015
- Bronze nas barras assimétricas
- Anadia 2016
- Prata no solo e na trave
- São Paulo 2016
- Prata nas barras assimétricas
- Bronze na trave
- Doha 2016
- Prata nas barras assimétricas
- Varna 2017
- Ouro nas barras assimétricas e no salto
- Koper 2017
- Ouro no salto
- Cottbus 2018
- Ouro no salto e na trave
- Prata nas barras assimétricas
- Stuttgart 2019
- Ouro por equipes
- Doha 2021
- Ouro nas barras assimétricas
- Bronze na trave
- Paris 2022
- Prata nas barras assimétricas
- Paris 2023
- Prata nas barras assimétricas
- Antalya 2024
- Prata nas barras assimétricas
Campeonato Brasileiro
- 2016
- Ouro nas barras assimétricas, na trave e por equipes
- Prata no solo
- 2017
- Ouro nas barras assimétricas
- 2021
- Ouro no individual geral e por equipes
- 2022
- Ouro no individual geral, nas barras assimétricas, na trave e por equipes
- Prata no solo
- 2023
- Ouro nas barras assimétricas, na trave, no solo e por equipes
- 2024
- Ouro nas barras assimétricas e por equipes.
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