Você consegue listar todos os aparelhos usados na ginástica artística? Sabe a diferença entre cavalo, trave, barras fixas e paralelas, além das assimétricas? Se não, não se preocupe.
Esses equipamentos são mais do que simples objetos; eles moldam a dinâmica de uma das modalidades olímpicas mais populares. Conhecê-los é essencial para entender o esporte em si.
Por isso, continue com a gente. Neste texto, vamos mostrar tudo o que você precisa saber sobre os aparelhos da ginástica artística: suas definições, as provas, os competidores e muito mais.
Como se divide a ginástica artística?
É muito comum que espectadores de primeira viagem da ginástica artística fiquem, além de encantados com a flexibilidade, a força, a beleza e a destreza dos atletas, um tanto perdidos com a dinâmica da competição.
Juntamente de todo o espetáculo do esporte, há um certo caos controlado nos dias das provas. São, afinal, dezenas de de ginastas se apresentando em séries e rotinas e em aparelhos diferentes e por categorias diferentes e com critérios diferentes e ufa, tudo simultaneamente.
(Para entender melhor essa “bagunça organizada”, confira nosso conteúdo “Ginástica Artística: história, regras, movimentos e aparelhos“)
Assim, é também comum usar dos aparelhos da ginástica artística para se organizar. Até porque são eles que definem provas e pontuações. A argola, portanto, é uma prova, com pontos próprio e técnicas próprias, assim como a trave, e assim por diante.
Já as competições acontecem a partir dos atletas. Explicamos.
Modalidades da Ginástica Artística
Durante um torneio ou mesmo os Jogos Olímpicos, são seis “campeonatos” sendo disputados simultaneamente:
- Individual Geral Feminino
- Individual por Prova Feminino
- Equipes Femininas
- Individual Geral Masculino
- Individual por Prova Masculino
- Equipes Masculinas
Os nomes dos aparelhos são bem definidos nesse caso. Nas competições individuais gerais, os atletas se apresentam em todos os aparelhos de ginástica artística e o vencedor é aquele que obtiver a maior soma de notas em todos eles.
Nas modalidades individuais por provas, as notas são atribuídas apenas para as séries em um único aparelho. Há um conjunto de medalhas específico para cada aparelho.
Na competição por equipes, cada prova conta com três atletas do mesmo time realizando uma série cada. Cada aparelho pode ter diferentes membros da equipe, que é composta por cinco atletas no total. No final, todos os pontos de cada prova são somados e a equipe com a maior pontuação vence.
Antes de tudo isso, há uma etapa classificatória, com a mesma dinâmica das competições, que seleciona os oito melhores atletas ou equipes para as finais das respectivas categorias.
Fique atento: os aparelhos utilizados na ginástica artística variam entre homens e mulheres. Os homens competem em cinco aparelhos, enquanto as mulheres competem em quatro. Solo e salto sobre a mesa são os únicos aparelhos comuns para ambos os sexos.
Aparelhos da ginástica artística feminina
- Barras assimétricas
- Salto sobre a mesa
- Solo
- Trave
Aparelhos da ginástica artística masculina
- Argolas
- Barra fixa
- Barras paralelas
- Cavalo com alças
- Salto sobre a mesa
- Solo
- Trave
Aparelhos da Ginástica Artística
- Argolas
- Barras assimétricas
- Barra fixa
- Cavalo com alças
- Barras paralelas
- Trave
- Salto sobre a mesa
- Solo
Argolas
Apenas os ginastas do masculino competem nas argolas. O aparelho é constituído por uma estrutura de onde prendem-se duas argolas, a 2,75 metros do solo. A distância entre elas é de 50 cm e o seu diâmetro interno é de 18 cm.
Na prova, os ginastas realizam séries de exercícios de força, balanço e equilíbrio. Quanto menos tremer a estrutura que suspende as argolas à haste, melhor será a pontuação de execução do ginasta.
As argolas são um dos aparelhos de ginástica artística dos quais o Brasil está muito bem representado. Arthur Zanetti, o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha de ouro olímpica nesta ou em qualquer modalidade, é especialista na prova. Sua vitória nos Jogos de 2012 foi nela, claro.
Para saber mais sobre Arthur Zanetti e suas medalhas, clique aqui!
Barras assimétricas
Apenas as mulheres competem nas barras assimétricas. Este aparelho é fabricado com fibras sintéticas e material aderente. A barra mais alta fica a 2,36 metros do solo, enquanto a mais baixa tem 1,57 m de altura.
A prova é composta por uma série de movimentos obrigatórios, com mudanças de empunhaduras e alternância entre as barras. A precisão nos movimentos e o timing nos saltos entre as barras são fundamentos essenciais para ter sucesso na modalidade.
O grande nome deste aparelho é o da russa Alyia Mustafina, bicampeã olímpica (2012 e 2016), mas o grande momento da prova aconteceu em 2015. No ano, quatro ginastas empataram na primeira colocação da final do Mundial de Ginástica Artística e dividiram o ouro.
Barra fixa
A barra fixa é um dos aparelhos da ginástica artística com competição exclusivamente masculina. Ela é presa sobre uma estrutura de metal a 2,75 m do solo e possui 2,40 m de comprimento.
A prova consiste em movimentos de força e equilíbrio, em que o ginasta deve fazer movimentos de largadas e retomadas, além das piruetas e pegadas.
O salto final, especialmente a sua aterrissagem, costuma a ser um grande critério de desempate nas competições de alto nível. Algo que o holandês Epke Zonderland e o brasileiro Arthur Nory sabem muito bem.
O primeiro, medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de 2012, sofreu quedas no salto final que custaram as vitórias nos Jogos de 2016 e no Mundial de 2019. O segundo, pelo contrário, fez uma aterrissagem perfeita e foi o campeão da competição de 2019. E é uma das chances de medalha do Brasil em Tóquio.
Aliás, você pode saber mais sobre Arthur Nory neste texto aqui!
Barras paralelas
As barras paralelas são um aparelho da ginástica artística em que apenas os homens se apresentam. As medidas são de 1,95 x 3,5m, e as barras ficam distanciadas entre 42 e 52 cm.
Na prova, os ginastas precisam fazer exercícios de força e equilíbrio, como giros e paradas de mãos. Obrigatoriamente, devem ser usadas as duas barras.
Aqui, os ângulos das pernas e tronco, assim como a precisão dos movimentos, contam muito para a avaliação dos juízes. E nesse sentido, poucos conseguiram se igualar ao russo Vladimir Artemov, tricampeão mundial, medalhista de ouro em Seul e grande nome da prova nos anos oitenta.
Cavalo com alças
O cavalo com alças é um aparelho exclusivo da ginástica artística masculina. Com dimensões de 1,15 m x 1,60 m x 35 cm, o aparelho possui alças com distância ajustável e altura de 12 cm.
Os atletas devem executar movimentos obrigatórios, como tesouras e movimentos circulares. Devido a essas exigências, a técnica de execução e a postura corporal, especialmente a posição das pernas, são fundamentais para a pontuação.
O britânico Max Withlock, com medalhas de ouro tanto nas Olimpíadas quanto no Mundial, é o principal ginasta do aparelho atualmente.
Salto sobre a mesa
O salto sobre o cavalo é um dos dois aparelhos utilizados em competições tanto masculinas quanto femininas, além do solo. Esta é a prova mais rápida da ginástica artística, com uma duração aproximada de 50 segundos.
A prova inclui uma pista de 25 metros que termina em um trampolim de impulso, seguido pela mesa de salto com dimensões de 120 x 95 cm. Os atletas correm pela pista, impulsionam-se no trampolim e realizam movimentos aéreos sobre a mesa, que são avaliados e pontuados. A precisão na aterrissagem é crucial para obter uma boa nota.
Este é um dos aparelhos da ginástica artísticas onde Simone Biles é mais forte. Seus saltos são nada menos que absurdos. Na prova, a estadunidense é capaz até de executar movimentos antes só feitos por homens.
Em 2021, a brasileira Rebeca Andrade fez história na ginástica artística brasileira ao conquistar a medalha de ouro na prova do salto.
Você pode conhecer mais sobre o “fenômeno” Simone Biles aqui.
Solo
Hoje, Arthur Nory, Flávia Saraiva e Rebeca Andrade são os maiores nomes do país e inspiram chances de pódio em Tóquio. Mas nenhum deles conseguiu alcançar o nível mostrado por Simone Biles, que tem simplesmente dois movimentos batizados em seu nome na prova.
Rebeca Andrade também brilhou nesta prova nas Olimpíadas de Tóquio realizadas em 2021. A brasileira acabou com a medalha de prata na competição.
Rebeca fez história pelo time brasileiro ao conquistar duas medalhas pela ginastica artística nos mesmos jogos olímpicos.
Trave
Simone Biles, uma das maiores ginastas da história, tem um grande apreço pela prova, até com um movimento assinado nela. Entre os mortais, é o aparelho onde Flávia Saraiva é mais forte.
Você pode conferir tudo sobre a Flavinha Saraiva aqui!
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Depois de conhecer todos os aparelhos da ginástica artística, que tal conferir conteúdos sobre outros esportes olímpicos? Acesse:
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Marcelo Cartaxo é jornalista, redator e repórter no Esportelandia, um dos maiores sites olímpicos do Brasil. Com passagens por Futebol na Veia, Premier League Brasil, Minha Torcida, Quinto Quarto e ShaftScore, adquiriu experiências que hoje somam na equipe de redação do site.