Definir os melhores esgrimistas do mundo é tão complicado quanto desviar de um sabre em alta velocidade e ainda responder com um afundo em questão de segundos. A esgrima, é praticada em alto nível em seis modalidades diferentes, três para cada categoria.
Fora que existem realidades e habilidades diferentes entre o sabre, a espada e o florete, tanto no masculino quanto no feminino. Se há uma hegemonia em uma categoria, existe uma competição acirrada em outra; se uma valoriza a frieza, a outra preza pela potência física.
Por isso que no texto abaixo fizemos uma abordagem mais objetiva para selecionar os melhores esgrimistas do mundo. Usamos como base o ranking da Federação Internacional de Esgrima (FIE), elencando os primeiros colocados de cada modalidade e os demais atletas com as melhores pontuações.
Na segunda lista, a dos maiores esgrimistas de todos os tempos, o método foi um pouco diferente, levando em conta as conquistas, a habilidade e o impacto dentro do esporte.
Então siga com a gente e confira, se inspire e admire os grandes nomes da esgrima, seja da história, seja da atualidade.
Quem é o melhor esgrimista do mundo?
Definir que é o maior entre os melhores esgrimistas do mundo é uma tarefa complicada, quando não subjetiva. São seis modalidades diferentes, afinal de contas, se contarmos o feminino e o masculino de sabre, espada e florete.
Sem fugir da pergunta, Inna Deriglazova pode, objetivamente falando, ser considerada a melhor esgrimista do mundo.
Número 1 do ranking mundial do florete, a russa soma 309 mil pontos na FIE (Federação Internacional de Esgrima) e chegou a ter 311 mil pontos em seu nome. O número é, de longe, o maior entre todos os atletas profissionais, de qualquer categoria.
Melhores esgrimistas do mundo
- Ana Maria Popescu
- Alessio Foconi
- Alice Volpi
- Eli Dershwitz
- Elisa Di Francisca
- Gergely Siklosi
- Inna Deriglazova
- Olga Karlan
- Sanguk Oh
- Sofya Velikaia
Ana Maria Popescu
- País: Romênia
- Modalidade: Espada
- Mão: Esquerda
- Ranking (Pontos): 1º (176.000)
- Histórico do Ranking: Líder pela primeira vez em 2007/2008 (99.999); Melhor pontuação em 2017/2018 (179.000)
- Títulos: 10x Copa do Mundo (2006-13, 2015, 2019), Prata Olímpica (2008), 8x Grand-Prix (2009, 2009, 2010, 2013-14, 2017, 2019-20)
Alessio Foconi
- País: Itália
- Modalidade: Florete
- Mão: Direita
- Ranking (Pontos): 1º (210.000)
- Histórico do Ranking: Líder pela primeira vez em 2017/2018 (218.000); Melhor pontuação em 2018/2019 (219.000)
- Títulos: Campeonato Mundial (2018), 3x Copa do Mundo (2018, 2019, 2019), 2x Grand Prix (2016, 2019)
Alice Volpi
- País: Itália
- Modalidade: Florete
- Mão: Direita
- Ranking (Pontos): 2º (200.000)
- Histórico do Ranking: Melhor pontuação em 2017/2018 (254.000)
- Títulos: Campeonato Mundial (2018), 2x Copa do Mundo (2018, 2019), 2x Grand Prix (
Eli Dershwitz
- País: EUA
- Modalidade: Sabre
- Mão: Esquerda
- Ranking (Pontos): 2º (179.000)
- Histórico do Ranking: Líder pela primeira vez em 2017/2018 (249.000); Melhor pontuação em 2017/2018 (249.000)
- Títulos: 3x Copa do Mundo (2017-19), Grand Prix (2016)
Elisa Di Francisca
- País: Itália
- Modalidade: Florete
- Mão: Direita
- Ranking (Pontos): 3º (197.000)
- Histórico do Ranking: Líder pela primeira vez em 2010/2011 (99.999); Melhor pontuação em 2015/2016 (218.000)
- Títulos: Ouro Olímpico (2012), Prata Olímpica (2016), Campeonato Mundial (2010), 8x Copa do Mundo (2005, 2011-12, 2012, 2015, 2016, 2018, 2020), 4x Grand Prix (2010, 2011, 2015, 2015)
Gergely Siklosi
- País: Hungria
- Modalidade: Espada
- Mão: Direita
- Ranking (Pontos): 1º (184.000)
- Histórico do Ranking: Líder pela primeira vez em 2020/2021 (184.000); Melhor pontuação em 2020/2021 (184.000)
- Títulos: Campeonato Mundial (2019), Copa do Mundo (2020)
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Inna Deriglazova
- País: Rússia
- Modalidade: Florete
- Mão: Direita
- Ranking (Pontos): 1º (309.000)
- Histórico do Ranking: Líder pela primeira vez em 2016/2017 (254.000); Melhor pontuação em 2019-2021 (309.000)
- Títulos: Ouro Olímpico (2016), 3x Campeonato Mundial (2015, 2017, 2019), 13x Copa do Mundo (2013, 2013, 2013, 2014, 2016, 2016, 2018, 2018, 2019, 2019, 2019, 2020)
Olga Karlan
- País: Ucrânia
- Modalidade: Sabre
- Mão: Direita
- Ranking (Pontos): 1º (297.000)
- Histórico do Ranking: Líder pela primeira vez em 2012/2013 (99.999); Melhor pontuação em 2020/2021 (297.000)
- Títulos: 2x Bronze Olímpico (2012, 2016), 4x Campeonato Mundial (2013, 2014, 2017, 2019), 13x Copa do Mundo (2011, 2011, 2012, 2012, 2013, 2014, 2014, 2015, 2016, 2016, 2017, 2017, 2019)
Sanguk Oh
- País: Coreia do Sul
- Modalidade: Sabre
- Mão: Direita
- Ranking (Pontos): 1º (269.000)
- Histórico do Ranking: Líder pela primeira vez em 2018/2019 (290.000); Melhor pontuação em 2018/2019 (290.000)
- Títulos: Campeonato Mundial (2019), 3x Copa do Mundo (2016, 2017, 2021), 4x Grand Prix (2017, 2018, 2019, 201)
Sofya Velikaia
- País: Rússia
- Modalidade: Sabre
- Mão: Direita
- Ranking (Pontos): 2º (208.000)
- Histórico do Ranking: Líder pela primeira vez em 2014/2015 (99.000); Melhor pontuação em 2018/2019 (264.000)
- Títulos: 2x Prata Olímpica (2012, 2016), 2x Campeonato Mundial (2011, 2015), 7x Copa do Mundo (2011, 2012, 2014, 2014, 2015, 2015, 2019), 7x Grand Prix (2006, 2009, 2011, 2012, 2018, 2019)
Melhores esgrimistas do mundo em todos os tempos
- Valentina Vezzali
- Edoardo Mangiarotti
- Aladár Gerevich
- Aldo Nadi
- Pavel Koloblov
Valentina Vezzali
Considerada por muitos como a melhor esgrimista de todos os tempos, Valentina Vezzali é uma lenda tanto da esgrima quanto do esporte como um todo. É, afinal, uma das quatro atletas da história a conseguir cinco medalhas em uma única competição olímpica.
As cinco foram conquistadas no florete individual, sendo três de ouro (2000, 2004 e 2008), uma de prata (1996) e uma de bronze (2012). E não foram as únicas, é bom dizer. A italiana levou mais três ouros no florete por equipes (1996, 2000, 2012) e mais um bronze (2008).
No total da carreira, Valentina venceu seis competições dos Jogos Olímpicos, onze do Campeonato Mundial e outras treze do Campeonato Europeu. Além das conquistas, a esgrimista desenvolveu um estilo criativo e versátil, que poderia fazer sucesso em qualquer modalidade que disputasse. Azar de quem competiu com ela no florete.
Edoardo Mangiarotti
Filho de um mestre no esporte, Edoardo Mangiarotti foi moldado desde a infância para se tornar um dos melhores esgrimistas do mundo.
Treinando desde pequeno com os irmãos (campeão mundial e olímpico), o italiano foi convertido para um duelista canhoto, mesmo sendo destro, para dificultar a vida dos adversários.
Seja pela estratégia paterna, seja pelo preparo precoce ou, ora, por seu enorme talento, Edoardo marcou seu nome na história do esporte. Venceu, entre os Jogos de 1936 e 1956, nada menos que 13 medalhas olímpicas, sendo seis de ouro, quatro delas na modalidade coletiva da espada.
As outras duas foram na espada individual (1952) e no florete por equipes (1956). A versatilidade, além de rara, era uma de suas armas. Mangiarotti alternava entre agressividade, criatividade e frieza facilmente, um pesadelo para qualquer oponente.
Não à toa, levou também 13 medalhas de ouro e subiu outras 13 vezes ao pódio do Campeoanto Mundial. Um competidor sortudo? Londe disso, como dá para ver.
Aladár Gerevich
Aladár Gerevich completa trinca de lendas olímpicas da esgrima. Foram simplesmente sete medalhas de ouro conquistadas no sabre, seis por equipe e uma de maneira individual. O bastante para entrar na “disputa” do maior esgrimista de todos os tempos.
O número de medalhas por equipe, aliás, é o maior das competições coletivas na história dos Jogos Olímpicos. E podiam ser mais, já que duas edições (1940 e 1944) foram canceladas em decorrência da Segunda Guerra Mundial.
Além da quantidade de medalhas — 10 no total, somadas as duas de prata e outra de bronze —, chama a atenção a longevidade de Gerevich. O húngaro ficou de 1932 a 1960 conquistando glórias olímpicas, um dos dois únicos atletas a vencer por tanto tempo.
É que a esgrima era algo natural para Aladár Gerevich. Na verdade, familiar: a esposa, o sogro e o filho também subiram em pódios nas Olimpíadas.
Nedo Nadi
Quando perguntado sobre o maior esgrimista de todos os tempos, Nedo Nadi respondia sem receios: “Nedo Nadi”.
A autoconfiança era parte essencial do estilo de duelo do italiano, mas sua versatilidade falava mais alto. Nadi, afinal, tem um feito incrível na história do esporte: venceu cinco medalhas de ouro nas seis modalidades possíveis da esgrima masculina — tudo, é bom dizer, numa única edição.
O ano histórico foi em 1920, nos Jogos da Antuérpia, na Bélgica. Nedo venceu no sabre individual e coletivo assim como no florete. Na espada que ficou “só” com o ouro por equipes. E olha quem 1912 já tinha levado o ouro no florete solo.
O curioso é que nas três conquistas coletivas competiu junto com o irmão, Aldo Nadi, o mesmo que bateu na final para levar o ouro no sabre individual. Imagina como era a macarronada de domingo na família Nadi?
Pavel Koloblov
Se considerarmos apenas a espada, Pavel Koloblov foi, tecnicamente falando, o melhor esgrimista de todos os tempos. Seu movimentos eram tão precisos quanto bonitos, limpos, quase perfeitos.
Aluno da escola russa dos anos 1980, esta turbinada pelos investimentos da União Soviética, Koloblov foi seis vezes medalhista olímpico, sendo um ouro individual, em 2000. Foi prata na categoria em 1992 e bronze em 2004. Na prova coletiva, subiu ao pódio com uma prata em 1996 e com o bronze em 1988 e 1992.
Além do sucesso olímpico, o russo dominou a espada no Campeonato Mundial entre os anos 1990 e o começo dos anos 2000. Foram 10 medalhas no período, metade delas de ouro — e quatro nas competições individuais.
Depois de conhecer os melhores esgrimistas do mundo, que tal se aprofundar no esporte e nas Olimpíadas? Confira:
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*Última atualização em 22 de março de 2021
Jornalista formado pela UNESP, foi repórter da Revista PLACAR. Cobriu NBB, Superliga de Vôlei, A1 (Feminino), A2 e A3 (Masculino) do Campeonato Paulista e outras competições de base na cidade de São Paulo. Fanático por esportes e pelas histórias que neles acontecem, dos atletas aos torcedores.