A NBA é marcada por grandes personagens e vencedores, e Pat Riley é um dos mais importantes da sua história. Obsessivo por vitórias e excelente motivador, Riley é o único a ter conquistado o troféu Larry O'Brien como jogador, treinador e dirigente.
Famoso pelo estilo icônico, com cabelo impecável e ternos Armani, foi sua visão estratégica que o consagrou no basquete norte-americano. Ele comandou o histórico Los Angeles Lakers da década de 1980, conhecidos como Showtime Lakers, uma das equipes mais vitoriosas da NBA.
Posteriormente, foi o responsável por transformar o Miami Heat em uma potência, montando um trio de All-Stars que dominou a liga e mantendo o time competitivo até sem essas estrelas. Com mais de 50 anos de carreira, Pat Riley coleciona conquistas e se consolidou como uma verdadeira lenda da NBA.
Como Pat Riley começou na NBA
Desde jovem, Pat Riley já demonstrava talento esportivo. Foi vice-campeão da NCAA em seu primeiro ano universitário e, em 1967, foi draftado tanto pela NBA quanto pela NFL! Isso porque, além de atuar no basquete, também jogava futebol americano em Kentucky.
No entanto, Riley decidiu seguir como ala-armador, ao invés de quarterback. Iniciou sua carreira no San Diego Rockets, onde jogou até 1970, quando foi transferido para o Los Angeles Lakers.
Embora tenha passado mais tempo no banco do que em quadra na Califórnia, foi peça importante na conquista do título da franquia em 1972. Apesar de se dedicar ao máximo quando jogava, foi fora das quatro linhas que Riley começou a acumular experiências valiosas, entendendo melhor a dinâmica do time.
Em 1975, ele encerrou sua carreira como jogador no Phoenix Suns, após nove anos como profissional. Durante esse período, Riley teve uma média de 7,4 pontos por jogo e manteve uma eficiência superior a 40% nos arremessos, consolidando-se como um bom jogador de banco.
A história de Pat Riley como treindor
Embora Pat Riley não tenha alcançado o sucesso esperado como a sétima escolha do draft de 1967, sua trajetória como técnico superou todas as expectativas.
Em 1976, ele estava sem rumo, sem saber o que fazer da vida. No ano seguinte, passou a trabalhar nas transmissões do Lakers. E em 1980, já celebrava seu primeiro título da NBA como membro da comissão técnica da equipe da Califórnia.
Esse percurso contou com uma dose de acaso, como o acidente do técnico Jack McKinney em 1979, que resultou na promoção do assistente Paul Westhead, deixando uma vaga no banco de reservas. Riley, que conhecia bem o time, prontamente assumiu essa oportunidade.
Primeiro ano, primeiro título
Logo depois, foi a vez de surgir uma oportunidade no comando do time. Magic Johnson, jovem estrela que liderou o Lakers ao título em 1980, exigiu uma mudança: ou ele, ou o técnico Paul Westhead. O resultado foi a saída de Westhead.
Jerry West, ícone da franquia, foi inicialmente indicado para assumir o cargo de treinador. No entanto, West não apenas recusou, como recomendou Pat Riley, seu antigo companheiro de time e campeão em 1972.
Com o apoio de West, Magic Johnson e Kareem Abdul-Jabbar, Riley foi nomeado técnico interino em 1981. Seu sucesso foi imediato, com uma impressionante campanha de 57 vitórias na temporada regular e, principalmente, a conquista do título da NBA de 1981/82, derrotando o Philadelphia 76ers. Isso garantiu a efetivação de Riley como treinador do Lakers.
Pat Riley, a mente por trás do Showtime Lakers
Sob o comando de Pat Riley, o Los Angeles Lakers viveu uma de suas fases mais marcantes. Entre 1982 e 1988, a equipe disputou seis finais da NBA e conquistou quatro títulos.
Além das vitórias, o time encantou o público com um basquete empolgante, atraindo multidões aos estádios e elevando o valor da franquia. Esse período histórico ficou conhecido como Showtime Lakers.
Embora o Lakers contasse com o imenso talento de Magic Johnson e Kareem Abdul-Jabbar, o papel de Pat Riley era fundamental.
Gerenciar um time repleto de estrelas, que atraía celebridades de Hollywood e era pressionado a vencer e entreter, era um desafio considerável. Manter essa competitividade e comprometimento por sete a oito anos foi uma conquista notável de Riley.
As estratégias de Pat Riley no Lakers
O sucesso de Pat Riley como treinador se baseou em dois fatores fundamentais: sua ética de trabalho intensa e rigorosa e a confiança que conquistava, tanto de seus jogadores quanto da liga como um todo.
Foi com essa confiança e um toque de ousadia que Riley fez um discurso memorável durante a celebração do título do Lakers em 1987, seu terceiro como técnico. Usando óculos escuros, com seu cabelo cuidadosamente estilizado para trás e um sorriso discreto, Pat garantiu aos milhares de fãs presentes na festa que a equipe conquistaria o bicampeonato em 1988.
É importante ressaltar que o bicampeonato não ocorria na NBA há quase duas décadas, mas, de fato, aconteceu.
A saída de Pat Riley do Lakers
Após não conseguir o tri em 1989 e a remontada em 1990, Pat Riley deixou o Los Angeles Lakers com o prêmio de técnico do ano, quatro títulos conquistados e um status que rivalizava com o dos grandes nomes do Showtime.
Sua fama diminuiu um pouco durante sua passagem pelo New York Knicks, mas seu prestígio permaneceu alto, especialmente após levar a equipe a três finais de conferência e uma final em 1994.
Com um novo prêmio de técnico do ano em 1993, Riley recebeu uma proposta inédita para treinar e gerenciar o Miami Heat, a franquia mais nova da liga.
Trajetória de Pat Riley como dirigente
Pat Riley, com 10% das ações do Miami Heat, iniciou em 1995 sua jornada como técnico e general manager (GM) da franquia, o que lhe proporcionou controle total sobre a equipe.
Seu trabalho na construção do Heat foi notável; em apenas dois anos, levou o time à semifinal de conferência em 1997, conquistando seu terceiro prêmio de Técnico do Ano.
Em Miami, Riley pôde implementar sua filosofia, que valorizava hierarquia, treinos intensos e uma ética de trabalho rigorosa, focada na evolução e na vitória. Como resultado, a equipe obteve temporadas regulares de sucesso, com o maior número de vitórias consecutivas entre 1998 e 2000.
No entanto, a falta de sucesso nos playoffs foi frustrante, e após três eliminações seguidas para o New York Knicks, Riley reconheceu que havia perdido o controle sobre os jogadores.
Em 2001, ele remodelou a equipe, mas enfrentou dificuldades em 2002 e 2003. Ao final da temporada 2002/03, deixou o cargo de técnico, mas não antes de selecionar Dwyane Wade como a quinta escolha do Draft de 2003, um movimento crucial para o futuro da franquia.
Pat Riley e o Miami de Dwayne Wade e Shaquille O'Neal
Atuando exclusivamente como dirigente, Pat Riley foi preciso em seu trabalho para aprimorar a equipe. Em 2004, ele trouxe Shaquille O'Neal para o Miami Heat em uma negociação que envolveu alguns jogadores e escolhas de draft.
Na época, O'Neal era tricampeão com o Los Angeles Lakers e, junto a Dwyane Wade, formou a base do time que conquistaria o título da NBA em 2006, com Riley novamente assumindo o comando técnico.
Após 21 jogos na temporada regular, Riley reassumiu o cargo, após o técnico Jeff Van Gundy pedir demissão, alegando a necessidade de mais tempo com a família, justamente quando o time começava a se acertar.
Com a dupla Wade/O'Neal, Riley levou o Heat à sua primeira final e à conquista do primeiro título da NBA. Porém, em vez de dar início a uma dinastia, o título de 2005/2006 se tornou um requiem, seguido por uma temporada em que a equipe foi varrida na primeira fase dos playoffs e outra com impressionantes 67 derrotas.
Riley deixou o cargo de treinador novamente, desta vez de forma definitiva.
Pat Riley e o Big Three
Pat Riley, um vencedor obsessivo com grande prestígio na NBA, fez uma das manobras mais notáveis de sua carreira como dirigente em 2010.
Apenas dois anos após a pior temporada da história do Miami Heat, ele conseguiu trazer LeBron James para a equipe, formando o icônico Big Three ao lado de Dwyane Wade e Chris Bosh, que levou o time a quatro finais consecutivas e conquistou dois títulos.
Além de montar um elenco estrelado, Riley também foi crucial para a manutenção desse time. Ele participou ativamente dos treinos e do ambiente de vestiário, apoiando o jovem técnico Erik Spoelstra e sendo fundamental na adaptação de LeBron à intensa ética de trabalho conhecida como Heat Culture.
Pat Riley Jimmy Butler e a nova geração do Heat
Happy to see a familiar face in the crowd tonight.#InRileyWeTrust | #HEATCulture pic.twitter.com/znj8ga7DAb
— Miami HEAT (@MiamiHEAT) September 1, 2020
A resiliência deve ser acrescentada às qualidades de Pat Riley, especialmente ao se considerar a temporada 2019/2020 do Miami Heat.
Após a saída de LeBron James em 2014, Riley optou por não fazer uma reconstrução da equipe, evitando se desfazer de contratos altos e priorizando escolhas de draft, enquanto buscava sempre uma vaga nos playoffs com sua confiança em Erik Spoelstra e na Heat Culture, mesmo com menos estrelas no elenco.
Após ficar perto da classificação em 2018 e 2019, o Heat voltou aos playoffs em 2020, contando com a adição de uma estrela: Jimmy Butler.
Ele liderou um time de jovens talentos, como Bam Adebayo e Tyler Herro, além de “rejeitados” como Duncan Robinson e Kendrick Nunn, até as finais da temporada. O adversário escolhido não poderia ser mais simbólico: o Los Angeles Lakers, agora com LeBron James.
Times que Pat Riley treinou
- Los Angeles Lakers (1981-1990)
- New York Knicks (1991-1995)
- Miami Heat (1995-2003, 2005-2008)
Curiosidades sobre Pat Riley
- Pat Riley foi o mestre de cerimônias da curiosa aposentadoria da camisa nº 23 no Heat, em homenagem a Michael Jordan.
- Outra aposentadoria de camisa envolvendo Riley foi a nº 42 que usou na universidade de Kentucky.
- Riley foi o único técnico a vencer três prêmios de Treinador do Ano da NBA por três times diferentes.
- Pat é o terceiro treinador com o maior número de títulos da NBA, empatado com John Kundla, que comandou o Minneapolis Lakers nos anos 1950.
Títulos de Pat Riley na NBA
Como jogador
- Los Angeles Lakers (1972)
Como treinador
- Los Angeles Lakers (1982, 1985, 1987, 1988)
- Miami Heat (2006)
Como dirigente
- Miami Heat (2012, 2013)
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