Com a chegada de Gabriel Bortoleto à Fórmula 1 em 2025, mais um capítulo das maiores rivalidades da Fórmula 1 pode estar nascendo. Um Brasil x Argentina pode começar a ser escrito. Bem como um confronto Brasil x França.
Gabriel, que será piloto da Audi Sauber, deve enfrentar o argentino Franco Colapinto, que busca uma vaga na Williams, assim como Isack Hadjar, francês, que garantiu vaga na Racing Bulls para 2025 e foi vice-campeão da F2 para Bortoleto.
A grande pergunta é: Será que estamos prestes a ver mais uma das grandes rivalidades do automobilismo mundial? Para entender isso, voltaremos ao passado para visitar as maiores rivalidades da Fórmula 1 em todos os tempos.
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As maiores rivalidades da Fórmula 1 na história
- Ayrton Senna x Alain Prost
- James Hunt x Niki Lauda
- Jim Clark x Graham Hill
- Juan Manuel Fangio x Stirling Moss
- Lewis Hamilton x Fernando Alonso
- Lewis Hamilton x Max Verstappen
- Lewis Hamilton x Nico Rosberg
- Michael Schumacher x Damon Hill
- Michael Schumacher x Mika Häkkinen
- Nelson Piquet x Alan Jones
- Nelson Piquet x Nigel Mansell
Juan Manuel Fangio x Stirling Moss (1955-1958)
- Temporadas: 8 x 11
- Vitórias: 24 x 16
- Pódios: 35 x 24
- Títulos: 5 x 0
- Vices: 2 x 4
Uma das primeiras das maiores rivalidades da Fórmula 1 foi entre Juan Manuel Fangio e Stirling Moss. Ambos fizeram parte da Era de Ouro da Fórmula 1, logo no ínicio da competição, em 1950.
Fangio estreou neste mesmo ano, já com um vice-campeonato, enquanto Moss entrou no ano seguinte, quando o argentino ganhou seu primeiro título.
A rivalidade pegou fogo mesmo a partir de 1955. O britânico só foi ter um carro competitivo neste ano, quando acertou com a Mercedes, a mesma que tinha acertado com Fangio em 1954. Agora, lado a lado, a dupla fez as pistas ferverem.
Resumidamente, Fangio terminou vencendo cinco campeonatos mundiais e Moss ficou conhecido como o “campeão sem coroa”, lutando incansavelmente para tirar o título do argentino, sempre ao lado de uma imensa admiração e respeito, tendo quatro vice-campeonatos da F1.
Embora Moss tivesse um desempenho impressionante, sempre ficou atrás de Fangio nos títulos. Entretanto, apesar da rivalidade nas pistas, Moss sempre considerou Fangio um mentor e amigo. A história deles, de competição e respeito mútuo, é uma das mais inspiradoras na história do automobilismo.
Jim Clark x Graham Hill (1962-1968)
- Temporadas: 9 x 18
- Vitórias: 25 x 14
- Pódios: 32 x 22
- Títulos: 2 x 2
- Vices: 1 x 3
Durante as décadas de 1960, Jim Clark e Graham Hill dominaram o cenário da Fórmula 1. Ambos terminaram entre os dois primeiros no campeonato mundial em várias temporadas, com Clark se destacando pelo talento bruto e a consistência de resultados e Hill se tornando um competidor aguerrido.
Embora Clark tenha conquistado mais vitórias, pódios e fora considerado um piloto mais habilidoso, Hill teve seu momento de glória, conquistando dois campeonatos mundiais e desafiando o domínio do escocês.
A rivalidade entre eles não foi ainda maior por conta da trágica morte de Clark em 1968, enquanto liderava a temporada da Fórmula 1, após um acidente durante uma corrida de Fórmula 2 em Hockenheimring, na Alemanha.
Naquele ano Hill conquistou seu segundo título, enquanto Clark deteve recordes da F1 de maior número de vitórias até 1973, pole positions até 1989 e voltas mais rápidas até 1989. Por outro lado, Graham Hill venceu as 24h de Le Mans em 1972.
James Hunt x Niki Lauda (1975-1977)
- Temporadas: 7 x 13
- Vitórias: 10 x 25
- Pódios: 23 x 54
- Títulos: 1 x 3
- Vices: 0 x 1
Uma das maiores rivalidades da Fórmula 1 foi entre James Hunt e Niki Lauda, talvez uma das mais emocionantes e famosas da história. Ambos, com estilos de vida e mentalidades distintas, protagonizaram uma luta feroz pelo título mundial de 1976.
Hunt, com seu estilo irreverente, e Lauda, mais metódico e cauteloso, se enfrentaram de forma dramática, especialmente após o trágico acidente de Lauda no GP da Alemanha de 1976, no qual ele quase perdeu a vida.
Após uma recuperação impressionante, Lauda voltou à pista em poucas semanas, tornando a disputa pelo título ainda mais acirrada. Hunt, por sua vez, teve uma atuação magnífica nas últimas corridas da temporada e venceu o campeonato por apenas um ponto, em uma das mais dramáticas decisões de todos os tempos.
A rivalidade continuou até 1977, quando Lauda reconquistou o título mundial. Este foi um enredo de filme na vida real e que realmente chegou aos cinemas sob o nome Rush: No Limite da Emoção, com Chris Hemsworth e Daniel Brühl.
Alan Jones x Nelson Piquet (1980-1981)
- Temporadas: 10 x 14
- Vitórias: 12 x 23
- Pódios: 24 x 60
- Títulos: 1 x 3
- Vices: 2 x 4
A rivalidade entre Alan Jones e Nelson Piquet foi marcada por suas personalidades contrastantes e se tornou uma das maiores rivalidades da Fórmula 1. Em 1980, Jones superou Piquet para conquistar o título mundial por 13 pontos apenas, mas não de uma forma tão justa.
Após uma polêmica largada no GP do Canadá, Jones, que disputava o campeonato com Nelson, empurrou o brasileiro contra o muro, prejudicando sua corrida. Piquet foi forçado a usar um carro reserva com motor de treino, o que resultou em sua desistência devido a uma falha no motor.
Jones aproveitou a situação e venceu a prova, garantindo o título para si e para a Williams. A vitória foi marcada por controvérsias e o abandono de Piquet, que acabou perdendo o campeonato de forma dramática. O brasileiro revidou com um desempenho impressionante em 1981, quando conseguiu seu primeiro campeonato.
O confronto de estilos de pilotagem – com Jones sendo direto e agressivo e Piquet mais estratégico e astuto – só aumentou a tensão entre os dois. Apesar das vitórias de Jones em 1980, Piquet se mostrou superior em 1981, culminando em um campeonato disputado até a última corrida.
Alain Prost x Ayrton Senna (1985-1993)
- Temporadas: 13 x 11
- Vitórias: 51 x 41
- Pódios: 106 x 80
- Títulos: 4 x 3
- Vices: 4 x 2
Sem dúvida, esta é, dentre as maiores rivalidades da Fórmula 1, a maior, mais intensa e famosa da história: Alain Prost x Ayrton Senna. Os dois dominaram a década de 1980 e o início dos anos 1990, conquistando sete títulos mundiais combinados.
A rivalidade começou de forma amigável na McLaren, mas rapidamente se transformou em um confronto implacável, principalmente após o polêmico acidente no GP de San Marino em 1989.
Prost provocou um acidente com Senna deliberadamente na última curva para garantir o título. Ayrton ainda voltou a corrida, venceu, mas foi punido pela FIA por uma manobra ilegal feita por ele (que no ano seguinte se tornou legal).
Essa rivalidade se tornou ainda mais quente em 1990, quando Senna e Prost colidiram novamente no GP do Japão, um movimento que garantiu o título de Senna e acirrou ainda mais as tensões entre eles.
Prost, então na Ferrari, fez uma temporada dominante em 1993, mas Senna continuou sendo uma presença constante na mente de seu rival, até a morte trágica de Senna no GP de Ímola em 1994, encerrando um dos capítulos mais eletrizantes da F1.
A intensa briga dos dois se estendia até fora das pistas, chegando a ter desentendimentos nos bastidores, comentários na imprensa, etc.. Contudo, após a aposentadoria de Prost em 1993, a rivalidade se tornou uma forte amizade.
Nigel Mansell x Nelson Piquet (1986-1991)
- Temporadas: 15 x 14
- Vitórias: 31 x 23
- Pódios: 57 x 60
- Títulos: 1 x 3
- Vices: 3 x 4
O brasileiro Nelson Piquet e o inglês Nigel Mansell teve tudo: tensão, rivalidade intensa e grandes momentos de disputa pelo título. De fato, uma das maiores rivalidades da Fórmula 1.
Quando Piquet ingressou na Williams em 1986, a ideia era formar uma parceria vencedora com Mansell, mas o que se seguiu foi uma batalha constante pela supremacia na equipe, resultando na perda do título mundial da dupla para Alain Prost.
No ano seguinte, Piquet venceu o título de 1987, apesar de Mansell ter vencido mais corridas, terminando em 2º lugar. Os dois não hesitaram em se envolver em disputas dentro da equipe.
A rivalidade se intensificou com o tempo, incluindo o famoso duelo no GP da Austrália de 1990, quando Piquet, já em sua fase final de carreira, superou Mansell na última volta para conquistar a vitória.
Mesmo depois de Piquet se mudar para outras equipes, como Lotus e Benetton, a tensão entre os dois continuou.
Mansell nunca ganhou um campeonato da F1 enquanto o brasileiro pilotava. Somente em 1992, quando Piquet aposentou, o britânico foi campeão.
Michael Schumacher x Damon Hill (1994-1998)
- Temporadas: 19 x 8
- Vitórias: 91 x 22
- Pódios: 155 x 42
- Títulos: 7 x 1
- Vices: 2 x 2
Combinando oito títulos mundiais e 113 vitórias, a rivalidade entre Michael Schumacher e Damon Hill é marcada por confrontos intensos e conturbados.
A disputa teve seu auge em 1994, quando Schumacher, ainda em sua fase inicial na Benetton, se deparou com a inesperada ascensão de Hill, que liderou a Williams após a morte de Ayrton Senna.
O episódio mais emblemático ocorreu no GP da Austrália de 1994, quando Schumacher, pressionado por Hill, provocou um toque entre os dois pilotos, deixando Hill fora da corrida e garantindo o campeonato para o alemão.
Apesar de Schumacher ser mais dominante nos anos seguintes, com a Ferrari e Benetton, Hill teve alguns momentos de brilho, incluindo uma vitória no GP do Japão de 1996, ano em que venceu seu único título.
No entanto, foi Schumacher quem continuou a dominar a F1, principalmente após a entrada na Ferrari no final dos anos 90.
Michael Schumacher x Mika Häkkinen (1998-2001)
- Temporadas: 19 x 11
- Vitórias: 91 x 20
- Pódios: 155 x 50
- Títulos: 7 x 2
- Vices: 2 x 1
Quando se fala em rivalidade na Fórmula 1, a disputa entre Michael Schumacher e Mika Häkkinen, que ocorreu principalmente entre 1998 e 2001, é um exemplo de como a intensidade e a técnica podem se combinar em uma batalha épica.
O finlandês, com sua velocidade pura e habilidades excepcionais, foi o maior desafio de Schumacher durante seu domínio com a Ferrari.
Em 1998, a McLaren de Häkkinen se mostrou uma ameaça direta a Schumacher, e a disputa entre os dois foi acirrada até a última corrida do ano.
A temporada de 1999 viu uma reviravolta, quando Schumacher se acidentou e foi forçado a se afastar das pistas, o que permitiu a Häkkinen conquistar seu segundo título consecutivo.
No entanto, Schumacher não demorou a retornar ao topo, e em 2000, levou a Ferrari ao seu primeiro título mundial desde 1979, superando Häkkinen de forma brilhante. Em 2001, o alemão ganhou seu quarto troféu e o finlandês se aposentou.
Lewis Hamilton x Fernando Alonso (2007-presente)
- Temporadas: 18 x 21
- Vitórias: 105 x 32
- Pódios: 202 x 105
- Títulos: 7 x 2
- Vices: 3 x 3
A rivalidade entre Lewis Hamilton e Fernando Alonso começou na temporada de 2007, quando o Alonso trocou a Renault pelo McLaren, que tinha acabado de promover o novato Hamilton, que surpreendeu o bicampeão mundial ficando em 2º lugar e deixando o espanhol em 3º.
A tensão entre os dois foi imediata, com Alonso, que esperava ser o piloto número um da equipe, se vendo desafiado por Hamilton.
Essa rivalidade aumentou no Grande Prêmio da Hungria, quando Alonso tentou prejudicar Hamilton nos boxes, e culminou em sua saída da equipe no final daquela temporada.
Embora as disputas entre os dois não tenham se limitado àquela temporada, a rivalidade continuou ao longo dos anos, com Alonso passando por diferentes equipes e Hamilton dominando com a Mercedes.
O confronto entre os dois foi uma das maiores rivalidades da Fórmula 1 e está aí desde 2007, deixando a F1 com uma rivalidade que perduraria por décadas. Porém, após Hamilton ganhar seu segundo título, Alonso não teve mais carros competitivos para nivelar-se com o inglês.
Lewis Hamilton x Nico Rosberg (2013-2016)
- Temporadas: 18 x 11
- Vitórias: 105 x 23
- Pódios: 202 x 57
- Títulos: 7 x 1
- Vices: 3 x 2
Lewis Hamilton e Nico Rosberg, ambos pilotos da Mercedes, tiveram uma das maiores rivalidades da Fórmula 1 na era moderna.
Durante quatro anos, a disputa foi mais do que uma simples competição de velocidade: foi um jogo mental entre os dois, que começaram como amigos de longa data, mas se tornaram adversários implacáveis.
Em 2016, Rosberg desafiou o domínio de Hamilton e, após uma temporada marcada por momentos tensos, como o polêmico acidente na Espanha e a final épica em Abu Dhabi, conseguiu conquistar o título mundial por apenas cinco pontos.
A vitória de Rosberg foi tão impactante que ele se aposentou imediatamente, deixando Hamilton sem uma chance de vingança e encerrando uma das disputas mais intensas da história da Fórmula 1.
Lewis Hamilton x Max Verstappen (2017-presente)
- Temporadas: 18 x 10
- Vitórias: 105 x 63
- Pódios: 202 x 112
- Títulos: 7 x 4
- Vices: 3 x 0
O embate entre Lewis Hamilton e Max Verstappen começou de maneira mais contida, mas rapidamente evoluiu para uma das maiores rivalidades da Fórmula 1 recentemente.
Até 2021, Hamilton, em sua Mercedes, dominava a categoria, enquanto Verstappen, com a Red Bull, lutava para desafiar esse domínio.
A temporada terminou com os dois pilotos travando batalhas emocionantes em várias corridas, incluindo a tensa colisão no Grande Prêmio da Grã-Bretanha e o confronto no GP da Itália.
Verstappen, com uma abordagem mais agressiva, mostrou que era um forte concorrente ao título, o que culminou em uma luta de titãs ao final da temporada, título do holandês e vice para Hamilton.
Embora a rivalidade tenha gerado algumas tensões e controvérsias, ela estabeleceu um novo marco na F1, prometendo grandes confrontos no futuro. Em 2025, Lewis Hamilton se muda para a Ferrari em busca de seu 8º título.
O que dizem os especialistas?
As maiores rivalidades da Fórmula 1 são tão intensas que transcendem as pistas, muitas vezes gerando histórias emocionantes.
Paulo Arnaldon Lima, narrador
Para o narrador esportivo Paulo Arnaldo Lima, uma das maiores rivalidades da Fórmula 1 que ele acompanhou foi “Senna x Prost”, uma disputa que foi marcada por tensão e grandes confrontos dentro e fora das pistas.
Ele também destaca a rivalidade entre Piquet e Mansell, em 1986 e 1987, quando ambos estavam na Williams, e a disputa histórica entre Fangio e Stirling Moss na década de 1950. Para Paulo Arnaldo, “Senna x Prost” foi a rivalidade que definiu sua geração.
Senna x Prost nem preciso justificar! A maior rivalidade que eu vi na F-1. Piquet x Mansell, em 86 e 87, em pé de guerra na Williams.
Fangio x Stirling Moss, na década de 50, foram grandes rivais dentro das pistas. Lauda x James Hunt virou até filme.
Por fim, Gilles Villeneuve e Pironi pelo desfecho trágico de ambos na F-1 em 82.
Carlos Soares, jornalista
Outros especialistas também listam grandes disputas, como a de Fernando Alonso e Felipe Massa. Carlos Soares, jornalista especializado em automobilismo, destaca que o próprio Massa já admitiu que Alonso foi seu principal rival.
Lewis x Max foi histórico em 2021. Só o fato de Lauda x Hunt virar filme já revela o quanto era tensa [a rivalidade].
Rosberg foi o único que conseguiu desbancar Hamilton na sua histórica trajetória de Mercedes, até chegar em Verstappen 2021.
Foi tão difícil pro Nico que ele foi campeão em 2016 e decidiu se aposentar.
As maiores rivalidades da Fórmula 1 fazem parte da história e, com o surgimento de novos talentos, como Bortoleto, Colapinto e Hadjar, a categoria promete mais confrontos épicos no futuro.
Coordenador do Esportelândia desde 2021, é jornalista pós-graduado em Jornalismo Esportivo. Autor do livro “Os Mestres do Espetáculo”, que está na biblioteca do Museu do Futebol de São Paulo. Passou por Jovem Pan, Futebol na Veia e PL Brasil.