Vitor Petrino tem conquistado o público do MMA e o chefão do UFC desde o Dana White Series 2022. O mineiro segue invicto (11-0) no principal octógono do planeta.
Petrino conversou em exclusiva com o Esportelândia as vésperas de sua primeira luta pela organização no Brasil. Família e UFC 301 foram alguns dos temas abordados na entrevista, bem como o ponto fraco de Anthony Smith, seu próximo adversário no UFC Rio.
O brasileiro também revelou o desejo em realizar lutas contra Jon Jones e Alex Poatan. Confira tudo o que Vitor “Cabuloso” Petrino disse em sua preparação para o UFC 301.
Emoção da família de Vitor Petrino durante as lutas
Quando o mineiro de 26 anos entra no octógono é para deixar a família com a adrenalina a 1 mil por hora. Cada luta é um evento. Alguns fazem festa, outros sofrem de ansiedade: “É um mix de emoção durante a luta”.
Cada luta é uma emoção diferente. A galera se empolga muito, se reúne para viver a luta. Geralmente faz uma grande festa, mas sempre tem aqueles que não passam tão bem com a luta, por ansiedade, medo de acontecer alguma coisa.
Então, sempre tem alguém que não quer assistir. Eles sofrem igual a gente que está ali. Quando a gente toma uma porrada, eles também tomam. É um mix de emoção durante a luta.
Vitor Petrino destaca algo que pode passar despercebido por alguns, em uma luta de alto nível contra grandes profissionais, cada descuido pode ser fatal. Logo, toda preocupação é válida.
Às vezes, parece simples, que são 15 minutos de luta, mas são 15 minutos contra os melhores do mundo. Qualquer deslize pode ser fatal, não só para a carreira, quanto para a vida. Mas eles curtem também. No final, é aquela emoção. A galera gosta de acompanhar…
Expectativa de Vitor Petrino para o UFC 301 e o ‘Uh vai morrer'
Com os dias contados para sua primeira participação no octógono do UFC no Brasil, Vitor Petrino enalteceu um dos momentos mais tradicionais do evento em solo brasileiro: o grito “uh, vai morrer”.
O lutador foi além, afirmando que o famoso grito faz parte dos elementos que tornam os eventos da organização no Brasil um verdadeiro território hostil.
O ‘uh, vai morrer', sem dúvidas, é o grito mais temido do UFC. No Brasil, a gente até brinca, é território hostil, mas para quem não é brasileiro. O sonho de todo mundo, todo brasileiro, é escutar o ‘Uh, vai morrer'.
Agora, o sonho de todo gringo é não escutar. Na real, o pesadelo de todo gringo é escutar o “uh, vai morrer”, porque sabe que quando o cara grita o “uh, vai morrer”, é porque o brasileiro está indo com tudo…
Ponto fraco de Anthony Smith
Nos últimos ajustes para enfrentar o veterano Anthony Smith, Vitor Petrino foi bem claro ao analisar o que terá pela frente. Para o brasileiro, Smith não tem uma área especial em seu jogo.
Assim, ressaltou que isso o torna um lutador menos perigoso em comparação com alguém que tenha um ponto dominante que possa explorar. Vitor Petrino não menos preza o adversário, mas é categórico: “Anthony não é excelente em nada”.
O Anthony é um cara bom, experiente para c@%*$#. Um cara com muita luta, é bom e tudo, mas não acho um cara excelente em nada, sabe?!
Ele é um cara que luta MMA e o diferencial dele é esse que o pessoal fala, que é o coração de leão… é um cara que pode estar apanhando, mas está indo para cima, essa garra dele.
Mas, tecnicamente, ele não é um cara que me assusta em nada. É claro que não vou tirar os méritos dele.
Todo cara do UFC é perigosíssimo, mas falo dentro das condições do que estou treinando, do que estou fazendo.
Não é um cara que me sinto intimidado com alguma coisa, porque eu treino muito. Todo dia treino jiu-jitsu, wrestling, seja o que for…
Sou um cara que treino porque todo dia quero ver minha melhora. Não fico treinando para o adversário, fico treinando para mim, a minha evolução pessoal.
Estou sempre no foco, buscando mais, independente se tem luta, se tem adversário ou não.
O foco inabalável de Vitor Petrino
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Vitor Petrino se mostra um lutador com mentalidade motivadora, destacando sua habilidade de encontrar aspectos positivos em todas as situações.
Vitor Petrino expressa uma disposição para aproveitar tanto o apoio quanto a adversidade da torcida, sendo impulsionado pela emoção única de cada confronto, independentemente de sua posição como favorito ou underdog.
Eu me motivo com qualquer coisa. Sou o cara que gosto de ver o lado bom em tudo. Se estou com a torcida a favor, fico amarradão. Cada grito, vou para cima.
Se a torcida está contra, sigo amarradão, porque quero fazer eles engolirem o grito. Sou um cara que não me importo se sou favorito ou não. Gosto de curtir essa emoção diferente em cada luta…
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Desejo de lutar contra Jon Jones e Alex Poatan
O Cabuloso tem metas altas no UFC e não esconde de ninguém. Vitor Petrino almeja lutar contra nomes como a lenda Jon Jones e o brasileiro Alex Poatan.
Longe de ser arrogante, Vitor Petrino acredita que em tudo tem que se mirar alto, buscar a melhora contínua.
Logo, suas metas futuras sempre são de enfrentar os melhores e estar nos melhores eventos. Para elucidar sua mentalidade, o mineiro deu um significativo exemplo.
Imagina você como jogador de futebol. Você joga num Vila Nova, numa Chapecoense. Sua vontade é de disputar a Série B ou uma Copa do Mundo?
Sem desmerecer nenhum jogador, mas você prefere jogar contra o Gabigol, um desses caras profissionais da Série A, ou você quer chegar a jogar contra o Neymar, o Mbappé, e outros caras deste nível, que tão no auge?
Por mais que você saiba que é perigoso, é arriscado, mas é aquilo de você ser lembrado futuramente. A luta é isso: o pessoal, no final das contas, vai lembrar com quem que você lutou…
Você quer ser um campeão apagado ou um cara que perdeu, mas perdeu para o Jon Jones? Quantas pessoas têm oportunidade de lutar com um cara desse?
Farei o máximo para chegar o mais rápido possível para poder tirar uma lasquinha de cada um ali…
Apenas negócios, nada além de respeito por Alex Poatan
Vitor Petrino é cirúrgico, o foco é no cinturão, independente da nacionalidade. O mineiro não descarta uma luta contra Alex Poatan, mas também deixa claro que não é uma perseguição.
Vitor Petrino quer uma oportunidade de lutar pelo cinturão e se o campeão for um brasileiro, não vê outra alternativa além de encarar um compatriota.
O Poatan, infelizmente, e felizmente para o Brasil, hoje, é o campeão. Não estou querendo tirar algo do Brasil, quero ganhar o meu cinturão.
Se amanhã ele não for campeão, for o Jamahal Hill ou outro, não tenho nada contra o Jamahal. Mas, ao mesmo tempo, tenho tudo (contra ele), porque quero o que ele tem, que é o cinturão, entendeu?
Imagina: estou no top 15 e 10 atletas do top 15 são brasileiros. Vou fazer o quê? Vou ficar parado e não vou buscar meu cinturão?
Eu estou mirando (no cinturão) não porque o cara é brasileiro, mas se os brasileiros são os melhores, quero lutar com os melhores.
Hoje ele (Poatan) é o campeão. É o melhor do mundo. Então, querendo ou não, quem está com cinturão é ele. É o cara a ser batido. Nada contra, só quero essa oportunidade.
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Repórter no Esportelândia. Licenciado em Literatura Inglesa. Jornalista com passagens por Quinto Quarto, Blog de Escalada, Minha Torcida, Futebol Interior e Techpost. Está no Esportelândia desde 2022.