O skate no Japão ilustra bem a filosofia de que o esporte é mais do que uma atividade física, é uma prática integral que promove a saúde, o espírito esportivo e a formação de caráter.
O Ariake Urban Sports Park, em Tóquio, construído especialmente para as Olimpíadas, exemplifica o comprometimento do Japão com o esporte e tem total relação com o crescimento da modalidade no país asiático.
Se você acompanhou os Jogos de Paris 2024, percebeu que havia uma grande quantidade de japoneses no skate, a grande maioria bem novos, abaixo dos 20 anos. Continue no texto e entenda mais sobre o motivo deste crescimento exponencial da modalidade no país.
O skate cresceu no Japão depois das Olimpíadas
O Ariake Urban Sports Park, em Tóquio, era um parque que contava com duas pistas, uma para a modalidade Park e outra para Street. No entanto, uma peculiaridade chamou a atenção: uma placa que proibia a prática de skate fora do circuito oficial.
Essa restrição é impressionante dentro do país que, apesar das três medalhas conquistadas nas Olimpíadas, muitos ainda sonham com o reconhecimento e aceitação total do skate no país.
No Japão, onde é comum falar baixo em lugares públicos e descartar o lixo apenas em casa, o ruído do skate pode ser considerado perturbador. Por essa razão, a prática do esporte é frequentemente reservada a parques específicos.
No entanto, é nesses mesmos parques que talentos como Yuto Horigome, medalhista de ouro nas Olimpíadas de 2021, dão seus primeiros passos no skate.
A infraestrutura dedicada e a disciplina dos atletas japoneses são fatores que contribuem para o sucesso no esporte. Esses espaços seguros permitem que os skatistas se desenvolvam sem enfrentar a resistência da sociedade.
Investimento do Japão em diversos esportes pode ser o segredo
O comprometimento do Japão com a formação de atletas vai além das instalações físicas. Há um investimento em treinadores qualificados e programas de desenvolvimento de talentos.
Isso cria um ambiente propício para que jovens skatistas possam se destacar e competir ao nível internacional. Por isso foi comum vermos atletas novos, como Yoshizawa Coco, que terá 14 anos ao final dos Jogos, representando o país no skate.
Assim, o sucesso do Japão no skate não é apenas fruto do talento individual, mas também do apoio estrutural e cultural que o país oferece aos seus atletas.
A cultura promovendo o esporte
Desde jovens, os japoneses são ensinados a valorizar tanto a vitória quanto a derrota, desde que tenham se esforçado ao máximo. Essa mentalidade contribui significativamente para o sucesso dos atletas japoneses em diversas modalidades, incluindo o skate.
Além dessa cultura esportiva enraizada, empresas como a Ajinomoto desempenham um papel crucial no desenvolvimento dos atletas.
A Ajinomoto, uma multinacional que atua em áreas como nutrição, farmacêutica e cosméticos, investe fortemente no apoio aos esportistas.
A empresa apoia atletas no Japão e se faz presente em território brasileiro, patrocinando nomes como o ginasta Arthur Nory, o judoca Rafael Silva e a maratonista aquática Ana Marcela Cunha, medalhista de ouro.
O “Projeto Vitória”, iniciativa da Ajinomoto, é um exemplo de como a empresa contribui para o aprimoramento do desempenho dos atletas.
Focado na melhoria da performance por meio de suplementos nutricionais e aminoácidos, o projeto oferece suporte científico e tecnológico para que os atletas possam alcançar seu máximo potencial.
Essa combinação de uma cultura esportiva forte e o apoio substancial de empresas e programas dedicados são os principais motivos que levam o Japão a se destacar tanto no skate quanto em outras modalidades.
O skate vai dominar o cenário esportivo
Além disso, o crescente aumento do skate no cenário mundial, inspirado por jovens atletas, como a brasileira Rayssa Leal, demonstra que a modalidade atraí cada vez mais jovens no mundo inteiro para integrarem.
De fato, não só o Japão é um país com grande crescimento no skate. Afinal, Estados Unidos, Austrália, Coreia do Sul e Canadá são outras nacionalidades com jovens competidores que foram destaques em Paris 2024.
Assim, o cenário que fica é que, mesmo que o país asiático tenha chamado atenção na modalidade, o skate por si só já é uma grande representação de um esporte que cresceu exponencialmente nos últimos anos e chama a atenção dos mais jovens.
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Repórter do Esportelândia. Jornalista pela Belas Artes. Responsável pela popularização da mídia do fisiculturismo de forma jornalística. Acadêmico de nutrição e criador da página Notícias Sobre Fisiculturismo. Está no Esportelândia desde 2021.