No momento de paralisação do futebol por conta da pandemia, os clubes conseguiram inovar e aproveitar o tempo com novos métodos de treinamentos. Agora, com a volta das partidas, a necessidade de ser criativo continua, desta vez para tentar simular a emoção de um estádio cheio e incentivar os jogadores.
Inicialmente, a atitude mais comum foi a utilização dos sons artificiais de torcida, o que acabou gerando críticas de jogadores e torcedores. Outra solução possível, neste momento, é a busca de parcerias com as gigantes da tecnologia.
É o que explica a especialista em tecnologia Luiza Ferreira, com base em estudos feitos pela
equipe do TechReviews: “Em outros esportes, as parcerias já começaram a aparecer. A NBA,
por exemplo, se uniu à Microsoft para achar um jeito de ‘preencher' os ginásios. Assim, o software Microsoft Teams está presente nos jogos, através de telões, deixando a torcida virtual muito próxima dos jogadores”, exemplifica.
Algumas iniciativas já contam com um empurrão das tecnologias para driblar o ambiente vazio dos estádios. Veja algumas delas!
Iniciativas para driblar a falta de público nos estádios
- Remote Cheerer
- Sala virtual em telão gigantesco
- Opção de encher o estádio virtualmente
- Torcida no estacionamento
Remote Cheerer
O Remote Cheerer é um aplicativo criado no Japão, mas que já está sendo testado em países
com ligas mais tradicionais. Os torcedores que utilizarem a plataforma podem gravar suas
reações enquanto assistem às partidas, possibilitando que elas sejam escutadas nos sistemas de alto-falantes dos estádios.
Além disso, o app também conta com reações pré-definidas, bastando que usuário escolha
uma delas. Assim, o volume dos sons aumenta de acordo com a quantidade de torcedores que selecionam determinada reação, deixando a ambientação sonora do estádio totalmente
interativa e resolvendo o problema citado por Ferreira. A inteligência artificial do aplicativo
bloqueia automaticamente os xingamentos, que são reconhecidos em vários idiomas.
Curiosamente, a ideia é um pouco antiga. Em 2014, o Hammam-Lif, da Tunísia, também usou um aplicativo que mensurava as reações dos torcedores e as transformava em sons no
estádio. Naquela época, os jogos aconteciam sem a presença de torcedores devido aos
conflitos civis que estavam em andamento no país.
Sala virtual em telão gigantesco
Para as partidas do Campeonato Brasileiro, o Corinthians planeja usar um telão de 200 metros quadrados em sua Arena. Este telão poderá receber até dois mil torcedores, que serão exibidos ao vivo durante a partida, como em uma videoconferência.
Dessa maneira, os alto-falantes reproduzirão fielmente tudo o que for gritado enquanto os torcedores acompanham os jogos pela televisão.
Opção de encher o estádio virtualmente
As transmissões do campeonato espanhol contaram com uma tecnologia utilizada pelo game FIFA 20. No entanto, a “presença” da torcida era opcional para o telespectador.
Aqueles que escolhiam acompanhar os jogos com estádio cheio, passavam a contar com imagens virtuais de torcedores nas arquibancadas durante todo o jogo. Para deixar ainda mais no clima, também havia a opção de adicionar gritos de torcida.
Torcida no estacionamento
A ideia de colocar a torcida no estacionamento do estádio começou na liga dinamarquesa.
Assim, os torcedores, cada um dentro de seu próprio carro, conseguem fazer o barulho chegar aos campos sem depender de nenhum mediador.
A tecnologia usada, mesma dos cinemas drive-in, não é tão inovadora quanto as outras citadas, mas a situação em si é quase distópica.
Certo é que qualquer inovação tecnológica terá grandes dificuldades em repetir a emoção das torcidas nas arquibancadas e nas cadeiras dos estádios em todo o mundo.
Por enquanto, não podemos voltar aos estádios, mas isso não diminui a paixão por futebol. Então aproveite para matar um pouco da saudade de torcer de perto por seu time com mais conteúdos sobre o esporte mais popular do planeta:
- Os 5 clubes de futebol que mais cresceram nas redes sociais em julho
- Ciência e “jeitinho”: como técnicos portugueses ganharam o mundo
- Guia do Cartola FC: como funciona e dicas para pontuar
- A queda de Sarri e os gols de Cristiano Ronaldo na Juventus
- Torcidas Ultras da Europa: entre manifestações de amor e ódio
Gustavo Andrade é jornalista, com MBAs em Comunicação e Marketing Digital e Gestão de Negócios. Foi repórter do UOL Esporte e do Superesportes, portal dos Diários Associados. Cobriu a Copa das Confederações de 2013, a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Fanático por esportes, acredita que informação é fundamental até para um bom debate de boteco!