No panteão do fisiculturismo, dois nomes negros ressoam como verdadeiros monarcas do esporte: Lee Haney e Ronnie Coleman.
Ambos ostentam a coroa de 8 títulos Olympia, se destacando como os principais atletas da história do bodybuilding.
Uma peculiaridade de ambos que não passa despercebida é a ascendência negra compartilhada por esses titãs. De fato, este fenômeno, segundo especialistas, encontra raízes na genética favorável dos afrodescendentes para o ganho de massa muscular.
Afinal, por que os melhores atletas de fisiculturismo são negros?
O médico Paulo Muzy destacou em episódio do podcast Renato Cariani dois fatores genéticos presentes provenientes da África que podem explicar a presença de negros no topo do fisiculturismo.
Primeiramente, o africano exibe níveis mais elevados de diidrotestosterona (DHT), um hormônio que desempenha papel crucial no desenvolvimento muscular.
Além disso, Muzy revelou que estudos indicam que populações afrodescendentes possuem características musculares distintas, como a presença de dois palmares longos e dois tibiais anteriores.
Você pode até discutir se isso é evolutivo ou não, é uma população que, no período cenozoico, era mais caçadora, precisava correr mais.
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Isso também explica o motivo pelo qual a genética dos negros os colocam no topo de outros esportes além do fisiculturismo.
Vai olhar nos esportes que são de velocidade, é imbatível, não dá.
A facilidade do negro de ganhar massa muscular e se destacar no fisiculturismo
Segundo Paulo Muzy, a influência do DHT vai além, impactando diretamente o desempenho físico.
Diante disso, esportes que demandam explosão e construção de massa, como a corrida e o fisiculturismo, encontram nos atletas negros uma excelência de desempenho.
A capacidade aprimorada de resposta hormonal e a predisposição genética contribuem para o destaque desses competidores em disciplinas que exigem tanto força quanto desenvolvimento.
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O lado negativo da genética afrodescendente para o fisiculturismo
Entretanto, como em qualquer complexidade genética, há outros lados que precisam ser considerados nessa discussão.
Um ponto negativo diante disso é a dificuldade enfrentada pelos afrodescendentes em hipertrofiar certos grupos musculares, como a panturrilha.
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Esse desafio é atribuído, em grande parte, às estruturas esguias que caracterizam muitos indivíduos desta ascendência, com braços e pernas superando o tronco em tamanho.
A questão da panturrilha coloca em jogo a variabilidade genética existente mesmo dentro de uma categoria ampla como “negros”. Inclusive, o próprio The King do fisiculturismo, Ronnie Coleman, já comentou que seu ponto fraco era justamente a panturrilha.
O sucesso dos negros no fisiculturismo vai além da genética
Ao notar a presença de atletas negros no topo do fisiculturismo, é fundamental evitar generalizações que retiram o sucesso individual.
A influência genética é apenas uma faceta da complexidade que envolve o desempenho atlético e o sucesso dos maiores nomes do bodybuilding.
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Tudo que Lee Haney e Ronnie Coleman fizeram e conquistaram vai além da herança ancestral, envolvendo disciplina, dedicação e anos de treinos intensos.
Em última análise, a dominância negra no fisiculturismo, personificada pelos competidores já mencionados, é um fenômeno que deriva de várias estruturas.
A genética desempenha um papel importante e, provavelmente, principal. Porém, não é o único protagonista nessa narrativa.
Oito títulos de Olympia são provenientes de um completo de predisposições genéticas, esforço individual e uma mentalidade que transcende os limites de grande parte da população.
Repórter do Esportelândia. Jornalista pela Belas Artes. Responsável pela popularização da mídia do fisiculturismo de forma jornalística. Acadêmico de nutrição e criador da página Notícias Sobre Fisiculturismo. Está no Esportelândia desde 2021.