Com toda a certeza, a noite da última quarta-feira (20) entrou para a história do esporte nacional. Aos 23 anos, João Marcello Cardoso Pereira, mais conhecido como Mãozinha, se tornou o 20º brasileiro a estrear na NBA, principal liga de basquete do mundo.

Ainda com poucos minutos em quadra, mas já com muito talento, o brasileiro chegou apresentando o seu cartão visitas e concluindo uma belíssima ponte aérea para marcar os seus dois primeiros pontos no torneio.

Empolgado com a grande oportunidade na carreira, o ala/pivô da Seleção Brasileira concedeu entrevista exclusiva para o Esportelândia, onde revelou detalhes da sua trajetória no basquete até chegar ao ápice da modalidade no mundo.

Assista ao trecho da entrevista de Mãozinha para o Esportelândia

A trajetória de Mãozinha no basquete

A caminhada de João Pereira no basquete começou ainda muito cedo. Em entrevista aos repórteres Eric Filardi e Nicollas Almeida, do Esportelândia, Mãozinha conta que desde os 7 anos já enfrentava desafios para crescer no mundo do esporte.

A carreira de basquete em si é bem curta, então, acredito que as coisas acontecem bem mais cedo por causa disso. Quando eu comecei, eu morava em Campo Grande, que é 60 quilômetros de distância do Rio de Janeiro, e tinha que treinar no Fluminense.

Às vezes eu saía às 14h30, 15h para chegar no treino às 18h30, e chegava atrasado ainda. Tinha vez que eu tinha que pegar dois ônibus e um metrô, e isso já com 7 anos.

Mãozinha
Mãozinha se tornou referência para o basquete brasileiro – Divulgação/Fabricio Miguel

Uma rotina extremamente exaustiva, mas que o jogador revela que conseguia dar conta, pois tinha um incentivo muito importante vindo da própria família. Conforme explica, o atleta sempre teve o seu pai como apoio e suporte.

Desde pequeno, meus pais me mostraram isso. Eu sempre soube que se você quer obter alguma coisa no basquete, você tem que se sacrificar. O basquete entrega muito, mas ele só entrega muito para aquele que se sacrifica muito.

Eu digo que eu fui muito privilegiado por ter uma pessoa tão perto de mim que foi o meu pai para me guiar.

Eu acho que se não tivesse ele, eu ia falar: ‘acho que isso daqui não vale a pena', porque você não vê o resultado de imediato. Eu estou colhendo agora o que eu plantei quando eu tinha 7 anos.

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Referências no esporte e na NBA

Com um grande currículo dentro do Brasil, com passagens por clubes como Corinthians, Pinheiros e Fortaleza, Mãozinha nunca escondeu que tem a Seleção Brasileira como um dos maiores sonhos da carreira.

Contudo, admite que seus olhos brilhavam quando assistia a alguns astros do basquete norte-americano desfilando talento pelas quadras.

Tem jogadores que eu gosto de assistir, como o próprio [Giannis] Antetokounmpo, o Lebron [James], como vários outros jogadores, eu gosto bastante de assistir.

Mas o time que eu cresci assistindo, foi quando eu peguei a era do San Antonio Spurs, o time de Duncan, Tony Parker, Manu Ginóbili, aquele time ali era absurdo e eu achava muito legal, porque a grande parte do time era de estrangeiros. Eles foram pioneiros para a NBA.

Tomando alguns nomes como grandes referências para a carreira, Mãozinha foi perguntado sobre quais seriam os jogadores da NBA que mais se assemelham ao seu estilo de jogo, e o atleta não vacilou na hora de responder.

É um pouco difícil de comparar comigo, mas eu diria que um jogador que eu gostava bastante era do Andrew Wiggins, que ajudou o Golden State a ser campeão. Eu gostava bastante dele, é um cara grande que vai no rebote, joga acima do aro, consegue marcar todo mundo.

O Aaron Gordon também é um cara que eu gosto bastante, um cara inteligente.

O principal objetivo na NBA

Sempre muito centrado com os objetivos profissionais, Mãozinha revelou ao Esportelândia qual a sua grande ambição na carreira. Depois de atingir a NBA, o que para muitos é considerado o ápice, o jogador avisa que o seu foco é, antes de tudo, dar o seu melhor.

Eu quero chegar no mais alto nível que eu posso. Se o meu mais alto nível for a NBA, eu quero e vou me esforçar para ficar na NBA. Se com o meu desempenho, eu só vou conseguir ficar na G-League mesmo, então vou me entregar o máximo para conseguir chegar no maior nível que eu consigo jogar.

Com certeza, quero ficar para NBA, mas primeiro busco jogar no maior nível possível, focado sempre em conseguir fazer o melhor que eu posso.

Próximo jogo de Mãozinha na NBA

Depois da estreia pelo Memphis Grizzlies na noite passada, quando anotou dois pontos contra o Golden State Warriors, agora Mãozinha encara o San Antonio Spurs nesta sexta-feira (22), às 21h (horário de Brasília).

 

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