Ao longo dos anos, a Fórmula 1 e a Fórmula Indy se firmaram como as duas maiores e principais competições do automobilismo mundial. No entanto, apesar de algumas similaridades, há algumas distinções entre os dois torneios. E é por isso que iremos te ajudar a entender todas as diferenças entre Fórmula 1 e Indy!
Histórias da Fórmula 1 e da Fórmula Indy
A origem da Fórmula 1 está diretamente relacionada à reunião dos Grandes Prêmios que eram disputados na Europa no início do Século XX. Porém, foi em 1950 que a Federação Internacional de Automobilismo criou a categoria.
Inicialmente, além das corridas pelo continente europeu, o mundial de Fórmula 1 incluía o resultado das 500 milhas de Indianápolis. Curiosamente, foram justamente as 500 milhas de Indianápolis que deram origem à Fórmula Indy.
O termo Indy é uma alusão à prova, umas principais de todo o automobilismo e realizada desde 1911. No entanto, há controvérsias sobre quando a Fórmula Indy realmente passou a ser disputada.
Há quem defenda que a Indy começou mesmo em 1956, quando a USAC (United States Auto Club) começou a organizar o campeonato. Já a partir de 1979 e até meados dos anos 1990, o nome “Indy” era usado para descrever as corridas de carros conhecidos como “Open Wheel” nos Estados Unidos.
Essas competições eram organizadas pela CART (Championship Auto Racing Teams), com exceção das 500 milhas de Indianápolis, que seguia sob chancela da USAC (United States Auto Club). O nome oficial Indy Racing League passou a ser usado a partir de 1996.
Lista das principais diferenças entre Fórmula 1 e Indy
A Fórmula 1 e a Fórmula Indy possuem focos diferentes em seu torneio. Por um lado, a F1 sempre buscou mais tecnologia em seus carros. Enquanto a Indy prioriza a competitividade entre os pilotos na pista.
Esses objetivos provocam algumas das principais diferenças entre Fórmula 1 e Fórmula Indy, como na composição dos chassis e nos motores.
Carros
As equipes de Fórmula 1 são responsáveis pela fabricação dos chassis ou comprá-los de um fornecedor. Já na Indy, todas as equipes utilizam o mesmo projeto básico fornecido pela Dallara.
Peso e tamanho
O peso mínimo do carro de Fórmula 1 é 798 kg, enquanto a Indy tem carros um pouco mais leves, com no mínimo 748 kg em circuitos ovais e 766 kg em circuitos mistos. Outra diferença está no tamanho dos carros. Na Indy, o comprimento mínimo é de 5,13m, com 1,93m de largura.
Já na Fórmula 1, a regra da categoria determina que os carros não podem ter mais que 95 cm de altura, nem 2 m de largura com os pneus dianteiros sem esterçamento.
Motor
Atualmente, os motores da Fórmula 1 são fornecidos por Ferrari, Renault, Honda e Mercedes. Com layout V6 de 90 graus, as rotações são limitadas a 15.000 rpm. A potência não é declarada, mas é estimada entre 750 cv e 1.000 cv.
Na Indy, os motores são fornecidos por Honda e Chevrolet. Eles também são V6, mas com diferenças de configurações. A velocidade do motor é limitada a 12.000 rpm e o combustível deve ser E85 (15% de gasolina e 85% de etanol).
A potência dos motores na Indy varia entre 558 cv (550 hp) e 760 cv (750 hp) de acordo com o circuito em que a prova será disputada.
Câmbio
Tanto na Fórmula 1 quanto na Indy, o câmbio com trocas automáticas é proibido. Porém, as duas categorias permitem a atuação automática da embreagem, tornando os câmbios semi-automáticos.
Na Fórmula 1, são 8 marchas à frente e uma à ré, enquanto na Indy são 6 marchas à frente e uma à ré.
Direção
A principal diferença na direção entre as duas categorias está na impossibilidade de qualquer assistência na Indy, enquanto a Fórmula 1 autoriza a assistência hidráulica. Assim, os carros da Indy são mais pesados e considerados mais difíceis de dirigir que os da Fórmula 1.
Pneus
Na Indy, os pneus são fornecidos pela Firestone, com largura de 258 mm x 308 mm. Já a Pirelli tem o monopólio da Fórmula 1, com pneus de 305 mm x 405 mm.
Velocidade máxima na Fórmula 1 na Fórmula Indy
Embora a Fórmula 1 prime pela tecnologia de ponta sempre que possível, os carros da Fórmula Indy atingem velocidades mais altas.
Na categoria norte-americana, o recorde de velocidade em uma corrida foi alcançado por Paul Tracy no circuito oval de Michigan em 1996: 413,52 km/h.
Na Fórmula 1, o recorde de velocidade pertence a Valtteri Bottas, com 378 km/h, durante classificação em Baku, em 2016. Em corrida, o recorde pertence a Juan Pablo Montoya, no GP da Itália de 2005, alcançando 372,6 km/h.
Em relação à velocidade média em uma prova, o brasileiro Gil de Ferran detém o recorde da Fórmula Indy, com 388,537 km/h, no circuito oval de Pocono em 2000.
Na Fórmula 1, o valor máximo de velocidade média em uma corrida é de Damon Hill no GP de Monza de 1993: 249,835 km/h.
Circuitos da Fórmula 1 e da Fórmula Indy
Espalhados por todo o mundo, os circuitos da Fórmula 1 são autódromos fechados ou circuitos de rua. A categoria não tem circuitos ovais desde 1960, quando as 500 milhas de Indianápolis deixaram de integrar o seu calendário oficial.
Os circuitos da Indy, por sua vez, podem ser divididos em 4 grupos:
- ovais longos, com mais de duas milhas (3,2 km) de comprimento, geralmente chamados de superspeedways;
- ovais curtos com cerca de 1,5 milha (2,4 km);
- circuitos mistos (road courses);
- circuitos de rua (street courses).
Orçamentos da Fórmula 1 e da Fórmula Indy
Uma das grandes diferenças entre Fórmula 1 e Indy está nos valores gastos pelas equipes. Enquanto as escuderias da F1 desembolsam até US$ 125 milhões para construção e desenvolvimento dos carros, na categoria norte-americana esse valor não costuma passar de US$ 3 milhões.
Essa diferença tão grande tem explicação: as equipes de Fórmula 1 desenvolvem o próprio chassi, enquanto as da Indy compram de sua única fornecedora, a Dallara.
Com valores gastos com pesquisa e desenvolvimento, motores, testes e taxas de inscrição, as equipes da Fórmula 1 tem orçamento total estimado em US$ 470 milhões. Já na Indy, o orçamento total gira em torno de US$ 15 milhões.
Campeonatos da Fórmula 1 e da Fórmula Indy
Em 2024, o campeonato da Fórmula Indy terá 18 corridas e 39 pilotos. Já a Fórmula 1 terá 20 pilotos, com 2 representantes por equipe, em disputa em 24 GPs.
Na Indy, até 28 carros se classificam para cada corrida. Além da disputa do campeonato de pilotos, há a competição entre fabricantes de motor, mas não de equipes. Já na Fórmula 1, assim como há o mundial de pilotos, as equipes disputam o título de cada temporada.
Sistemas de pontuação
Na Fórmula Indy, ninguém fica sem pontuar. Desde o primeiro até o último colocado, todos são incluídos no sistema de pontuação. O vencedor da corrida recebe 50 pontos, o segundo ganha 40 e o terceiro, 35.
Da quarta até a 10ª colocação, a diferença entre uma posição e outra é de dois pontos — de 32 (4º) a 20 (10º). Entre a 11ª posição e a 24ª, a diferença de pontos é de apenas um (de 19 a 6 pontos). E os pilotos que ficarem na 25ª posição ou abaixo levam somente cinco pontos.
Já na Fórmula 1, somente os 10 primeiros colocados pontuam. O vencedor de uma corrida ganha 25 pontos. São 18 para o segundo colocado, 15 para o terceiro, 12 para o quarto, 10 para o quinto, 8 para o sexto, 6 para o sétimo, 4 para o oitavo, 2 para o nono e 1 para o décimo.
Ao longo da história, alguns pilotos que se destacaram em uma categoria e também foram vitoriosos na outra, como Nigel Mansell e Emerson Fittipaldi.
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