O Mundial de Surf foi apenas uma das diversas competições afetadas pela pandemia do novo coronavírus. No entanto, o cancelamento da edição de 2020 aconteceu junto com a promessa de uma empolgante temporada da WSL 2021.
Repleta de brasileiros, com mudanças importantes na ordem das etapas — e com o resgate da lendária etapa da Indonésia — e uma inédita e controversa finalíssima, a edição de 2021 da principal competição do surf mundial promete ser, no mínimo, diferente.
A seguir, você confere o guia que preparamos da WSL 2021. Funcionamento, participantes, calendário, descrição das etapas e dos surfistas brasileiros, mostramos tudo, enfim, que você precisa saber para curtir a mais nova temporada do melhor surf do mundo.
Como funciona a Liga Mundial de Surf?
Quando fala-se em Liga Mundial de Surf, refere-se tanto à WSL, a World Surf League, a entidade máxima do surf, como ao Mundial de Surf, o grande campeonato profissional por ela organizada.
A Liga organiza praticamente todos os eventos de surf no mundo, de competições a torneios de exibição.
O mundial, por sua vez, é disputado pelos principais surfistas do mundo, como Kelly Slater, e os brasileiros — e mais recentes campeões — Gabriel Medina e Ítalo Ferreira.
Sua fórmula de disputa é como um campeonato de ponto de pontos corridos, com a adição de uma finalíssima para os cinco melhores classificados. Há, claro, um campeonato masculino e um feminino.
Esses pontos são somados durante 10 etapas — mini-competições eliminatórias transcorridas em diferentes picos, do Brasil ao Havaí, de Indonésia à Austrália.
The WSL Finals: a novidade de 2021
A grande novidade para a Liga Mundial de Surf de 2021 será a chamada WSL Finals.
Isso mesmo, a partir de agora o campeão mundial será decidido numa prova final, em dia único, num mata-mata entre os cinco surfistas com as melhores pontuações após as toda as etapas da temporada.
O regulamento da WSL 2021
Com exceção da nova finalíssima, são poucas as mudanças que podem ser destacadas para o regulamento da WSL em 2021.
A mais impactante é o número de etapas, que passa a ser igual entre homens e mulheres (10), e a disputa daquela que pode ser a última etapa da temporada, a do Taiti, de maneira conjunta entre homens e mulheres, algo que não acontecia desde 2006.
No mais, nós produzimos um conteúdo especial sobre o funcionamento do torneio. É completinho, com as regras detalhadas, o histórico e a lista dos grandes campeões. Confira:
Campeonato Mundial de Surf: a história e como funciona a WSL
Qualifying Series, Big Wave, Longboard e Junior
Mas não é somente a corrida pelo título mundial que acontece durante a temporada de 2021 da WSL. Concomitantemente com o Championship Tour, desenrolam-se outras quatro competições, todas com a mesma lógica de pontos corridos.
A Qualifying Series é, como diz o nome, a competição que dá vagas para o CT do ano seguinte. Na teoria, todos os competidores pelo título também estão na QS, precisando também de uma certa pontuação para não serem “rebaixados”.
O Big Wave (do qual falamos aqui) é o campeonato de ondas gigantes. Um dos picos do tour é a mítica praia de Nazaré, Portugal.
O Longboard é isso mesmo que você imagina, o surf em pranchas mais compridas. Tem uma temporada mais curta e etapas próprias, mas a lófica segue a mesma do CT.
Já o Junior é o campeonato de juniores da WSL, com um número bem maior de competidores e também de etapas. O formato é pensado para os competidores, muitos menores de idade terem oportunidades para participar de um número maior de eventos.
Quando começa a Liga Mundial de Surf 2021?
A Liga Mundial de Surf de 2021 começa em dezembro de 2020. Para as mulheres, a primeira etapa, a Maui Pro, tem início no dia 4. No surf masculino, a largada da temporada será no dia 8, com a lendária etapa do Pipe Masters.
As etapas da WSL 2021
- Maui Pro: A etapa de Maui é a equivalente de Pipe Master para o surf feminino. Localizada nas ótimas águas de Honolua Bay, no Havaí, normalmente fecha a temporada das mulheres. Desta vez, vai abrir a WSL 2021.
- Pipe Masters: A mais famosa das etapas da WSL é localizada na lendária Pipeline, talvez o mais valorizado pico de surf do mundo. Tradicionalmente fecha a temporada masculina. Em 2021, terá a honra de abrí-la.
- Sunset Open: Seguindo a temporada havaina, a etapa é disputada na desafiadora Sunset Beach, na costa norte de Oahu. O pico é tido como desafiador, pelas altas ondas e pela extensa formação de corais.
- Santa Cruz Pro: Localizada na cidade de Santa Cruz, na Califórnia, a etapa é famosa pelo encontro da cultura do surf com a do skate, de grande representatividade na área. Os profissionais das pranchas costumam a se encontrar no período de espera e se prestigiar em suas competições.
- Pro Portugal: A etapa da cidade de Peniche, em Portugal, é uma das mais recentes, criada em 2009. É famosa por suas ondas de Supertubos. Os brasileiros dominam o histórico da prova, vencendo 5 dos 11 eventos já disputados.
- Pro Bells Beach: A etapa de Bells Beach, a na Austrália, é uma das mais icônicas. Não só pelas boas ondas mas por toda a atmosfera. A música Hells Bells, da conterrânea banda AC/DC, toca nos alto-falantes em todos os dias de prova. O vencedor leva até um troféu em forma de sino.
- Margaret River Pro: Localizada na porção ocidental da Austrália, a praia de Margaret River que hospeda há duas decadas a etapa é belíssima. As ondas são na medida, de dois para três metros e até 10 segundos de swell.
- Open Gold Coast: Tradicionalmente a etapa que abre a temporada da WSL, em 2021 foi movida para o meio do ano. A OGC é localizada na famosa cidade de Gold Coast, na Austrália.
- Pro G-Land: De volta ao circuito após 25 anos, a G-Land é uma etapa mítica. Remoto e “cru”, o pico é localizado no leste da Ilha de Java, na Indonésia. É considerado um dos mais desafiadores do mundo.
- Rio Pro: A etapa brasileira da WSL acontece na cidade de Saquarema no Rio de Janeiro. Filipe Toledo, com três vitórias (2015, 2018, 2019) é o surfista mais bem-sucedido do pico dos últimos oito anos.
- Open J-Bay: A etapa ocorre na Baía de Jeffrey, na costa oeste da África do Sul. Apelidado carinhosamente de “J-Bay”, o pico é famoso por suas ondas de Supertubos
- Surf Ranch Pro: Disputada em Leemore, na região rural da Califórnia, EUA, é a primeira e única etapa em uma piscina de ondas artificiais. Idealizada, aliás, por ninguém menos que Kelly Slater.
- Tahiti Pro: Costumeiramente uma etapa decisiva, é disputada em Teahupo'o, na costa sudoeste do Taiti. Além de ótimas ondas, o pico é conhecido por também por suas ondas gigantes.
- The WSL Finals: Novidade da temporada 2021, a finalíssima será disputada em Trestles, na Califórnia, EUA. É um pico com muita moral entre os surfistas profissionais. Filipe Toledo, por exemplo, que mora na região desde 2015.
O calendário da WSL 2021
- Maui Pro: 4-15 de dezembro
- Pipe Masters: 8-20 de dezembro
- Sunset Open: 19-28 de janeiro
- Santa Cruz Pro: 2-12 de fevereiro
- Pro Portugal: sem data definida
- Pro Bells Beach: 1-11 de abril
- Margaret River Pro: 16-26 de abril
- Open Gold Coast: 3-13 de maio
- Pro G-Land: sem data definida
- Rio Pro: 11-20 de junho
- Open J-Bay: 25 de junho a 9 de julho
- Surf Ranch Pro: 12-15 de agosto
- Tahiti Pro: 23 de agosto a 2 de setembro
- The WSL Finals: 8-17 de setembro
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Os surfistas brasileiros na WSL 2021
A Brazilian Storm vem forte para mais uma edição do Mundial de Surf da WSL. No campeonato masculino, são nada menos que nove competidores no Championship Tour.
Desses, três já são campeões: Adriano de Souza, o Mineirinho, que venceu em 2015; Gabriel Medina, bicampeão (2014 e 2018); e Ítalo Ferreira, o mais recente vencedor do WCT, em 2019 — a edição de 2020 foi cancelada devido a pandemia do novo coronavírus.
Esses dois últimos, que irão representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio são, juntos de Filipe Toledo — o quarto colocado de 2019 — três do grandes favoritos para vencer a edição de 2021.
Adriano de Souza, que conviveu com lesões nos últimos anos, corre por fora. Capacidade, experiência e talento ele tem de sobra, resta ver sua condição física.
Os demais competidores brasileiros no CT são: Alex Ribeiro, Jadson Andre, Miguel Pupo, Peterson Crisanto e Yago Dora. Olho neste último, parananense de 24 anos que em 2019 pegou duas 5ª posições, uma delas em Pipe Masters.
Entre as mulheres, a “olímpica” Tatiana Weston-Webb é a única representante brasileira. Campeã do WCT em 2016, Tatiana ficou na sexta colocação no último torneio, em 2019. A melhor posição daquela temporada foi o vice da etapa de Margaret River, além de outros dois pódios em Portugal e em Maui.
Todos os surfistas participantes da WSL 2021
Championship Tour Masculino
- Adrian Buchan (AUS)
- Adriano de Souza (BRA)
- Alex Ribeiro (BRA)
- Caio Ibelli (BRA)
- Conner Coffin (EUA)
- Connor O'Leary (AUS)
- Deivid Silva (BRA)
- Ethan Ewing (AUS)
- Filipe Toledo (BRA)
- Frederico Morais (POR)
- Gabriel Medina (BRA)
- Griffin Colapinto (EUA)
- Italo Ferreira (BRA)
- Jack Freestone (AUS)
- Jack Robinson (AUS)
- Jadson Andre (BRA)
- Jeremy Flores (FRA)
- John John Florence (HAV)
- Jordy Smith (África do Sul)
- Julian Wilson (Austrália)
- Kanoa Igarashi (Japão)
- Kelly Slater (EUA)
- Kolohe Andino (EUA)
- Leonardo Fioravanti (ITA)
- Matthew McGillivray (AFS)
- Michel Bourez (FRA)
- Miguel Pupo (BRA)
- Mikey Wright (AUS)
- Morgan Cibilic (AUS)
- Owen Wright (AUS)
- Peterson Crisanto (BRA)
- Ryan Callinan (AUS)
- Seth Moniz (HAV)
- Wade Carmichael (AUS)
- Yago Dora (BRA)
Championship Tour Feminino
- Amuro Tsuzuki (JAP)
- Brisa Hennessy (CR)
- Bronte Macaulay (AUS)
- Carissa Moore (HAV)
- Caroline Marks (EUA)
- Courtney Conlogue (EUA)
- Isabella Nichols (AUS)
- Johanne Defay (FRA)
- Keely Andrew (AUS)
- Lakey Peterson (EUA)
- Macy Callaghan (AUS)
- Malia Manuel (HAV)
- Nikki Van Dijk (AUS)
- Sage Erickson (EUA)
- Sally Fitzgibbons (AUS)
- Stephanie Gilmore (AUS)
- Tatiana Weston-Webb (BRA)
- Tyler Wright (AUS)
Onde assistir à Liga Mundial de Surf 2021
Os canais ESPN farão a cobertura completa da Liga Mundial de Surf 2021, com a transmissão de todas as etapas na ESPN e no ESPN App.
Você também pode assistir à diversos eventos da Liga Mundial de Surf 2021 no site worldurfleague.com e no app da World Surf League.
Agora que você sabe tudo sobre a temporada de 2021 da WSL, aproveite para aumentar seu conhecimento sobre surf:
- Kelly Slater: biografia, títulos mundiais e recordes no surf
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*Última atualização em 1 de dezembro de 2020
Jornalista formado pela UNESP, foi repórter da Revista PLACAR. Cobriu NBB, Superliga de Vôlei, A1 (Feminino), A2 e A3 (Masculino) do Campeonato Paulista e outras competições de base na cidade de São Paulo. Fanático por esportes e pelas histórias que neles acontecem, dos atletas aos torcedores.