Entre 2014 e 2022, o Brasil dominou o Campeonato Mundial de Surf. Gabriel Medina, por três vezes, Adriano de Souza, Italo Ferreira e Filipe Toledo levaram seis dos oito títulos da World Surf League (WSL) nesse período.

E o show da Brazilian Storm não deve parar por aí. Se você quer torcer pelos surfistas brasileiros e saber como funciona o Campeonato Mundial de Surf, está no lugar certo.

Fique com a gente para conhecer todas as regras, as etapas e o sistema de pontuação usado na WSL. Acabe agora mesmo com suas dúvidas!

Para começar, saiba quando começou o Mundial de Surf!

História do Campeonato Mundial de Surf

O Campeonato Mundial de Surf é a principal competição do esporte no mundo. A disputa entre os melhores surfistas do planeta é organizada pela World Surf League (WSL), a Liga Mundial de Surf.

O Mundial de Surf foi disputado pela primeira vez em 1976, quando o australiano Peter Townend levou o título.

Desde 1992, o Mundial de Surf é dividido entre a elite dos surfistas do mundo, que disputam o Circuito Mundial, conhecido pela sigla WCT, e a divisão de acesso, que recebia o nome de WQS e agora Challenger Series.

Saiba, a seguir, quem são os maiores campeões da história do Campeonato Mundial de Surf!

Quem é o maior campeão do Mundial de Surf?

Kelly Slater melhor surfista do mundo em todos os tempos
Em 2011, Kelly Slater conquistou seu 11º título mundial de surf

O norte-americano Kelly Slater é o maior campeão da história do Campeonato Mundial de Surf, com 11 títulos. Ele levou os títulos da WSL em 1992, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 2005, 2006, 2008, 2010, 2011.

Reconhecido como o maior surfista de todos os tempos, Kelly Slater superou o recorde de títulos que pertencia a Mark Richards. O australiano foi tetracampeão, entre 1979 e 1982.

Na sequência de maiores vencedores do Mundial de Surf, estão Andy Irons, Tom Curren, Mick Fanning e Gabriel Medina. Todos com três títulos.

Os bicampeões do Campeonato Mundial de Surf são: Tom Carroll, Damien Hardman, John John Florence e Filipe Toledo.

Além de Medina e Toledo, Adriano de Souza, Italo Ferreira e representam o Brasil na lista de maiores campeões do Mundial de Surf. Confira todos eles logo a seguir!

Maiores campeões do Mundial de Surf

  • Kelly Slater – 11 títulos
  • Mark Richards – 4 títulos
  • Andy Irons, Tom Curren, Mick Fanning e Gabriel Medina – 3 títulos
  • Tom Carroll, Damien Hardman, John John Florence e Filipe Toledo – 2 títulos
  • Midget Farrelly, Felipe Pomar, Nat Young, Fred Hemmings, Rolf Aurness, James Blears, Ian Cairns, Reno Abellira, Peter Townsend, Shaun Tomson, Wayne Bartholomew, Barton Lynch, Martin Potter, Derek Ho, Mark Occhilupo, Sunny Garcia, C. J. Hobgood, Joel Parkinson, Adriano de Souza e Italo Ferreira – 1 título

Brasileiros campeões mundiais de surf

  • Gabriel Medina – 3 títulos (2014, 2018 e 2021)
  • Filipe Toledo – 2 títulos (2022 e 2023)
  • Adriano de Souza – 1 título (2015)
  • Italo Ferreira – 1 títulos (2017)
Foto Destaque: Thiago Diz/WSL
Filipe Toledo o campeão mundial de surf em 2022 e 2023. WSL

Quatro representantes da Brazilian Storm já foram campeões mundiais de surf. Em 2014, Gabriel Medina foi o primeiro brasileiro a levar o título da WSL. Quatro anos depois, ele foi bicampeão mundial e chegou ao tri em 2021. 

Adriano de Souza, o Mineirinho, foi campeão mundial em 2015, enquanto Italo Ferreira conquistou seu primeiro título da WSL em 2019 e Filipe Toledo, o último campeão, em 2022 e 2023.

Foi justamente o talento desses surfistas que levou a geração de brasileiros a receber o apelido de Brazilian Storm, ou Tempestade Brasileira.

Veja, ano a ano, quem foram os vencedores do Campeonato Mundial de Surf!

Todos os campeões do Mundial de Surf

  • 2023 – Filipe Toledo (Brasil)
  • 2022 – Filipe Toledo (Brasil)
  • 2021 – Gabriel Medina (Brasil)
  • 2019 – Ítalo Ferreira (Brasil)
  • 2018  – Gabriel Medina (Brasil)
  • 2017  –  John John Florence (Havaí)
  • 2016  –  John John Florence (Havaí)
  • 2015  – Adriano de Souza (Brasil)
  • 2014  – Gabriel Medina (Brasil)
  • 2013  – Mick Fanning (Austrália)
  • 2012  –  Joel Parkinson (Austrália)
  • 2011  – Kelly Slater (Estados Unidos)
  • 2010  – Kelly Slater (Estados Unidos)
  • 2009  – Mick Fanning (Austrália)
  • 2008  – Kelly Slater (Estados Unidos)
  • 2007  – Mick Fanning (Austrália)
  • 2006  – Kelly Slater (Estados Unidos)
  • 2005  – Kelly Slater (Estados Unidos)
  • 2004  – Andy Irons (Havaí)
  • 2003  – Andy Irons (Havaí)
  • 2002  – Andy Irons (Havaí)
  • 2001  – C. J. Hobgood (Estados Unidos)
  • 2000  – Sunny Garcia (Havaí)
  • 1999  – Mark Occhilupo (Austrália)
  • 1998  – Kelly Slater (Estados Unidos)
  • 1997  – Kelly Slater (Estados Unidos)
  • 1996  – Kelly Slater (Estados Unidos)
  • 1995  – Kelly Slater (Estados Unidos)
  • 1994  – Kelly Slater (Estados Unidos)
  • 1993  – Derek Ho (Havaí)
  • 1992  – Kelly Slater (Estados Unidos)
  • 1991  – Damien Hardman (Austrália)
  • 1990  – Tom Curren (Estados Unidos)
  • 1989  – Martin Potter (Grã-Bretanha)
  • 1988  – Barton Lynch (Austrália)
  • 1987/88  – Damien Hardman (Austrália)
  • 1986/87  – Tom Curren (Estados Unidos)
  • 1985/86  – Tom Curren (Estados Unidos)
  • 1984/85  – Tom Carroll (Austrália)
  • 1983/84  – Tom Carroll (Austrália)
  • 1982  – Mark Richards (Austrália)
  • 1981  – Mark Richards (Austrália)
  • 1980  – Mark Richards (Austrália)
  • 1979  – Mark Richards (Austrália)
  • 1978  – Wayne Bartholomew (Austrália)
  • 1977  – Shaun Tomson (África do Sul)
  • 1976  – Peter Townend (Austrália)

Regras do surf WSL

Ítalo Ferreira títulos WSL
Italo Ferreira se tornou um dos surfistas mais vitoriosos do mundo nos últimos anos

A Liga Mundial de Surf (WSL) é responsável por organizar o Championship Tour (CT), mundial já vencido três vezes por Gabriel Medina, uma por Adriano de Souza, outra por Italo Ferreira e a última por Filipe Toledo.

O Campeonato Mundial sofreu algumas mudanças a partir do ano de 2022 e que se seguem nos próximos anos. Ao final da temporada regular, os cinco melhores surfistas do ranking disputam o título mundial em Trestles, na Califórnia (EUA).

Entenda, a seguir, como funcionam as etapas.

Formato de disputa das etapas da WSL

Primeiramente, acontece a disputa das cinco primeiras etapas: Pipeline (Havaí), Sunset Beach (Havaí), Peniche (Portugal), Bells Beach (Austrália) e Margaret River (Austrália). Em seguida, é feito um corte no meio da temporada. 

Os 12 homens e seis mulheres que tiveram a pior colocação serão cortados e terão que disputar sua permanência na elite do surf na Qualifying Series.

Depois da nota de corte, as etapas dão continuidade apenas com os surfistas que estão melhores no ranking.

Ao final, os cinco melhores homens e as cinco melhores mulheres no ranking disputam a WSL Finals, em Trestles, na Califórnia.

Pontuação por etapa do Mundial de Surf

  • 1º lugar – 10.000 pontos
  • 2º lugar – 7.800 pontos
  • 3º lugar – 6.085 pontos
  • 5º lugar – 4.745 pontos
  • 9º lugar – 3.320 pontos
  • 17º lugar – 1.330 pontos
  • 33º lugar – 265 pontos
  • Lesionado – 265 pontos

Challenger Series

O campeonato seleciona os melhores surfistas para a elite do surf mundial. Sendo que, os dez melhores posicionados no masculino e cinco do feminino. A cometição é uma espécie de segunda divisão do surf. Ao todo, são 96 atletas do ranking masculino e 64 do feminino.

Na temporada 2022, por exemplo, os brasileiros Samuel Pupo e Deivid Silva conseguiram a classificação.

Julgamento e Notas no Mundial de Surf

Em cada bateria do Campeonato Mundial de Surf, são consideradas as duas melhores notas de um surfista. Como cada onda vale até 10 pontos, a pontuação máxima em uma bateria é de 20 pontos. 

Cada bateria dura, normalmente, 30 minutos. Caso a organização julgue necessário, pode aumentar esse tempo.

Se ninguém pegar uma onda durante os primeiros 10 minutos de uma bateria, o juiz principal terá o poder de reiniciar a bateria.

Um painel de cinco juízes pontua cada onda em uma escala de um a 10. Para cada pontuação, as notas mais alta e mais baixa (dos cinco juízes) são descontadas, e o surfista recebe a média das três pontuações restantes. 

Não há limite para o número de ondas que serão pontuadas, mas as duas ondas com melhor pontuação (de 1 a 10) são somadas para definir a pontuação final do surfista em uma bateria (com máximo de 20 pontos).

Os juízes analisam os seguintes elementos ao dar notas na WSL:

  • Compromisso e grau de dificuldade
  • Manobras inovadoras e progressivas
  • Combinação das principais manobras
  • Variedade de manobras
  • Velocidade, potência e fluxo

Escala de notas da WSL

  • 0.0 – 1.9: Fraco
  • 2.0 – 3.9: Justo
  • 4.0 – 5.9: Médio
  • 6.0 – 7.9: Bom
  • 8.0 – 10.0: Excelente

Prioridade no Mundial de Surf

O surfista com prioridade tem o direito incondicional de pegar qualquer onda que escolher.

Outros surfistas na bateria podem remar e pegar a mesma onda, mas apenas se não atrapalharem o potencial de pontuação de um surfista com prioridade. 

Um surfista perde a prioridade quando pega uma onda e/ou um surfista rema, mas perde uma onda. 

Se dois ou mais surfistas pegarem uma onda, o primeiro surfista a chegar à zona de decolagem terá prioridade.

Interferência no Mundial de Surf

Um surfista que atrapalhe o potencial de pontuação de outro surfista com prioridade sobre ele receberá uma penalidade por interferência. 

Na maioria das situações, isso significa que a pontuação da bateria será calculada usando apenas a melhor onda de pontuação. 

Se um surfista causar duas interferências, ele será desqualificado da bateria.

Foi uma interferência em uma onda de Caio Ibelli que levou Gabriel Medina a ser eliminado na etapa de Peniche, em Portugal, na reta final do Campeonato Mundial de Surf de 2019.

No Pipe Masters de 2019,  Medina e Caio voltaram a se enfrentar. Naquela oportunidade, houve uma nova interferência, mas com um efeito diferente.

Gabriel Medina interferiu na onda de Caio Ibelli propositalmente, pois sabia que a punição não seria suficiente para deixá-lo atrás do compatriota a poucos segundos do fim da bateria.

Medina perdeu a pontuação de sua segunda melhor onda, mas os pontos restantes foram suficientes para assegurar sua vitória sobre Caio Ibelli e a permanência na competição.

A WSL tratou então de reformular a regra, a fim de evitar que isso pudesse acontecer mais vezes. Dessa forma, determinou uma nova que passou a entrar em vigor em 2021. Se caso ela existisse no confronto entre os brasileiros, Medina teria sido eliminado e Caio avançado de fase.

Com a nova regra, o surfista que cometer uma interferência como a de Medina, terá sua melhor nota retirada do somatório. Se por ventura os juízes interpretarem que a ação teria sido proposital, o atleta é eliminado da etapa.

A seguir a regra: quando há interferência nos cinco minutos finais da bateria, e esta impede que o adversário surfe uma onda potencial para entrar em sua somatória, o surfista perde a sua melhor onda — e não mais a segunda, como acontecia antes.

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Calendário masculino da WSL 2024

Primeira etapa: 29-10 de janeiro a fevereiro: Pro Pipeline no Havaí

Segunda etapa: 12-23 de fevereiro: Sunset Beach no Havaí

Terceira etapa: 06-16 de março: Portugal em Supertubos, Peniche, Portugal

Quarta etapa: 26 de março até 5 de abril : Pro Bells Beach em Victoria, Austrália

Quinta etapa: 11-21 de abril: Margaret River Pro em Main Beach, Western Australia

Corte do meio da temporada: redução de 36 para 24 participantes (18 do masculino e 12 do feminino)

Sexta etapa: 22/31 de maio: Teahupo’o, no Taiti

Sétima etapa: 06-15 de junho: El Salvador Pro

Oitava etapa: 22-30 de junho: Rio Pro em Saquarema, Brasil

Nona etapa: 20-29 de agosto: Cloudbreak, Fiji

WSL Finals

Rip Curl WSL Finals: 06-14 de setembro Lower Trestles, Califórnia, Estados Unidos.

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