Cristiano Ronaldo, LeBron James, Djokovic ou Kelly Slater: especialistas respondem qual veterano performa melhor

Imagine desafiar as leis do tempo, não em um filme de ficção, mas nos palcos mais exigentes do esporte mundial. Enquanto a maioria dos atletas pendura as chuteiras, raquetes, tênis ou pranchas próximo dos 30 e poucos anos, alguns poucos desafiam a lógica, mantendo-se no topo por décadas. Mas o que realmente os diferencia?

Cristiano Ronaldo (40), LeBron James (40) e Novak Djokovic (38) são mais do que lendas; são anomalias biológicas e psicológicas. Bem como o GOAT do surf, Kelly Slater. Aos 53 anos, o surfista, maior vencedor da história da modalidade, deixou a aposentadoria para competir mais uma vez em 2025, em Trestles (EUA). Mas o que os motiva?

Este artigo mergulha nas estatísticas, na ciência do corpo e da mente, e no implacável campo de batalha competitivo para desvendar os segredos por trás da longevidade sem precedentes desses titãs. Prepare-se para uma análise profunda que vai além dos holofotes.

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Longevidade no esporte de elite: uma análise comparativa entre Cristiano Ronaldo, LeBron James, Novak Djokovic e Kelly Slater

A questão de qual atleta veterano entre Cristiano Ronaldo, LeBron James, Novak Djokovic e Kelly Slater demonstra maior longevidade e resistência é complexa, transcendendo a simples contagem de anos. Porque não é sobre idade, é sobre se manter altamente competitivo apesar da idade.

Afinal, quem entrega mais com menor margem de erro? Quem desafia a curva do desgaste físico e mental com mais eficiência? Quem desafia o tempo com mais vigor?

Antes de mais nada, o Esportelândia entrevistou um seleto grupo de especialistas das mais diversas áreas para chegar a um veredito palpável e, apesar de opinativo, mais próximo do ideal.

Campos de estudo a serem avaliados

Trouxemos uma análise multifacetada que pondera as demandas únicas de cada esporte, o histórico de lesões, a intensidade das rivalidades enfrentadas, a capacidade de adaptação física e mental, e o impacto cumulativo de décadas de treinamento e competição de elite.

Neste estudo, avaliamos longevidade com profundidade:

1. Capacidade de reinvenção
2. Consistência em alto nível
3. Desempenho em alto nível contra grandes nomes
4. Exigência física da modalidade
5. Impacto global
6. Legado para o esporte
7. Peso das conquistas
8. Poder de decisão em grandes momentos
9. Recordes
10. Resistência mental diante da nova geração
11. Opinião dos especialistas

1. Capacidade de reinvenção

Avalia como o atleta adaptou seu jogo, corpo e estilo à medida que envelheceu e as exigências mudaram. A adaptação às mudanças fisiológicas com o passar dos anos é um fator determinante, segundo Dr. George Farah, PhD em naturopatia e nutrição esportiva.

Os hormônios começam a mudar no final dos 30. Então, você não pode treinar como se tivesse 25 para sempre. É preciso se adaptar. Mas o lado mental é tão importante quanto. Esses atletas têm disciplina, já passaram por batalhas, sabem manter o foco e ignorar as distrações. A experiência se torna sua maior arma.

Na mesma linha, Dr. Rodrigo Vicente, ortopedista esportivo, reforça que o histórico de exposição ao esporte desde cedo molda o corpo e a mente do atleta. Além disso, esportistas veteranos convivem com a dor e acabam se acostumando com elas.

A epigenética mostra que as escolhas e atitudes ao longo da vida moldam a expressão genética. Atletas que treinam desde muito novos adaptam seu corpo ao esforço e desenvolvem resiliência. Eles não dependem de motivação, aprendem a encontrar conforto no desconforto.

2. Consistência em alto nível

Considera quantos anos seguidos o atleta manteve nível de elite absoluto, sem quedas significativas de rendimento e a capacidade física é, sem dúvida, um pilar fundamental.

Segundo Dr. Fernando Catanho, especialista em bioquímica e fisiologia do exercício, esses atletas trabalham com um nível de planejamento e controle que envolve múltiplas áreas, destacando a qualidade do sono, o controle do estresse e a disciplina com alimentação e suplementação como pilares desse processo.

Eles treinam de forma sistematizada, organizada, planejada, com orientação. Além disso, têm uma equipe transdisciplinar: médico, nutricionista, fisioterapeuta, psicólogo… e todos sabem o que o outro está fazendo.

Este critério foca na capacidade de continuar superando rivais de elite ao longo do tempo, mesmo em fases consideradas “veteranas”. Dr. Rodrigo Vicente acredita que este perfil de atleta se adapta, trocando o “mais é melhor” pelo “mais inteligente é melhor”:

A adaptação é o pilar central da longevidade esportiva. Sem ela, a fase de auge seria naturalmente limitada pelo envelhecimento. O treino não pode ser estático. Atletas longevos trocam o “mais é melhor” pelo “mais inteligente é melhor”.

Isso significa menos volume e mais especificidade e qualidade. Priorizam treinos regenerativos, de mobilidade, flexibilidade e força funcional para fortalecer estruturas de suporte e prevenir lesões, em vez de apenas focar em performance bruta.

Isso lhes permite performar em outro patamar, permanecendo mais tempo em alto nível contra grandes jogadores e de até diferentes épocas. Isso passa por entender que o corpo não é o mesmo de 20 anos, mas que a experiência e a inteligência tática podem compensar.

4. Exigência física da modalidade

Segundo o Dr. Hermes Ferreira Balbino, graduado em Educação Física e Psicologia, com doutorado em Ciências do Esporte pela Unicamp, a manutenção da performance em alto nível após os 35-40 anos é resultado de “três pilares principais”: aspectos fisiológicos, psicológicos e comportamentais.

Esses atletas preservam sua capacidade cardiovascular e força muscular com treinos específicos, como o HIIT (treinamento intervalado de alta intensidade) e musculação inteligente.

Técnicas modernas de recuperação — como crioterapia, sono monitorado e fisioterapia constante — reduzem inflamações e previnem lesões comuns com o envelhecimento.

Mantêm uma motivação interna muito forte, investimento em meditação, mental coaching e técnicas de visualização para manter o foco, mesmo após décadas de competição. Não competem apenas para vencer, mas para evoluir como atletas e pessoas.

Têm comportamentos e hábitos saudáveis: possuem uma disciplina de vida quase impecável, com alimentação regrada, controle rigoroso do sono, pouquíssimos excessos e rotinas de autocuidado que duram anos.

Esses fatores combinados fazem com que atletas como Cristiano Ronaldo, LeBron James, Novak Djokovic e Kelly Slater desafiem o tempo de forma extraordinária. Mas também existe a parte física exigida em cada modalidade que acompanha sua particularidade, como complementa Dr. Hermes:

Cada modalidade impõe desafios diferentes: o futebol cobra pelo desgaste físico e choques, o basquete pela explosão e impacto nas articulações, o tênis pela mistura de força e agilidade, e o surfe pela exigência técnica.

O que todos esses atletas mostraram é que a longevidade depende da capacidade de adaptação, seja mudando o estilo de jogo, reduzindo esforços ou explorando mais inteligência e técnica.

Em modalidades menos agressivas fisicamente e mais táticas, essa adaptação consciente favorece uma carreira mais longa, como surf, que é menos agressivo fisicamente.

5. Impacto global

Vai além do desempenho: imagem, influência, legado e presença internacional no esporte e na cultura pop. Paulo Paixão, preparador físico especialista em futebol e em fisiologia do exercício, bicampeão da Copa do Mundo com a Seleção Brasileira de Futebol (1994 e 2002), acredita que o alto nível destes atletas tem impacto global:

É impressionante vê-los competindo em alto nível, transmitindo importantes mensagens através do esporte, inspirando e movendo diversas pessoas que se sentem representadas.

A mentalidade que os leva a este patamar é a mesma que lhes fará, além de tudo, bons seres humanos e que sempre irão encarar os diversos desafios da vida da mesma forma, porque assim foram acostumados.

6. Legado para o esporte

Avalia o impacto direto na história e na transformação da modalidade. Segundo Alexander Rehder, fisioterapeuta especialista em esporte pela SONAFE e responsável pela última reabilitação de Gabriel Medina (2025), a longevidade no esporte está diretamente relacionada à manutenção da saúde do atleta e isso é fundamental para deixar um legado.

A gente não tem mais espaço hoje para ‘no pain, no gain' (sem dor, sem ganho), a gente tem espaço para um trabalho bem delimitado, bem feito no esporte, para que esse atleta tenha longevidade e não estoure tudo que der para estourar no momento.

7. Peso das conquistas

Foca no que cada um acumulou em quantidade e qualidade, especialmente em fases mais avançadas da carreira. O preparo ao longo da vida também é destacado como fundamental para estas conquistas, de acordo com Dr. Antônio Carlos Gomes, PhD em treinamento esportivo e consultor científico do Comitê Olímpico Brasileiro.

Ele enfatiza que a especialização precoce pode ser prejudicial. Segundo ele, esportes que exigem potência e velocidade têm uma janela biológica menor — o que torna ainda mais impressionante a longevidade desses atletas.

Se a iniciação esportiva foi muito especializada desde o início, provavelmente isso vai encurtar a carreira. A base neurofisiológica deve ser construída antes da busca por resultados.

8. Poder de decisão em grandes momentos

Mede a frieza, clutch performance e a capacidade de brilhar em finais, jogos decisivos e sob pressão máxima. Para Dr. Hermes Balbino, professor de Psicologia do Esporte, a mentalidade é a chave dos grandes momentos:

Na hora decisiva, a mentalidade entra em jogo. O segredo é a autorregulação emocional e o foco no processo, e não apenas no resultado. Atletas veteranos sabem lidar com críticas, pressão e derrotas de forma mais estratégica.

9. Recordes

Incluir recordes é fundamental, pois eles mostram longevidade, domínio histórico e consistência, especialmente quando mantidos em fases veteranas. Consideramos a relevância, impacto e dificuldade dos recordes conquistados e mantidos ao longo da carreira.

Para Paulo Paixão, quebrar recordes e atingir feitos históricos exige mais do que talento: depende de uma base sólida construída ao longo do tempo. Ele ressalta que o processo de treino contínuo e as constantes adaptações são essenciais para preparar o corpo e o metabolismo para suportar os desafios necessários para superar marcas históricas

Para que recordes sejam quebrados é antes necessário criar uma base sólida. O processo de treino e constantes adaptações criam a base metabólica necessária para que a performance seja atingida e mantida.

O processo de treino não deve tentar tornar todos os indivíduos quebradores de recordes mundiais. Ele deve se preocupar em desenvolver ao máximo cada sujeito para que ele possa quebrar os seus recordes e usufruir de sua carreira.

10. Resistência mental diante da nova geração

Capacidade de se manter firme mentalmente frente a atletas mais jovens, com outra preparação e pressão psicológica moderna.

Dr. Hermes Ferreira Balbino enfatiza que a mentalidade e os aspectos psicológicos são diferenciais, afirmando que atletas longevos “mantêm uma motivação interna muito forte e investem no próprio corpo”:

Eles mantêm uma motivação interna muito forte. Investem em meditação, mental coaching e técnicas de visualização para manter o foco, mesmo após décadas de competição. Eles não competem apenas para vencer, mas para evoluir como atletas e pessoas.

11. Opinião dos especialistas

Criamos um sistema de pontuação para agrupar as opiniões dos especialistas entrevistados para chegar a um consenso. A saber, as opiniões divergem e isso só enriquece a discussão e mostra o quanto estes atletas estão em um patamar quase inigualável.

Critérios para o sistema de pontuação (com base nas respostas)

Treinamento

Para Dr. Antônio Carlos Gomes, a consistência em alto nível não depende apenas de talento ou esforço momentâneo. Ela é construída ao longo de anos, começando desde a iniciação esportiva, quando corpo e mente são preparados de forma gradual e estruturada.

O sucesso de atletas longevos, segundo ele, é uma combinação de fatores que faz com que seja raro atingir este nível de excelência, alinhando genética, treinamento, adaptação, recuperação, resiliência mental e demanda esportiva:

Os fatores principais que determinam a longa vida no esporte começam com a genética, mas o aspecto fundamental é a iniciação esportiva. Uma base neurofisiológica bem construída permite que o atleta sustente alto nível por muitos anos.

Hoje, a pressa por resultados precoces tem encurtado carreiras, porque os jovens não têm tempo para desenvolver corpo e mente adequadamente. A longevidade é fruto de acúmulo, treinamento contínuo e atenção à individualidade de cada atleta.

Adaptação, recuperação e resiliência mental

Para Fabrício Buzatto, médico do esporte e fisiatra, especialista em medicina física e reabilitação esportiva e neurológica com mais de 20 anos de atuação em saúde muscular, o sucesso da longevidade é um conjunto.

Os principais aspectos que permitem que certos atletas mantenham performance de elite até os 40 anos são uma combinação de fatores fisiológicos, sociais e psicológicos:

Fisiologicamente, destaca-se a genética favorável, disciplina nos treinos, preservação da função e da massa muscular e função mitocondrial, controle de inflamação e hormônios bem regulados.

Psicologicamente, disciplina, inteligência emocional, foco e adaptação ao corpo em mudança são diferenciais e social comprometimento, sono, alimentação, bebidas…

Além disso, quem prioriza recuperação, individualiza o treino e mantém motivação interna tende a se destacar mesmo após os 40 anos.

Demanda esportiva

Para o Dr. Rodrigo Vicente, a longevidade de um atleta deve ser avaliada também considerando a intensidade do esporte, analisando principalmente a exigência física.

Ele destaca que, no tênis, cada ponto exige esforço físico extremo, resistência cardiovascular e recuperação rápida, fatores que tornam Novak Djokovic um exemplo ímpar.

O tênis é brutal. As demandas cardiovasculares, musculares e articulares são extremas, especialmente em partidas de Grand Slam que podem durar 4-5 horas, com movimentos explosivos repetitivos e mudanças de direção constantes.

A capacidade de Djokovic de manter essa intensidade e recuperar-se entre partidas é sobre-humana, além de uma mentalidade lendária e uma capacidade ímpar de lidar com a pressão, reverter situações adversas e manter o foco em momentos cruciais.

Cristiano Ronaldo, LeBron James e Kelly Slater são fenômenos absolutos em suas respectivas modalidades e desafiam o tempo de maneiras incríveis.

Porém, a natureza individual e a intensidade direta do confronto no tênis, aliada à dominância de Djokovic contra oponentes diretos e mais jovens, o colocam em uma posição ligeiramente à frente nesta análise específica sobre “desafiar os efeitos do tempo”.

Resultado da avaliação dos atletas por critério (segundo especialistas)

Quem é o atleta mais longevo para os especialistas?

Kelly Slater (surf – 53 anos)

Para Alexander Rehder, o critério para destacar um atleta longevo não está apenas nas conquistas, mas na capacidade de se adaptar e evoluir ao longo do tempo.

Ele observa que os atletas mais duradouros não apenas treinam e se cuidam com disciplina, mas também conseguem enfrentar diferentes gerações de competidores e as constantes mudanças da modalidade.

Nesse contexto, Slater se torna o exemplo ideal: sua carreira atravessou décadas, incorporando novas técnicas e estilos de surfe, sem perder competitividade ou consistência.

Todos os atletas citados são gênios porque unem talento e esforço, além de usarem tudo da ciência para prolongar a carreira, cuidando de sono, alimentação, recuperação e saúde.

Pensando em quem mais desafiou o tempo, eu destaco o Kelly Slater: chegou aos 50 anos ainda competitivo, atravessou diferentes gerações do surfe e foi campeão em todas elas, sempre se adaptando quando diziam que ele não conseguiria mais.

Cristiano Ronaldo (futebol – 40 anos)

Rogério Camões destaca que, entre os atletas analisados, Cristiano Ronaldo se sobressai por sua capacidade de unir preparação física, disciplina e estilo de vida cuidadosamente planejado.

Para ele, a longevidade esportiva depende tanto da excelência nos treinos quanto da gestão do corpo, recuperação e suporte médico, fatores que Ronaldo domina com maestria.

Pela estrutura de treinamento que ele trouxe, Cristiano Ronaldo conseguiu trazer a excelência em termos de treinamento e estilo de vida e lifestyle para dentro de todos os esportes. Ele juntou essas duas coisas, que são primordiais para que você consiga a longevidade.

Primeiro é o seu estilo de vida, que envolve exatamente isso, sono, nutrição, recuperação e controle de carga, de treinamento, fora o que ele tem em volta. A questão do aparato da medicina esportiva, da fisioterapia…

De tudo que esse cara conseguiu trazer para ele, acredito que ele realmente é o cara que pode ser citado, que está se tornando um longínquo e diferenciado dos outros todos.

LeBron James (basquete – 40 anos)

Para Fernando Catanho, ao analisar longevidade na NBA, o principal destaque está na capacidade de manter performance em uma temporada extremamente intensa e exaustiva.

Ele ressalta que a rotina da liga, com jogos frequentes e alta intensidade física, exige esforço contínuo e gerenciamento rigoroso do corpo e da mente, beirando o “desumano”.

Para mim, disparado, quem consegue lidar com isso e, incrivelmente, lidar com o processo de longevidade com tanta maestria de saúde, rigidez, é o LeBron James. Porque é uma modalidade com uma frequência de competição inimaginável, absurda, desumana.

A rotina de disputa da NBA é insana na temporada regular, a quantidade de jogos, a frequência dentro da mesma semana e a intensidade de cada partida são enormes. Para mim, com certeza, disparado na frente está o LeBron James.

Complementando a análise, George Farah destaca que a longevidade de LeBron James vai além da rotina intensa de jogos da NBA: o que impressiona é a disciplina extrema com que ele cuida do corpo e da mente.

Para Farah, o basquete moderno exige esforço físico constante, e manter a performance em alto nível por tantos anos exige dedicação total, ciência aplicada ao treino e atenção aos detalhes da recuperação.

Todos eles são fenômenos da natureza, mas eu fico com o LeBron James. O que ele está fazendo na idade dele, em um esporte como o basquete, é insano. As exigências físicas são constantes, e ele não está desacelerando.

O que mais me impressiona nem são as estatísticas, é a disciplina que ele tem com o próprio corpo. O treino, a alimentação, a recuperação… dá pra ver que ele investe em si mesmo como uma máquina de elite. E mentalmente? Ainda está tão afiado e faminto quanto sempre. Isso é raro. Ele não está apenas sobrevivendo, está liderando.

Novak Djokovic (tênis – 38 anos)

Para o Dr. Hermes Ferreira Balbino, ninguém representa melhor a longevidade no esporte de elite do que Novak Djokovic. Ele destaca que, mesmo aos 38 anos, o sérvio segue derrotando adversários até 10 anos mais jovens e continua no topo do ranking mundial, sustentado por disciplina extrema com treinos, recuperação, alimentação e sono.

Novak Djokovic é o melhor exemplo de como desafiar os efeitos do tempo no esporte de elite. Ele compete em uma modalidade individual, o que significa que precisa se autogerir completamente — física, técnica e emocionalmente.

Mesmo assim, acumula conquistas históricas. Também é conhecido por sua disciplina com alimentação, sono e práticas de meditação, além de ser um exemplo de resiliência mental.

Fabrício Buzatto ressalta que Novak Djokovic se destaca não apenas pela longevidade física, mas pela capacidade de se manter competitivo em um cenário individual, onde cada erro é decisivo.

Ele enfatiza que a combinação de resistência, constância e preparo mental faz do sérvio um exemplo raro de excelência prolongada.

Todos são lendas, mas diria que Novak Djokovic é quem melhor desafia o tempo. Ele compete em altíssimo nível contra a nova geração em um esporte extremamente exigente física e mentalmente, onde não há substituições, pausas longas ou companheiros para dividir o peso.

Aos 38, segue vencendo Grand Slams, o que exige constância, resistência e uma mente absurdamente preparada. Sua capacidade de adaptação física, longevidade técnica e fome por vitórias mesmo após tantas conquistas é impressionante. Dominar um cenário individual e sem margem para erro, eleva ainda mais seu mérito.

Conclusão: o veredito não é simples, mas é claro

Kelly Slater fica em 4º lugar

É difícil coroar um único atleta como o “mais” longevo e resistente, dadas as diferenças intrínsecas aos esportes. Kelly Slater desafia a idade de forma única em um esporte que, talvez, permita maior longevidade física se bem gerenciado.

No entanto, considerando a brutalidade física, a intensidade competitiva semanal, o volume de jogos/competições e a necessidade de adaptação constante contra novas gerações em esportes coletivos ou individuais de altíssimo desgaste como futebol, basquete e tênis, deixa o surfista em 4º lugar. Dr. George Farah explica o motivo:

O surf é mais baseado em ritmo. Você não precisa de força explosiva o tempo todo. É mais sobre timing e ler o mar. É por isso que você vê caras como o Kelly Slater ainda mandando bem aos 50 anos. Ele se adaptou e conhece o esporte como ninguém.

Cristiano Ronaldo, LeBron James e Novak Djokovic no top 3

A longevidade de Cristiano Ronaldo, LeBron James e Novak Djokovic em manter performances de elite mundial aos 40, 40 e 38 anos, respectivamente, pode ser considerada fisiológica e mentalmente mais exigente em termos de resistência ao desgaste contínuo e à pressão competitiva incessante.

Jornalista esportivo reconhecido por suas análises e comentários sobre futebol, além de uma rara memória, sendo considerado uma enciclopédia do esporte, Paulo Vinícius Coelho (PVC) explica que o prolongamento da carreira esportiva está ligado ao avanço da tecnologia e ao maior entendimento do próprio corpo pelos atletas.

O que ajuda o atleta ser jovem por mais tempo, performando, desempenhando depois dos 40 anos, primeiro é a tecnologia. Você tem capacidade de entendimento do seu próprio corpo muito mais do que você tinha nos anos 60, 70.

Se o homem vivia até os 50 anos no passado e passa a ter perspectiva de vida de 90, 95 anos, como está acontecendo, o atleta vai desempenhar por mais tempo. Mas é tecnologia, entendimento do próprio corpo. Em outras palavras, é informação.

PVC ainda ressalta que, além da longevidade física, a exposição e o alcance do futebol amplificam a percepção da durabilidade de Cristiano Ronaldo.

O futebol tem um nível de exposição muito gigantesco. Então, por isso, chama muito mais atenção os feitos de Cristiano Ronaldo. A capacidade que ele tem de se reinventar, de chegar a todos os recordes, fazer +940 gols na carreira…

Claro que o Djokovic, LeBron, Kelly Slater são extraordinários. Mas a capacidade de aparecer isso para o mundo e de mostrar que se você conhecer seu próprio corpo, você pode ir mais longe, o Cristiano Ronaldo tem muito essa capacidade. Os quatro têm. O futebol expõe mais o Cristiano Ronaldo.

No final, apesar de basquete e futebol terem um alta carga de jogos e impactos significativos, seja com solo e com adversários, o tênis também exige uma carga mental, física e de impacto (apenas com o solo) devastador. Sem contar que Cristiano Ronaldo e LeBron James ainda podem depender de parceiros para vencer jogos.

Novak Djokovic é o atleta mais longevo da história, segundo especialistas

O tênis é um esporte invidivual (apesar das competições por duplas). Portanto, Novak Djokovic se mostra o atleta mais longevo analisado. Para entender como Djoko se sobressai a CR7 e LeBron, vamos usar Neymar e Stephen Curry como exemplo.

É como se Djokovic fosse esta dupla Neymar e Curry: começou depois de Cristiano Ronaldo, Lionel Messi, LeBron James e Michael Jordan, disputou em alto nível com eles, quebrasse todos os seus recordes e ainda estivesse entre os melhores do mundo aos 38 anos. É como se Djoko tivesse Copa do Mundo, Olimpíada, Champions, Libertadores e a nova Copa do Mundo de Clubes.

Confira nossa lista de especialistas entrevistados

1. Alexander Rehder: fisioterapeuta especialista em esporte pela SONAFE (Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e da Atividade Física), especialista em terapias manuais, pilates e osteopatia. Coordenador fisioterapeuta no Espaço SETE – Saúde, Esportes e Terapias Especializadas, com experiência na reabilitação de atletas de alto rendimento. Acompanhou a recuperação da última lesão de Gabriel Medina (2025).
2. Dr. Antônio Carlos Gomes: PhD em treinamento esportivo. Mestre e doutor em ciência do treinamento desportivo de alto rendimento em universidades da Rússia. Professor do curso de pós-graduação em Metodologia do Treinamento Desportivo e Fisiologia do Exercício da UNIFESP. Consultor Científico do Comitê Olímpico Brasileiro e da Confederação Brasileira de Triatlon.
3. Dr. Fabrício Buzatto: médico do esporte e fisiatra, é especialista em medicina física e reabilitação esportiva e neurológica com mais de 20 anos de atuação em saúde muscular. Experiência com suplementação esportiva, prevenção e tratamento de lesões osteomusculares e nutrologia esportiva.
4. Dr. Fernando Catanho: especialista em bioquímica e fisiologia do exercício; doutor e pós-doutorado em biologia funcional e molecular; especialização em bioquímica, fisiologia, treinamento e nutrição desportiva.
5. Dr. George Farah: PhD em naturopatia e nutrição esportiva, doutor em medicina integrativa com experiência em orientação nutricional para atletas e praticantes de atividades físicas. É considerado o Guru do bem-estar, é personal trainer de fisiculturismo de renome internacional.
6. Dr. Hermes Ferreira Balbino: educador físico e psicólogo com mestrado e doutorado em Ciências do Esporte pela Unicamp. Professor de Psicologia do Esporte com experiência como preparador físico da Seleção Brasileira de Basquete Feminino e psicólogo de apoio das seleções femininas da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV).
7. Dr. Rodrigo Vicente: ortopedista esportivo com foco em corridas, especialista no tratamento e prevenção de lesões do pé e tornozelo. Experiência com artroscopia, traumatologia esportiva e reconstrução ligamentar.
8. Paulo Paixão: preparador físico renomado, bicampeão da Copa do Mundo com a Seleção Brasileira de Futebol (1994 e 2002) e clubes como Internacional, Grêmio, Palmeiras, Fluminense, Vasco, Atlético Mineiro e Bahia, contribuindo para a preparação física de atletas de alto nível. Especialista em futebol e em fisiologia do exercício.
9. Paulo Vinícius Coelho (PVC): jornalista esportivo reconhecido por suas análises e comentários sobre futebol, além de uma rara memória, sendo considerado uma enciclopédia do esporte.
10. Rogério Camões: preparador físico de atletas de alto rendimento do UFC, IFBB PRO (fisiculturismo) entre outras modalidades e federações. Foi treinador de Anderson Silva durante todo o reinado no UFC, além de faixa preta de judô, campeão brasileiro de fisiculturismo em 1998 e bicampeão brasileiro de powerlifing.

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