Dentro de campo, centenas de craques desfilando técnica, força e paixão pelo jogo; fora dele, milhares de torcedores numa grande festa das nações; nos bastidores, milhões de dólares saltando aos cofres e na televisão, bilhões de espectadores. Sim, estamos falando da Copa do Mundo de Rugby.

O terceiro maior evento esportivo mundial tem um relativo pouco tempo de vida, mas muita história para contar. São inúmeros os craques, jogos e momentos eternizados em seus nomes e números.

Tentamos neste texto capturar para você um pouco da grandeza da Copa do Mundo de Rugby. Contamos sua história, listamos seus recordes, revelamos suas curiosidades, explicamos seu formato e trazemos tudo mais que você precisa saber sobre o Mundial masculino. Logo abaixo.

A história da Copa do Mundo de Rugby

História da Copa do Mundo de Rugby
(John Selkirk/FairfaxNZ)
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A Copa do Mundo de Rugby foi a última grande competição internacional de um esporte mundialmente popular a surgir. E com um grande tempo de “atraso” em relação a não só outras modalidades (futebol, basquete, etc) como à sua própria história.

O rugby, afinal, já tinha mais de 100 anos de idade quando começaram os primeiros diálogos sobre um torneio desse tipo — e você pode conferir aqui o que aconteceu em sua história até esse ponto — e mais de 140 anos quando ele de fato aconteceu.

A explicação está na resistência da International Rugby Board (IRB, hoje World Rugby) em aceitar o profissionalismo no esporte.

Segundo a instituição, o dinheiro corromperia os valores e a essência do esporte (que, como as regras do rugby, mostram, é bastante pautado pela ética). Para se ter noção, os jogadores só foram autorizados a receber salários (ao menos oficialmente) em 1995.

Na leitura (correta) da IRB, uma competição internacional daria um passo definitivo do esporte rumo ao profissionalismo — o que de fato ocorreu, mas já chegaremos lá.

A pressão do hemisfério sul

Claro que pressão não faltava. Desde 1958 há registros de negociações para a realização de uma Copa do Mundo de Rugby, solenemente negadas pela IRB. Não que fosse uma decisão monocrática; tudo era votado.

A questão é que a votação ficava a cargo das entidades nacionais que compunham a instituição. E cinco delas, todas britânicas, tinham uma competição internacional para chamar de sua, a hoje Six Nations. Ao hemisfério sul (Austrália, Nova Zelândia e África do Sul) restava votar em minoria e lamentar.

Só que nos anos oitenta a pressão foi aumentando de todos os lados. No Reino Unido, o primeiro Mundial de Críquete fez atiçar os fanáticos pela bola oval; o afastamento da África do Sul do esporte por conta do Apartheid, diminuiu a “graça” para as seleções da Oceania, que aumentaram a carga à IRB pelo Mundial.

Por fim, o absurdo sucesso das transmissões ao vivo de Olimpíadas e Copa do Mundo de Futebol pela televisão, seja financeiro, seja de audiência, deu o “golpe final”. França, Inglaterra e Gales mudaram de lado na votação da proposta de Austrália e Nova Zelândia para um mundial em suas terras e a primeira edição foi, finalmente, confirmada para 1987.

Enfim, a Copa do Mundo de Rugby

A previsão da IRB foi, como dissemos, bastante precisa. A edição de 1987, disputada na Austrália e na Nova Zelândia, tornou-se o quarto evento esportivo mais assistido no mundo, com 600 mil de público e 300 milhões de telespectadores.

Participaram 16 seleções, sem eliminatórias. A Nova Zelândia bateu a França e levantou o primeiríssimo troféu Webb Ellis. Em 1991, a Copa do Mundo de Rugby teve mais de 1,7 bilhão de espectadores e um lucro de mais de quatro milhões de libras.

Na história edição de 1995, disputada numa África do Sul apenas há três anos readmitida no esporte, o estouro: mais de 2,5 bilhões de telespectadores, 1 milhão de público presente, mais de 30 milhões de renda bruta e um caminho sem volta para o rugby se tornar um esporte profissional — até porque já era um dos maiores do mundo.

Quem é o maior campeão da Copa do Mundo de Rugby?

O posto de maior campeão da Copa do Mundo de Rugby é dividido entre as seleções da Nova Zelândia e da África do Sul. O time da Oceania faturou a primeira edição, em 1987, e as outras duas de maneira consecutiva, em 2011 e 2015. Já a equipe africana venceu o Mundial de 1995, o de 2007 e o mais recente, em 2019.

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Formato de disputa da Copa do Mundo de Rugby

O formato de disputa da Copa do Mundo de Rugby é um misto de qualificatórias e eliminatórias. O torneio começa com uma fase de grupos com 20 seleções, divididas em quatro grupos (A, B, C e D).

Todas as equipes se enfrentam dentro de seus respectivos grupos e as duas melhor classificadas de cada avançam às quartas de final — as três melhores também se classificam para a edição seguinte do torneio.

Quem está acostumado com futebol pode estranhar a pontuação: cada vitória vale quatro pontos e cada empate, dois. Há ainda a possibilidade de pontos bônus, dados aos times que marcarem quatro tries ou que perderem por sete pontos ou menos, um para cada situação — se ambas as situações acontecerem, são dois pontos bônus.

Das quartas em diante o esquema é mata-mata, com o vencedor da partida avançando e os derrotados nas semifinais conquistando o direito de disputar o terceiro lugar da Copa do Mundo. O vencedor da finalíssima, claro, levanta a cobiçada Taça Webb Ellis.

Os maiores campeões da Copa do Mundo de Rugby

Os maiores campeões da Copa do Mundo de Rugby são Nova Zelândia e África do Sul. As duas seleções dividem o topo, com três títulos cada.

Além delas, apenas outras duas equipes foram campeões mundiais, Austrália com duas conquistas, e a Inglaterra, que levantou o troféu Webb Ellis uma vez, em 2003.

Todos os campeões da Copa do Mundo de Rugby

Edição Campeão Vice
1987 Nova Zelândia França
1991 Austrália Inglaterra
1995 África do Sul Nova Zelândia
1999 Austrália França
2003 Inglaterra Austrália
2007 África do Sul Inglaterra
2011 Nova Zelândia França
2015 Nova Zelândia Austrália
2019 África do Sul Inglaterra
2023 África do Sul Nova Zelândia

Sedes da Copa do Mundo de Rugby

  • Austrália e Nova Zelândia (1987)
  • Inglaterra (1991)
  • África do Sul (1995)
  • País de Gales (1999)
  • Austrália (2003)
  • França (2007)
  • Nova Zelândia (2011)
  • Inglaterra (2015)
  • Japão (2019)
  • França (2023)
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Maiores pontuadores da Copa do Mundo de Rugby

  • 1987: Grant Fox-NZE (126)
  • 1991: Ralph Keyes-IRL (68)
  • 1995: Thierry Lacroix-FRA (112)
  • 1999: Gonzalo Quesada-ARG (102)
  • 2003: Jonny Wilkinson-ING (113)
  • 2007: Percy Montgomery-AFS (93)
  • 2011: Morné Steyn (93)
  • 2015: Nicolás Sánchez-ARG (97)
  • 2019: Handré Pollard (69)
  • 2023: Owen Farrel (75)

Recordes da Copa do Mundo de Rugby

  • Maior pontuador: Jonny Wilkinson-ING (243)
  • Mais tries marcados: Jonah Lomu-NZE (15)
  • Mais drop-goals: Jonny Wilkinson-ING (13)
  • Mais penalidades convertidas: Jonny Wilkinson-ING (51)
  • Mais conversões completas: Gavin Hastings-ESC (39)
  • Maior pontuador em uma única edição: Grant Fox-NZE (126)
  • Mais tries marcados em uma única edição: Julian Savea-NZE, Bryan Habana-AFS, Jonah Lomu-NZE (8)
  • Mais treis marcados em uma única partida: Marc Ellis-NZE (6)
  • Mais drop-goals marcados em uma única partida: Jannie de Beer (5)
  • Maior placar: Austrália 142 x 0 Namíbia (2003)

Curiosidades da Copa do Mundo de Rugby

  • O mesmo apito é usado na abertura de todas as edições da Copa do Mundo de Rugby. O instrumento é literalmente centenário, usado pela primeira vez em 1905;
  • A Copa do Mundo de Rugby já virou filme de Hollywood: dirigido por Clint Eastwood, o filme Invictus contou a história da seleção da África do Sul na edição de 1995. Lançado em 2009, teve os atores Matt Damon e Morgan Freeman concorrendo ao Oscar;
  • Se o rugby é um esporte pautado pela ética, a Copa do Mundo é o grande estandarte do valor. Somente uma vez em nove edições que um time recebeu mais de um cartão vermelho: o Canadá, em 1995.
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