No dia em que completaria 85 anos de idade, vamos relembrar um pouco sobre quem foi Bruce McLaren e tudo o que ele fez pela Fórmula 1, inclusive criando a equipe que leva seu nome, umas das mais tradicionais do automobilismo mundial.

Nascido em Auckland, Nova Zelândia, McLaren sofreu com a doença de Perthe, que o deixou paralisado e fez com que sua perna direita fosse cinco centímetros maior que a esquerda. Mesmo com esses problemas, nada o impediu de se apaixonar pelo automobilismo e a correr com o carro do pai, entre 1956 e 1957.

Início da carreira

Na Fórmula 1, McLaren começou correndo pela Cooper Car Company, em 1958. Na primeira temporada com a equipe, ele disputou duas corridas, no Marrocos e na Alemanha, com um 5° lugar na última prova. Os bons resultados renderam a vaga de piloto oficial para a temporada de 1959, quando conquistou sua primeira vitória, no Grande Prêmio dos EUA.

O neozelandês ficou na equipe até o final de 1965, quando a Cooper deixou a Fórmula 1. O piloto, que já havia fundado a Bruce McLaren Motor Racing Ltd., em 1963, viu aí a oportunidade de entrar na principal categoria do automobilismo mundial.

Os primeiros dois anos foram difíceis, principalmente pela falta de orçamento para se construir um carro de Fórmula 1. No ano de estreia foram apenas três pontos e, no ano seguinte, o piloto nem conseguiu correr pela McLaren, já que seu único chassi havia quebrado.

A primeira vitória só veio em 1968, no Grande Prêmio da Bélgica. McLaren ainda chegou em segundo lugar outras duas vezes. O desempenho no ano atraiu pilotos pagantes, aqueles que trazem dinheiro para a equipe, o que tornou possível a construção e o desenvolvimento dos chassis.

McLaren começou a temporada de 1970 muito bem, com um pódio no África do Sul. Porém, na terceira etapa do campeonato, o piloto sofreu um acidente e faleceu. Ele bateu em posto de comissários e, como os carros não eram seguros como hoje em dia, não conseguiu desacelerar e morreu de imediato.

Estatísticas na Fórmula 1

Como piloto da Fórmula 1, McLaren disputou aproximadamente 100 grandes prêmios, vencendo quatro deles e com três melhores voltas. Além disso, o fundador da equipe britânica conquistou 27 pódios e obteve 188,5 pontos na carreira.

Vale ressaltar que na época em que corria, a Fórmula 1 tinha menos etapas e, por isso, ele tem menos pontos na carreira do que a maioria dos pilotos de hoje em dia. Com tantas conquistas, apesar de não ter se consagrado campeão mundial, Bruce McLaren ficou conhecido como um piloto rápido e equilibrado.

Em 1991, o piloto passou a integrar o International Motorsports Hall of Fame.

Legado deixado pelo piloto

Não são as vitórias ou resultados expressivos que mais contam para o legado de Bruce McLaren. Apesar de nunca ter sido campeão mundial, sua equipe produziu muitos pilotos que conseguiram chegar a esse posto.

A equipe foi a casa de dois dos maiores pilotos brasileiros de todos os tempos. Primeiro, entre 1974 e 1976, Emerson Fittipaldi foi quem assumiu o posto de piloto da equipe. Foi com ele que a McLaren conquistou não só seu primeiro título mundial de construtores, mas também o de pilotos. Fittipaldi venceu cinco corridas com a equipe.

Até a chegada de mais um brasileiro, a equipe foi campeã dos construtores duas vezes (1984 e 1985) e de pilotos outras quatro vezes, uma com James Hunt (1976), uma com Niki Lauda (1984) e duas com Alain Prost (1985 e 1986).

Foi então que chegou Ayrton Senna. Logo em seu primeiro ano na equipe, em 1988, Senna já foi campeão de pilotos e ajudou a equipe a ganhar o título dos construtores. No ano seguinte, Senna foi vice, ficando atrás apenas do companheiro de equipe, Alain Prost. O desempenho dos dois rendeu mais um troféu por equipes.

Em 1990 e 1991, Senna foi bicampeão da Fórmula 1, rendendo também o bicampeonato para a equipe britânica.

Foram sete anos até o próximo título, conquistado por Mika Hakkinen. 1998 marca o último ano em que a McLaren foi campeã do campeonato mundial de construtores. Hakkinen ainda viria a vencer o campeonato no ano seguinte.

Em 2008, a equipe venceu seu último título de pilotos. Dessa vez, o dono da conquista foi Lewis Hamilton, que estava apenas na sua segunda temporada como piloto da Fórmula 1. O britânico dava seus primeiros passos para o que seria uma carreira extremamente vitoriosa.

Como equipe, a McLaren já disputou 920 grandes prêmios, com 183 vitórias, 494 pódios, 156 pole positions e 161 voltas mais rápidas. Além disso, a equipe venceu o campeonato de construtores oito vezes e o de pilotos em 12 oportunidades.

Foto destaque: Bernard Cahier/Getty Images