O título do Mundial de Construtores da McLaren teve um tom brasileiro. Tudo isso por conta das homenagens ao ex-piloto brasileiro, Gil de Ferran, que acabou falecendo no final de 2023. Ferran trabalhou na escuderia por anos como diretor esportivo e consultor.

Durante as comemorações, o chefe de equipe da McLaren, Andrea Stella, dedicou o título para Gil de Ferran e comentou sobre o broche com o capacete do brasileiro que utilizou durante toda a temporada. Segundo Stella, isso manteve o ex-consultor sempre com a equipe em 2024.

Se fomos capazes de aumentar o nível que era necessário, isso também é porque Gil fez parte do processo. Então, foi fácil para nós, dedicamos diretamente nossa primeira vitória em Miami ao Gil.

Você deve se lembrar do quadro, isso é para Gil, isso é para você e, obviamente, Gil sempre esteve conosco. Como eu uso esse broche o tempo todo quando estou na fábrica e para a corrida final, eu precisava dar uma mensagem clara para mim mesmo e para todos de que Gil estava conosco durante toda a temporada”, explicou Stella ao portal F1 Mania Net.

Rubens Barrichello explica por que Gil de Ferran nunca correu na Fórmula 1?

Nascido na França e filho do mecânico Luc de Ferran, Gil se mudou para o Brasil quando tinha somente quatro anos. No país, começou sua carreira no kart. Ganhando destaque, chegou a disputar a Fórmula 3. No entanto, seu auge foi na Fórmula Indy, na categoria foi campeão em 2000 e 2001.

Mas afinal, por que Gil de Ferran nunca correu pela Fórmula 1? Em entrevista ao Flow Podcast, Rubens Barrichello contou a história de um teste/acidente bizarro, que acabou atrapalhando o piloto.

A história do Gil [de Ferrar] é tão doída. Ele saiu e foi fazer uma volta pela Footwork (Arrows), quando ele retornou, o cara falou: “Desce do carro”, aí ele disse: “Beleza, vou ao banheiro”.

Quando ele voltou, abriram uma porta do caminhão e ele tacou-lhe a cabeça na porta, não viu. Abriu uma vareta, teve que dar ponto e não andou mais de Fórmula 1. Esse teste era para ele, depois ele foi um grande campeão na Fórmula Indy.

Gil de Ferran vencedor das 500 Milhas de Indianápolis em 2003
Gil de Ferran foi vencedor em edição da Indy 500 [Reprodução]

A versão de Gil de Ferran sobre o acidente

Com mais detalhes, Gil de Ferran explicou o ocorrido em uma entrevista no ano de 2014 para o UOL.

Fui convidado para testar com a Footwork, que era uma Force India da época. O primeiro problema é que eu não entrava direito no carro, na época não havia regulagem de cockpit e eu tenho uma estatura de média para alta para um piloto de corrida (1,77 m). Me encaixei lá e estava super desconfortável.

Dei algumas voltas e deu muita cãibra: nas costas, perna, ombro… Então saí do carro para me esticar um pouco.” “Eu saí caminhando e havia dois caminhões [motorhomes] na parte de trás dos boxes. Um deles tinha uma espécie de armário, que foi deixado com a porta aberta. E dava bem na altura da cabeça. Eu estava olhando para o chão, pensando no carro, na pilotagem… E enfiei a cabeça.

O brasileiro nunca soube se esse foi o real motivo de não ter passado no teste. Porém, ainda teve outra chance com a Williams, a equipe dominante do grid na época. Na ocasião, Gil de Ferran garantiu que foi bem, mas acabou perdendo a vaga para David Coulthard.

Siga no mundo do automobilismo e confira também mais algumas notícias sobre a Fórmula 1 aqui no Esportelândia: