O mundo do vôlei foi abalado em 2017 pela participação de Tifanny Pereira de Abreu, a primeira mulher trans a competir em uma partida oficial da Superliga Feminina. Tifanny, que atua como oposto e ponteira, causou uma reviravolta de opiniões sobre a inclusão de atletas trans no esporte. Sob uma lente de colegas de profissão e conhecedoras das nuances do jogo, Sheilla e Thaísa analisaram o caso em entrevista.
Sheilla Castro e Thaísa Daher analisam famoso tema de mulher trans no vôlei
Antes de competir em campeonatos femininos, Tifanny jogou como homem nas Superligas A e B no Brasil, além de participar de outros torneios em ligas da Indonésia, Portugal, Espanha, França, Holanda e Bélgica.
Sua transição de gênero ocorreu enquanto jogava pelo JTV Dero Zele-Berlare, e em 2017, recebeu permissão da Federação Internacional de Voleibol para competir em ligas femininas.
Eu não sou paga para opinar sobre o que é certo, mas a Tifanny ataca muito forte sim. Às vezes até brinco, fico com aquela sensação de que ela segurou a mão ali. Não dá para negar seu poder de ataque… – disse Thaísa.
Muitas discussões sobre o que é certo ou errado no caso de Tifanny Abreu já foram travadas, incluindo comentários de outros jogadores. No entanto, quando questionadas sobre o assunto, Sheilla e Thaisa, duas grandes estrelas do vôlei brasileiro, ofereceram uma perspectiva diferenciada e mais íntima, baseada em sua experiência como colegas de profissão que entendem as nuances do jogo.
… Eu sinto, em alguns momentos, a diferença na força do ataque, mas não acredito que isso signifique que ela carregue o time nas costas e vença todos os jogos. Não vejo dessa forma. – completou Thaísa, destacando a qualidade do jogo de Tifanny sem, no entanto, superestimar seu impacto.
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“Tifanny pode ter mais força, mas nunca carregou o time sozinha”, destaca Sheilla Castro
O debate sobre a participação de mulheres trans no vôlei continua a gerar discussões acaloradas, mas a perspectiva de Sheilla e Thaísa oferece uma visão equilibrada e que enriquece um tema complexo e controverso para muitos.
A partir do momento em que ela recebe permissão para jogar, não vejo razão para impedi-la. Se ela está apta, deve jogar. Já conversei com fisiologistas para entender melhor, e embora seja um assunto complexo, se os médicos permitirem, então que jogue.
Havendo permissão médica, se um time quiser ter atletas trans em maioria, não vejo problema. Desde que seja considerada mulher em todos os aspectos documentais e hormonais, não vejo motivo para impedir sua participação. Tifanny pode ter mais força, mas nunca carregou o time sozinha. – disse Sheilla Castro.
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Repórter no Esportelândia. Licenciado em Literatura Inglesa. Jornalista com passagens por Quinto Quarto, Blog de Escalada, Minha Torcida, Futebol Interior e Techpost. Está no Esportelândia desde 2022.