O técnico argentino Horacio Dileo, que atualmente comanda o Vôlei Renata e recentemente trouxe o renomado levantador Bruninho para a equipe, concedeu uma entrevista ao podcast Ataque Defesa, do jornalista Alê Oliveira.

Durante a conversa, Dileo compartilhou suas reflexões sobre o estado atual do vôlei brasileiro e os desafios que o esporte enfrenta para se manter competitivo e relevante.

Abertura para novas Ideias e a necessidade de diálogo coletivo no vôlei brasileiro

Horacio Dileo destacou sua abertura para novas ideias e práticas que possam contribuir para o crescimento do vôlei. Ele acredita que o desenvolvimento do esporte deve ser uma via de mão dupla, onde todos os envolvidos têm algo a oferecer e a receber.

Dileo ressaltou a importância de controlar as emoções e as ações, especialmente em momentos cruciais durante os jogos.

Eu sempre estou receptivo a qualquer coisa que me ajude, não tenho problema nenhum com isso. Mas estou convicto de que é uma via de duas mãos. Um dá, mas também quer receber.

 

Dileo enfatizou que o vôlei brasileiro precisa urgentemente de uma discussão ampla e coletiva sobre o futuro do esporte. Ele sugere a criação de uma “mesa muito grande de discussão” que inclua todos os principais atores do vôlei: treinadores, jogadores, diretores, e representantes da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV).

Temos que estar todos: treinadores, jogadores, diretoria, CBV, discutindo o que queremos do produto vôlei. O que precisamos para que isso continue? Porque isso cresce naturalmente.

Horacio Dileo fala sobre percepção distorcida do sucesso e a importância da humildade no vôlei

O treinador argentino também chamou a atenção para a percepção distorcida que muitas vezes se tem dos times que não chegam à final de uma competição.

Hoje, vivemos em uma sociedade em que parece que, como jogamos a final, somos craques, e os dois times que caíram são os piores do mundo. Não tenho dúvida de que os dois times que caíram trabalharam tanto quanto o Sada, o Sesi, nós.

 

Para Horacio Dileo, o sucesso do vôlei brasileiro depende de um esforço conjunto e coordenado de todos os envolvidos. Ele sublinha a necessidade de humildade e a capacidade de escutar uns aos outros para tomar decisões que beneficiem o esporte como um todo.

Temos muito nas mãos, muito nas mãos. O jornalismo, a diretoria, os jogadores, os treinadores, todos precisamos saber escutar. Precisamos saber aonde vamos e de que jeito vamos” afirmou o técnico, alertando para o impacto negativo que a perda de patrocinadores e times pode ter no futuro da Superliga e do vôlei no Brasil.

Dileo concluiu sua análise destacando a importância da responsabilidade em um momento em que o vôlei brasileiro está em expansão, com a Superliga B já contando com 12 times e a possibilidade de crescimento para a Superliga C.

Muita gente jogando vôlei, muitos jogadores, muito emprego. E isso exige responsabilidade” disse Horacio Dileo, reforçando a necessidade de planejamento e colaboração para garantir um futuro promissor para o esporte.

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