Gabriel Medina e John John Florence são os dois principais surfistas da última década no circuito mundial.

Apesar dos títulos de Mineirinho, Italo e Toledo, a rivalidade e o surf de Medina e Florence elevaram os dois atletas a um patamar superior.

A diferença de tratamento da WSL com Gabriel Medina e John John Florence

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Gabriel Medina e John John Florence são rivais de longa data no circuito mundial da WSL [Pedro Mestre/WSL]
Uma coisa é fato, Medina e John ainda são os principais surfistas do circuito mundial. Além disso, ambos são favoritos para conquistar uma medalha nas Olimpíadas em Teahupo'o.

Os surfistas que já batalharam por títulos mundiais, agora podem duelar em mais uma bateria épica, dessa vez valendo uma possível medalha inédita para ambos.

Em relação ao que foi escrito acima, uma coisa chama a atenção quando olhamos para o perfil oficial da WSL nas redes sociais. A diferença de como a liga trata Gabriel Medina e John John Florence.

A WSL preparou postagens sobre os dois atletas pensando nas Olimpíadas. No entanto, o tricampeão mundial Medina tem uma descrição bem mais contida se comparado com John John Florence.

Vamos lá, primeiro o post sobre Gabriel Medina:

Duas vitórias, quatro finais e literalmente dezenas de excelentes pontuações. Gabriel Medina é uma fera em Teahupo'o, um dos surfistas mais intimidadores e consistentes em The End of the Road.

Gabe venceu o Tahiti Pro em 2014 pela primeira vez contra o surfista mais vitorioso de todos os tempos em Teahupo’o, Kelly Slater.

O tricampeão mundial da WSL tem se destacado consistentemente em Teahupoo desde então, vencendo o evento novamente em 2018 e alcançando quatro vice-campeonatos em 2015, 2017, 2019 e 2023.

Agora o post da WSL para John John Florence:

O Menino do Pipeline.

Criado nas areias de Pipeline e pegando ondas no Taiti desde que era um adolescente, o bicampeão mundial nascido no Havaí, John John Florence, é inegavelmente um dos melhores surfistas de todos os tempos em Teahupo’o.

Além de sua profunda relação com a comunidade e experiência na onda, John é um dos mais naturalmente talentosos e técnicos surfistas de tubo de backside do planeta.

Pegando sua primeira onda aos seis meses de idade, John John foi considerado um prodígio e apareceu como um fenômeno juvenil em revistas internacionais de surfe e filmes antes mesmo de entrar no ensino médio.

No entanto, surfistas como John não surgem do nada. O mais velho de três irmãos, John, Ivan e Nathan, a mãe de John, Alexandra, não tinha o estilo de vida padrão de uma mãe solteira, com John e os meninos sendo acolhidos pelo melhor surfista do mundo e cuidados por toda a comunidade da North Shore.

Apesar de uma série de lesões frustrantes (costas, pulso, braço, perna e mais) desde que se qualificou para o World Championship Tour, John John venceu o Pipe Masters, a Tríplice Coroa e dois títulos mundiais consecutivos em 2016 e 2017, tudo isso enquanto produzia e estrelava consistentemente filmes de surfe favoritos dos fãs que são tanto arte de alto nível quanto desempenho, e ganhando múltiplos prêmios Surfer Poll ao longo de sua carreira.

Com a medalha de ouro em jogo em uma de suas ondas favoritas no mundo, John John Florence não pode ser perdido em Teahupo’o este mês.

A diferença entre os posts chega a ser bizarra. Não me entenda mal, caro leitor. John é realmente um dos melhores da história e merece essa descrição. Mas a grande questão que fica é, por que Gabriel Medina não?

É fato que Medina não vive o melhor dos climas com a WSL e tem reclamado nas duas últimas temporadas, mas ainda assim não parece justa toda essa diferença de tratamento. Principalmente se consideramos títulos e histórico em Teahupo'o.

Talvez o administrador da rede social da WSL só estivesse mais inspirado em escrever sobre Florence. Bom, nunca saberemos.

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