Atualmente, o Brasil está vivendo uma de suas melhores safras, se não a melhor, da história do skate. Em qualquer uma das modalidades competitivas, seja no street, park ou vertical, os brasileiros vêm conquistando marcas sensacionais. No entanto, alguns dos grandes nomes dessa geração moram fora do nosso país, ou passam temporadas no exterior, sendo os Estados Unidos o principal destino dos skatistas.

Kelvin Hoefler, vice-campeão olímpico da modalidade street, é um desses atletas brasileiros que vivem no exterior. Sendo assim, em entrevista exclusiva ao Esportelândia, o skatista revela os motivos de viver nos Estados Unidos e os benefícios que essa mudança trouxe.

Início da história de Kelvin nos EUA

Nascido e criado no Guarujá, cidade do litoral paulista, Kelvin Hoefler teve que enfrentar diversas barreiras para se tornar o fenômeno que é hoje. Assim como milhões de brasileiros, o skatista teve seus primeiros contatos com o esporte através do futebol. Além disso, por morar perto da praia, também tentou surfar, mas se encontrou mesmo com o skate no pé.

As oportunidades eram escassas, no entanto, a família de Kelvin sempre o incentivou. Dessa forma, ainda jovem começou a competir e entrou com tudo no mundo do skate e, então, percebeu que precisava se mudar para alcançar o alto nível:

Eu fui para uma competição amadora em 2010, nos Estados Unidos, e vi que eu precisava estar lá para evoluir meu skate. Então, como eu não tinha dinheiro na época pra ir morar nos Estados Unidos, eu voltei para o Brasil. Em 2014, eu passei para profissional, comecei a ganhar dinheiro com meus patrocinadores e foi possível me mudar para lá, em 2015.

Investimento e incentivo: pilares para o desenvolvimento

Kelvin realmente estava certo, depois que se mudou e focou na carreira de skatista profissional conquistou diversos títulos. Dessa maneira, de 2015 pra cá, o brasileiro venceu o Super Crown, duas etapas do X-Games e faturou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Assim, com anos de experiência, Hoefler afirma que o investimento é o diferencial entre Brasil e Estados Unidos:

Na Califórnia, temos pistas de skate profissionais feitas pelas mesmas empresas que fazem os eventos. Por exemplo, na minha cidade têm três pistas públicas e ainda tenho a pista do meu quintal, onde eu passo a maioria do tempo quando treino.

Ademais, Kelvin também falou sobre os japoneses, que impressionaram nas Olimpíadas deste. Segundo o brasileiro, o país está colhendo os frutos de um bom planejamento de incentivo ao esporte. “No Japão também tem muito incentivo e muitas pistas privadas para a molecada andar de skate e desenvolver” – relata.

Portanto, fica evidente que o Brasil pode melhorar nesse aspecto para reter os seus talentos em território nacional. Ainda mais com a geração atual, que está inspirando milhões de jovens a começarem a andar de skate. Dessa forma, Kelvin Hoefler afirma que só há uma maneira dessa próxima geração desfrutar do esporte:

Estrutura e incentivo para os praticantes de esportes, não só do skate mas de outras modalidades também.

Foto destaque: Divulgação/Julio Detefon