A bocha paralímpica, um esporte que exige precisão e estratégia, é destinada a atletas com elevado grau de paralisia cerebral ou deficiências severas.
No Brasil, a modalidade começou a ganhar destaque na década de 1970, e desde então tem sido uma importante ferramenta de inclusão no esporte.
Conheça mais sobre a história da bocha paralímpica e outros detalhes do esporte ao longo do texto!
Como surgiu a bocha paralímpica?
A modalidade da bocha tem suas origens em um esporte ancestral, o lawn bowls, que também era jogado na grama.
Foi justamente nessa versão que o Brasil conquistou sua primeira medalha paralímpica na história, durante os Jogos de Toronto, em 1976.
Naquela ocasião, Robson Sampaio de Almeida e Luiz Carlos “Curtinho” ganharam a prata, concretizando o início de uma trajetória de sucesso do país na bocha paralímpica.
Com o passar dos anos, a bocha evoluiu e se consolidou como uma das principais modalidades dos Jogos Paralímpicos. Falaremos mais para a frente do grande destaque nacional na bocha.
Entenda a bocha paralímpica
A competição da bocha paralímpica consiste em lançar bolas coloridas o mais próximo possível de uma bola branca, chamada jack ou bolim.
Os atletas, que competem em cadeiras de rodas, utilizam as mãos, pés ou até mesmo instrumentos de auxílio, como calhas, para realizar os arremessos.
Para ser um atleta de bocha paralímpica é necessário que a pessoa tenha paralisia severa ou alto grau de dificuldade locomotora.
De fato, diante de tais circunstâncias, não há como negar que a bocha é uma das modalidades mais inclusivas dentro das Paraolimpíadas.
Regras da bocha paralímpica
As regras da bocha paralímpica são organizadas e gerenciadas pela Boccia International Sports Federation (Bisfed), enquanto no Brasil, a modalidade é regida pela Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE).
A competição pode ser disputada individualmente, em duplas ou por equipes, sempre com o objetivo de lançar as bolas coloridas o mais próximo possível do jack.
Os atletas são divididos em quatro classes funcionais, dependendo do grau de deficiência e da necessidade de auxílio durante a competição.
Aqueles com maior comprometimento motor, por exemplo, podem utilizar uma calha para auxiliar no lançamento das bolas, enquanto outros podem contar com a ajuda de um calheiro, que ajusta a posição da calha e entrega as bolas aos atletas.
A classificação funcional é fundamental para garantir a equidade nas competições. Na bocha paralímpica, os atletas são classificados em:
- BC1;
- BC2;
- BC3;
- BC4.
A ordem do grau de classificação irá ser classifciada de acordo com o grau de deficiência de cada atleta.
A classe BC1 permite o auxílio de um ajudante para estabilizar a cadeira ou entregar a bola, enquanto a BC2 não permite qualquer tipo de assistência.
As classes BC3 e BC4 são destinadas a atletas com deficiências muito severas, sendo que a BC3 permite o uso de instrumentos auxiliares e a presença de um calheiro.
O Brasil na bocha paralímpica
A priori, diferente de muitas outras modalidades, a bocha paralímpica não possui um equivalente nos Jogos Olímpicos, assim como o goalball. Isso faz da bocha um esporte único, exclusivamente praticado por atletas com deficiências graves.
Nas edições mais recentes dos Jogos Paralímpicos, o Brasil tem se destacado, principalmente nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, onde a equipe nacional conquistou duas medalhas.
Antonio Leme, Evelyn de Oliveira e Evani Soares garantiram o ouro nos pares BC3, enquanto Eliseu dos Santos, Dirceu Pinto e Marcelo dos Santos levaram a prata nos pares BC4.
Nos Jogos de Tóquio, o Brasil continuou a brilhar na bocha paralímpica, conquistando duas medalhas de bronze no individual.
José Carlos Chagas, na classe BC1, e Maciel Santos, na classe BC2, mostraram a força e a competitividade dos atletas brasileiros na modalidade.
Brasil em Paris 2024
Nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, a equipe brasileira chega com grandes expectativas para a disputa da bocha paralímpica.
Diante de um retrospecto bem positivo na modalidade, é capaz de considerar o Brasil um dos grandes favoritos para a conquista de medalhas.
Ainda, é importante dizer que, neste ano, será a quinta participação do Brasil na bocha e contará com o número inédito de 12 representantes. Em 2021, por exemplo, tínhamos 9.
Diante disso, o Brasil contará com uma equipe bem fomentada e numerosa de atletas nacionais que estarão representando o país na capital francesa:
- André Martins – BC4;
- Evani Calado – BC3;
- Andreza Vitória – BC1;
- Evelyn de Oliveira – BC3;
- José Carlos Chagas – BC1;
- Iuri Tauan – BC2;
- Laissa guerreira – BC4;
- Mateus Carvalho – BC3;
- Maciel Santos – BC2;
Além disso, o Time Brasil de bocha paralímpica ainda conta com os calheiros Oscar Carvalho, Renata Santos e Roberto Ferreira.
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Assim, há grandes expectativas para a disputa de ouro por parte dos atletas brasileiros na bocha paralímpica em Paris 2024;
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Repórter do Esportelândia. Jornalista pela Belas Artes. Responsável pela popularização da mídia do fisiculturismo de forma jornalística. Acadêmico de nutrição e criador da página Notícias Sobre Fisiculturismo. Está no Esportelândia desde 2021.