Nesta segunda-feira (20), celebramos o ‘Dia da Consciência Negra‘, uma data imprescindível na luta contra o racismo e a desigualdade social na sociedade brasileira. Representando uma oportunidade para reflexão, mas também para reconhecimento dos méritos da população negra.
Em homenagem aos ícones negros que fazem e fizeram história no esporte, teremos uma série de notícias exaltando todos os seus feitos. E como não poderia ser diferente, começaremos pela paixão nacional, o futebol.
Proibidos na Seleção Brasileira
Muitos desconhecem, mas os jogadores negros foram proibidos de integrar o elenco da seleção brasileira em 1919, após determinação e assinatura do presidente Epitácio Pessoa.
No entanto, esse ato extremamente racista caiu por terra com o fracasso do Brasil nos jogos Sul-Americanos em 1922. Esse episódio lamentável da história de nosso país durou três anos, mas deixou duras marcas no esporte que são vivenciadas até os dias atuais através do racismo durante os jogos.
Consciência Negra e os brasileiros
Durante um longo tempo, o Brasil manteve a hegemonia de revelar grandes jogadores de futebol. Se analisarmos o histórico, nos deparamos com vários atletas e em sua maioria negros.
O Esportelândia aproveitou o ‘Dia da Consciência Negra', analisou com atenção e optamos por falar em especial de jogadores negros que marcaram o futebol e fizeram história na Copa do Mundo.
Leônidas da Silva – Diamante Negro
O jogador não ganhou a Copa do Mundo, mas escreveu seu nome na história do esporte e mesmo sem a taça, se tornou um ídolo do futebol brasileiro nos anos 50, por esse motivo deve ser lembrado neste Dia da Consciência Negra.
Leônidas da Silva estreou na Copa do Mundo em 1938, quando impressionou a todos ao realizar uma bicicleta e foi chamado pela imprensa mundial de ‘Homem elástico', por conta de sua agilidade com a bola e flexibilidade.
Com um retrospecto invejável, ele balançou as redes por 437 vezes em 512 jogos e acabou sendo homenageado pela Lacta, quando a marca deu o apelido do jogador a um de seus chocolates, tornando-o um dos mais famosos, o Diamante Negro.
Garrincha
Manuel Francisco dos Santos, foi um famoso ponta direita e ganhou destaque principalmente entre 1950 e 1960, por seus dribles inacreditáveis.
Garrincha foi fundamental nas conquistas da Copa do Mundo de 1958 e 1962, marcando seu nome no futebol e, conquistando milhares de fãs que exaltam seus feitos até hoje.
Didi – Mr.Football
Waldir Pereira ou Didi foi um renomado meio-campista que assim como Garrincha, contribuiu diretamente nas conquistas da seleção brasileira nas Copas do Mundo de 1958 e 1962.
O jogador ficou conhecido como “Mr. Football”, por causa de sua visão de jogo, precisão nos passes e habilidade técnica. Seu legado ficou marcado pela inteligência tática e impacto significativo no futebol brasileiro.
Pelé
Falar sobre Edson Arantes do Nascimento é algo muito fácil, visto sua representatividade se tornou uma lenda do futebol brasileiro e mundial.
Nascido em 1940, Pelé conquistou três Copas do Mundo (1958, 1962, 1970) com a seleção brasileira, sendo o único jogador a realizar tal feito.
Pelé entrou para o Livro dos Recordes por três grandes feitos: tornou-se o jogador de futebol com mais gols (1.283 em 1.363 partidas), o jogador com mais Copas do Mundo vencidas (1958, 1962 e 1970) e o jogador mais jovem a vencer uma Copa do Mundo, com apenas 17 anos e 249 dias,… pic.twitter.com/MUDML5bNw3
— Pelé (@Pele) October 28, 2023
Conhecido por sua habilidade extraordinária, precisão nos chutes e um grande artilheiro com 1000 gols. Infelizmente, ele nos deixou em dezembro do ano passado, mas suas conquistas e personalidade serão sempre lembradas nos quatro cantos do mundo.
Romário
Romário de Souza Faria nasceu em 1966 literalmente para brilhar com uma incrível habilidade de finalização e posicionamento na área.
O atacante foi uma das principais peças na conquista da Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, pela seleção brasileira. A capacidade em marcar belos gols e a presença no cenário mundial do futebol o tornam uma figura icônica no esporte.
Cafú, Rivaldo, Ronaldo, Roberto Carlos, Ronaldinho Gaúcho e Dida
A seleção brasileira teve uma fase com grandes jogadores negros e todos marcaram o futebol nacional, mas também o internacional já que muitos atuaram em grandes equipes do exterior.
E nesta data com um significado tão importante como é o Dia da Consciência Negra, relembrar os grandes do passado, mas não tão distante assim.
Cafú ficou famoso por ser um lateral-direito exemplar com ampla resistência física, versatilidade tática e contribuições para jogadas que resultaram em gols.
O jogador participou de quatro Copas do Mundo e levantou a taça de campeão e capitão em duas oportunidades, sendo 1994 nos Estados Unidos e 2002, na Coréia do Sul e Japão.
Rivaldo era um coringa, pois aruava como meio-campista e atacante. Seu desempenho era impecável tanto que foi premiado com a Bola de Ouro em 1999 e teve papel crucial na conquista da Copa do Mundo de 2002. Na ocasião, formou uma parceria notável com Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho.
Ronaldinho, muitas vezes chamado de “Fenômeno“, marcou a história do futebol como um dos maiores artilheiros. Com um talento ímpar nos dribles e finalizações. Ganhou duas vezes o prêmio de Melhor Jogador do Mundo da FIFA e foi importante nas conquistas da Copa do Mundo de 1994 e 2002.
Roberto Carlos um dos melhores laterais-esquerdo que vi atuar, reconhecido por sua velocidade, poderoso chute e habilidades defensivas. O currículo profissional de RC6 incluí três Ligas dos Campeões da UEFA e o título da Copa do Mundo de 2002.
Ronaldinho Gaúcho ou Bruxo é a definição perfeita do futebol com alegria e mesclado com genialidade no campo. O jogador trouxe a tona o futebol moleque que tanto deu destaque ao Brasil, explorando dribles e com uma visão de jogo extraordinária. Ele ganhou a Bola de Ouro em 2005.
Dida escreveu uma trajetória profissional incrível e sagrou-se como um dos grandes goleiros brasileiros, após a era Taffarel. Sua ampla visão de jogo, agilidade nos lances e habilidades de defesa foram fundamentais na conquista da Copa do Mundo de 2002.
Esperamos que essa lista de multiplique e que na próxima Copa do Mundo outros negros sejam adicionados e, muito mais do que isso, que os jogadores sejam exaltados.
Na realidade, não fui eu quem optou pelo jornalismo, mas sim foi o jornalismo que me escolheu. Sem sombra de dúvidas, essa profissão é como um vasto oceano a ser explorado em suas profundezas; somente assim é possível compreender e apreciar toda a sua magnitude.
