Felipe Drugovich, piloto reserva da Aston Martin na Fórmula 1, participou do Flow Podcast e compartilhou suas impressões sobre o automobilismo, refletindo sobre a evolução da F1 e as diferenças entre a época de Ayrton Senna e a atual.

Com 24 anos e um futuro promissor no esporte, Drugovich abordou diversos aspectos da categoria, incluindo as dificuldades que os pilotos enfrentam hoje em comparação com os tempos em que Senna competia.

Uma de suas declarações mais impactantes foi sobre a impossibilidade de um piloto como Senna, com um carro inferior, “virar o jogo” nos dias atuais, destacando as mudanças que tornaram a Fórmula 1 mais desafiadora para os pilotos.

Drugovich aponta diferenças na Fórmula 1: Era Senna x Era Atual

A conversa começou falando sobre o público da Fórmula 1. Para Felipe Drugovich, houve um período onde os brasileiros esperavam resultados como o de Senna e isso atrapalhou o sentimento ao ter Massa, por exemplo, no grid:

Drugovich não hesitou em destacar as diferenças marcantes entre a Fórmula 1 das décadas passadas, dominada por Ayrton Senna, e a atual, que exige dos pilotos uma adaptação constante às novas tecnologias e a uma competitividade ainda mais acirrada.

Segundo ele, no passado, a possibilidade de um piloto superar as limitações do seu carro e conquistar uma vitória, mesmo com um equipamento inferior, era mais viável.

O carro era muito mais difícil. Você tinha muito mais recursos, havia muito mais coisas que você podia alterar no carro.

“Ayrton Senna não viraria o jogo hoje em dia”, afirma Drugovich

A principal observação de Drugovich sobre essa evolução é que, enquanto na época de Senna o piloto poderia, em um dia de sorte, “virar o jogo” e levar um carro inferior ao topo, hoje isso seria praticamente impossível devido ao nível de sofisticação dos carros modernos.

A Fórmula 1 de hoje opera com limites técnicos extremamente apertados, e as equipes do fundo do grid raramente têm a chance de competir com as da frente.

Antigamente, com um carro inferior, no dia certo e na hora certa, você conseguia virar o jogo.

Hoje em dia, como é tudo tão próximo do limite, é muito difícil virar o jogo com uma equipe no fundo do grid.

A transformação do público brasileiro e a percepção da Fórmula 1

Drugovich também refletiu sobre como o público brasileiro percebe a Fórmula 1 hoje em comparação com as décadas de 1980 e 1990, quando Ayrton Senna era o grande ícone do esporte.

O piloto observou que, no passado, muitos brasileiros esperavam que outros pilotos chegassem ao nível de Senna, especialmente com a presença de Rubens Barrichello e Felipe Massa.

Drugovich destacou como o público brasileiro, muitas vezes, colocava uma pressão excessiva em pilotos que não tinham a mesma vantagem técnica e competitiva que Senna teve em sua época.

Mudou o público, principalmente no Brasil. Antes era muito cara ‘viúvo do Senna’ e estava esperando alguém chegar em qualquer equipe e ganhar, como Rubinho e Massa.

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Autor Eric Filardi

Coordenador do Esportelândia desde 2021, é jornalista pós-graduado em Jornalismo Esportivo. Autor do livro “Os Mestres do Espetáculo”, que está na biblioteca do Museu do Futebol de São Paulo. Passou por Jovem Pan, Futebol na Veia e PL Brasil.