Poucos conseguem implementar a combinação de potência e elegância da Fórmula 1 como a Aston Martin F1. Natural, portanto, o seu retorno — ainda que discreto — ao grid.

A equipe inglesa quer agora mostrar que seus carros podem ser bem mais velozes que os pilotados por James Bond. E menos perigosos, também.

No texto a seguir, reunimos todas as informações sobre a Aston Martin, seja seu passado — sua história e seus personagens notáveis —, seja seu presente — o dono, a equipe, os pilotos. O futuro, bom, é o que veremos.

Qual o país da Aston Martin F1?

O país da Aston Martin F1 é a Inglaterra. A sede da equipe fica em Silverstone, no condado de Northamptonshire. Se você tem a impressão que já ouviu esse nome, está correto: a cidade sedia o tradicional GP da Inglaterra.

Quando foi criada a Aston Martin F1?

Carro da Aston Martin na Fórmula 1
(Getty Images)

A Aston Martin F1 foi criada em 1959. A equipe inglesa esteve por pouco tempo na Fórmula 1, abandonando o grid em 1960. Mais de 60 anos depois, em 2021, a escuderia retornou à maior competição do automobilismo mundial, assumindo a antiga Racing Point.

Mas a história da Aston Martin nas pistas não se resume a isso, como veremos a seguir.

História da Aston Martin F1

Iimagem do carro competitivo da Aston Martin nos anos 1920
(Divulgação/Aston Martin)

A história da Aston Martin F1 mostra que a relação da montadora inglesa com as pistas é de bem antes da Fórmula 1. Nos anos 1920, Lionel Martin, cofundador da companhia, já desenvolvia modelos para competições.

Anos depois, os modelos tiveram sua evolução interrompida, claro, pela Segunda Guerra Mundial. Mas tinham atingido tamanha tecnologia que o carro de 1936 competiu sem qualquer problema nas primeiras competições pós-guerra, em 1946.

O desempenho do Aston de 1936 não passou despercebido. Já em 1947, a empresa foi comprada por Sir David Brown, empresário inglês entusiasta de carros finos e principalmente do automobilismo.

Com a recuperação econômica pós-guerra e os novos ventos trazidos por Brown, a Aston Martin começou a entrar nas pistas em 1954. Os modelos DB e DBR (de David Brown), foram postos a prova inicialmente nas 24 Horas de LeMans e nas 12 Horas de Sebring.

Foi com o DBR1 que a equipe teve o seu maior sucesso até hoje, alcançando uma incrível dobradinha em LeMans de 1959. Carroll Shelby e Roy Salvadori ficaram em primeiro, Maurice Trintignant e Paul Frère terminaram em segundo.

A primeira geração da Aston Martin F1

Empolgado com os resultados, David Brown logo anunciou a entrada da Aston Martin na Fórmula 1 no mesmo ano de 1959. O DBR4, construído sobre o DBR1 exclusivamente para a competição, seria bom o suficiente para os GPs. Até 1958, pelo menos.

Justamente no ano em que a equipe inglesa entrou na F1, os carros tinham sofrido uma drástica mudança, com a alteração dos motores da parte dianteira para a traseira. O DBR4 seguia com seu pesado motor na parte da frente.

A discrepância nos desenhos, claro, custou o melhor desempenho da Aston Martin na Fórmula 1.

Com a exceção da segunda colocação de Roy Salvadori, no Torneio Internacional, que não contava para o campeonato, a melhor colocação da Aston Martin na F1 foi a sexta, que aconteceu nos GPs da Inglaterra e de Portugal.

Brown e seus engenheiros fizeram de tudo para remodelar o carro para 1960. O DBR5 era de fato mais leve, mas pouco ajudou na hora de conseguir resultados. Disputando apenas três corridas na virada da década, a equipe decidiu abandonar a categoria por falta de resultados.

A volta ao grid

Muitos anos depois, em 2009, a Aston Martin ficou a poucos passos de um retorno ao grid. A abertura de novas inscrições e o reboot obrigatório nos desenhos dos carros foram uma tentação, mas os ingleses não cederam, no fim.

Em 2016, porém, a montadora voltou a competição como parceira da Red Bull. O acordo, inicialmente para uma cooperação no desenvolvimento de carros de luxo, evoluiu para patrocínio master em 2018. A equipe passou a ser a Aston Martin Red Bull Racing.

O vínculo entre ingleses e austríacos venceu em 2020. “Livre” no mercado, a montadora viu na Racing Point, cujo dono tem cerca de 20% das ações da empresa, a oportunidade para voltar de vez à competição.

Com motores Mercedes e o reforço de Sebastian Vettel, a nova Aston Martin F1 tentou alcançar um patamar diferente nas últimas temporadas. Contudo, não obteve o sucesso desejado. Tanto que o piloto alemão anunciou a aposentadoria após o fim de 2022.

Para esta temporada, a Aston Martin anunciou a chegada de outro campeão mundial. Com o intuito de substituir o peso de Vettel, a equipe inglesa assinou com Fernando Alonso para comandar um dos seus carros no grid. Uma parceria que promete grandes trunfos nas pistas.

Também para o ano de 2023, a Aston Martin assinou com o brasileiro Felipe Drugovich. O jovem atleta de 22 anos é o atual piloto reserva da equipe, participando de treinos e podendo substituir alguns dos principais em corridas, caso haja necessidade.

Quantos títulos de pilotos tem a Aston Martin F1?

Exatamente pelo pouquíssimo tempo de pista, a Aston Martin ainda não tem um título de pilotos na Fórmula 1.

Quantos títulos de construtores tem a Aston Martin F1?

O mesmo vale para os títulos de construtores. Com pouco tempo de grid, a Aston Martin mal teve espaço para se estruturar e competir seriamente com as equipes mais fortes.

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Maiores pilotos da história da Aston Martin F1

  • Sebastian Vettel
  • Carroll Shelby

Sebastian Vettel

Primeira vitória de Sebastian Vettel

Sebastian Vettel já era o maior piloto da história da Aston Martin antes mesmo de entrar no carro da equipe britânica. O que o alemão fez não é para todo mundo no grid, e ninguém da escuderia chegou minimamente perto de reproduzir.

Além de um dos maiores campeões da história da Fórmula 1 (4), Vettel é o mais jovem a conquistar um tetracampeonato e o único a vencer nove GPs consecutivos na competição. É também o recordista em poles, pódios, vitórias e voltas lideradas em uma única temporada.

Números de Sebastian Vettel na Fórmula 1

  • Títulos: 4 (2010, 2011, 2012, 2013)
  • GPs: 299
  • Vitórias: 53
  • Percentual de vitórias: 20,5%
  • Pódios: 122
  • Poles: 57

Caroll Shelby

Caroll Shelby posando sobre seu carro da Aston Martin
(Divulgação/Shelby)

Ok, Carroll Shelby passa muito longe de ter o desempenho de Vettel. Mas foi a estrela da Aston Martin em seus primeiros anos de vida.

O estadunidense, que viria a criar a clássica montadora Shelby American (responsável, por exemplo, pelo Mustang), não venceu nem pontuou na Fórmula 1 com a Aston Martin, por quem competiu em 1959.

Contudo, se sagrou campeão das 24 Horas de LeMans de 1959, ainda com um caro da Aston. A velocidade era a paixão de Shelby. Tanto que, mesmo afastado dos volantes por um problema cardíaco, foi capaz de fazer história nas pistas.

Foi ele o criador do Ford GT, primeiro carro norte-americano a vencer as 24 Horas de LeMans — história que é inclusive contada no filme Ford vs Ferrari, interpretado por Matt Damon.

Números de Carroll Shelby na Fórmula 1

  • Títulos: nenhum
  • GPs: 9
  • Primeiro GP: GP da França de 1958
  • Último GP: GP da Itália de 1958

Todos os pilotos da história da Aston Martin

  • Roy Salvadori (Inglaterra)
  • Carrol Shelby (EUA)
  •  Maurice Trintignant (França)
  • Lance Stroll (Canadá)
  • Sebastian Vettel (Alemanha)
  • Fernando Alonso (Espanha)

Maiores chefes de equipe da Aston Martin F1

Krack
Foto: Reprodução/Moyens

A Aston Martin é uma equipe jovem, mesmo se consideradas as duas temporadas em que competiu nos anos 1960. Assim, é complicado eleger neste momento os maiores chefes de equipe.

O atual detentor do cargo é Mike Krack. Natural de Luxemburgo, já foi responsável por liderar outra equipe do grid, a Alfa Romeo. Aos 51 anos, chega à escuderia da Aston Martin com mais de duas décadas de experiência no automobilismo, buscando elevar o patamar da marca e melhorar os resultados dentro das pistas.

Otmar Szafnauer, chefe de equipe da Aston Martin

Com certeza, Otmar Szafnauer também foi um dos principais nomes no cargo. Engenheiro romeno que iniciou sua vida na Fórmula 1 como diretor de operações da British American Racing, em 1998. Depois de uma passada relâmpago pela Jaguar, Otmar assumiu uma posição no Conselho de Administração da Honda F1, onde ficou até 2008.

Depois, assumiu a chefia da Force India, que viria a ser comprada por Lawrence Stroll e se tornar a Racing Point, na qual exerceu o mesmo cargo. Sob sua gestão, a equipe do carro rosa conseguiu uma vitória e quatro pódios no grid.

Antes de Otmar, outras pessoas notáveis assumiram o cargo de chefe. Só a equipe que não tinha necessariamente o mesmo nome:

  • Vijay Mallya – Empresário indiano responsável pela Force India, que esteve no cargo antes de Otmar.
  • Eddie Jordan – Ex-piloto irlandês que fundou e chefiou a Jordan Grand Prix, equipe que venceu 4 GPs em 14 temporadas.

Quem é o dono da Aston Martin F1?

Lawrence Stroll, dono da Aston Martin F1
(Reuters)

O dono da Aston Martin F1 é Lawrence Stroll. Em 2018 canadense adquiriu, via liderança de um consórcio de investidores, a Racing Point.

O mesmo aconteceu em 2020 com 20% da montadora Aston Martin, da qual Stroll virou o CEO. É o motivo, aliás, da mudança de nome da escuderia. Uma estratégia conjunta para alavancar equipe e empresa.

Lawrence é um conhecido investidor do ramo automobilístico. Detém os direitos de diversas competições canadenses. Tanta aquisição só é possível pelos quase US$ 3,2 bilhões de patrimônio que a revista Forbes estimou que ele tinha em 2021.

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Curiosidades sobre a Aston Martin F1

  • A sede da Aston Martin F1 fica em Silverstone, na Inglaterra. Nos anos 1960, ficava em Newport Pagnell também na terra da Rainha.
  • Lance Stroll, um dos pilotos da Aston Martin F1, é o filho de Lawrence Stroll, o dono da equipe.

Chefes de equipe e pilotos da Aston Martin F1 em 2023

Stroll Alonso
Foto: Reprodução/Sport.es
  • Pilotos da Aston Martin em 2021: Fernando Alonso (Espanha),
    Lance Stroll (Canadá)
  • Chefe de equipe da Aston Martin: Mike Krack
  • Motor: Mercedes
  • Pneus: Pirelli

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*Última atualização em: 28/04/2024