Esporte antigo, a luta greco-romana já estava até mesmo presente nas Olimpíadas da Antiguidade. Ainda disputada em Jogos Olímpicos, vem saber mais sobre essa modalidade do esporte de combate.

A história da luta greco-romana

Ainda na Grécia Antiga, durante os festivais de lutas e até mesmo comemorações, a luta greco-romana já era uma modalidade praticada. Com seu início datado durante aquela época, que se iniciou em 1100 a.C. e foi até 146 a.C.

Naquelas ocasiões, a luta ainda fazia parte do que hoje chamamos de pentatlo, uma prova onde são disputadas diversas modalidades, incluindo corridas, arremessos de dardos e de discos.

Contudo, após o fim do período antigo, a luta greco-romana continuou sendo disputada, porém, com menos eficácia. Nesse sentido, foi apenas no Século XIX que voltou a ser reconhecida mundialmente.

Desde aquela época, o objetivo já era o mesmo que nos dias atuais: imobilizar o adversário utilizando apenas a parte superior do corpo, ou seja, sem dar golpes ou prender o oponente com as pernas.

No final do século, em 1896, a luta greco-romana ganhou espaço na sociedade e foi introduzida na primeira edição dos Jogos Olímpicos Modernos, realizados na Olimpíada de Atenas.

Ainda há um ponto importante a ser mencionado, apenas oito anos depois, na Olimpíada de Saint Louis, a luta greco-romana ganhou uma “irmã”, chamada de luta livre. Ambos os estilos são parecidos e integraram a modalidade conhecida atualmente como luta olímpica.

A principal diferença entre a luta livre e a luta greco-romana é que na livre é permitido utilizar o corpo inteiro, incluindo as pernas. Já a luta greco-romana é permitido apenas os membros superiores e o tronco.

Luta greco-romana - Entenda tudo sobre
Escultura representando o esporte na Grécia Antiga (Reprodução)

A luta olímpica e seus dois estilos

De fato, até aqui comentamos apenas sobre a luta greco-romana, porém, é importante mencionar que ela faz parte de um grupo de modalidades chamado de “luta olímpica”. No caso, a luta olímpica se divide na greco-romana e na luta livre.

Ambas com suas especificações, no caso da greco-romana, seu diferencial é o foco total no combate utilizando apenas a parte superior, já que o objetivo é a imobilização dos dois ombros do adversário.

Enquanto isso, na luta livre, como o próprio nome já leva a entender, o lutador tem a permissão de utilizar todas as partes do seu corpo com o objetivo de imobilizar o tronco e os ombros do oponente.

Vale dizer que um atleta de uma modalidade não necessariamente é atleta da outra. Porém, há alguns raros casos em que o competidor luta tanto na greco-romana quanto na livre.

Nesse aspecto, o único lutador que conseguiu ganhar medalha de ouro nos dois estilos foi o Kristjan Palusalu, nascido na Estônia. Palusalu conseguiu o feito em 1936, nas Olimpíadas de Berlim.

A luta greco-romana feminina

Ao contrário dos atletas masculinos, que puderam participar de lutas greco-romanas nas Olimpíadas desde os primórdios oficiais da competição na era moderna, as mulheres só realizaram tal feito mais de 100 anos depois.

Foi apenas nos jogos olímpicos de 2004, realizados em Atenas, que as mulheres tiveram o direito de participar da luta olímpica, podendo escolher entre a greco-romana e a livre.

O objetivo da luta greco-romana

Assim como na luta livre, a greco-romana tem como principal objetivo realizar a imobilização completa do seu oponente. No caso, para isso ocorrer é necessário encostar as costas do adversário no chão e prender elas e os ombros até a imobilização completa.

Ainda, caso não ocorra a finalização, será discutido qual dos dois lutadores irá vencer seguindo o critério de superioridade técnica, que é dado ao gressista com mais pontos.

Os pontos da luta greco-romana são concedidos por cada golpe. Por exemplo, girar o adversário e jogá-lo no chão é um golpe de dois pontos, enquanto um de grande amplitude vale cinco.

As regras da luta greco-romana

Ainda, há de se destacar as principais regras da luta greco-romana, confira:

  • Não é permitido utilizar os membros inferiores;
  • Golpes como joelhadas e cotoveladas não são válidos. Assim como puxões de cabelo e enforcamento;
  • A luta greco-romana é dividida em dois tempos de três minutos com intervalo de 30 segundos entre eles;
  • O local onde ocorre a luta é dividido pelas cores azul e laranja. No caso, os gressistas devem lutar apenas na azul, a laranja é considerada uma zona pacífica.
Luta greco-romana - Entenda tudo sobre
Atletas não podem usar os membros inferiores (Iconsport)

Principais campeões (gressistas) da luta greco-romana

Um dos principais e mais vitoriosos gressistas, como é chamado o lutador que pratica a luta greco-romana, é o Aleksander Karelin, representante da Rússia. O atleta conseguiu conquistar três medalhas de ouro ao longo da sua jornada, 1988, 1992 e 1996. Além disso, em 2000 ficou com a medalha de prata da competição.

Porém, o maior vencedor da histórica das Olimpíadas é o atleta cubano Mijaín López, que ganhou cinco ouros seguidos, em 2008, 2012, 2016, 2020 e 2024. Ao vencer em Paris 2024, o cubano também se aposentou do esporte.

Ainda há outros nomes que merecem menção na lista dos melhores gressistas de todos os tempos:

Nome País Categoria Medalhas
Emil Väre Finlândia Peso-Leve 2 de ouro (1912,1920)
Gustav Freij Suécia Peso-Leve 1 de ouro, 1 de prata e 1 de bronze (1948, 1952, 1956)
Mithat Bayrak Turquia Peso-Meio-Médio 2 de ouro

(1956, 1960)

Roman Vlasov Rússia Peso-Meio-Médio 2 de ouro 

(2012, 2016)

Väinö Kokkinen Finlândia Peso-Médio 2 de ouro

(1928, 1932)

Axel Grönberg Suécia Peso-Médio 2 de ouro

(1948, 1952)

Hamza Yerlikaya Turquia Peso-Médio 2 de ouro

(1996, 2000)

Wilfried Dietrich Alemanha Peso-Pesado 2 de prata, 1 de bronze

(1956, 1960, 1964)

Artur Aleksanyan Armênia Peso-Pesado 1 de bronze. 1 de ouro, 1 de prata 

(2012, 2016, 2020)

Alexander Kolchinsky União-Soviética Peso-Super-Pesado 2 de ouro 

(1976,1980)

Alexander Karelin União-Soviética Peso-Super-Pesado 3 de ouro, 1 de prata

(1988, 1992, 1996, 2000)

Mijaín López Cuba Peso-Super-Pesado 4 de ouro 

(2008, 2012, 2016, 2020)

O Brasil na luta greco-romana

De fato, o Brasil nunca teve a luta livre e a greco-romana como uma força cultural desenvolvida nos esportes. Como exemplo disso, o país verde e amarelo nunca conquistou uma medalha olímpica na modalidade.

Ademais, vale dizer que o primeiro título conquistado por um brasileiro na luta greco-romana aconteceu no mundial do Uzbequistão.  No Campeonato Mundial Sênior de 2014, Aline Silva conquistou a prata na categoria de 75 kg.

Apenas um ano depois, na edição de 2015 dos jogos Pan-Americanos, a brasileira Joice Souza venceu o ouro da categoria. Enquanto o atleta Davi Albino ficou com o 3° lugar.

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