Em conversa exclusiva com Lucas Saatkamp do Sada Cruzeiro, mais conhecido como Lucão, o Esportelândia passou por temas como time dos sonhos, inspiração no início de carreira, relação com Bruninho, grandes times da Superliga e mais. Confira a seguir.

O que Lucão gosta de fazer?

Quem está no esporte é viciado em esporte. NFL, NBA, até a própria NBB eu gosto de assistir.

O central confessa que acompanha outros esportes. “Tudo que é esporte que tá passando na televisão, a gente tá acompanhando”. 

Perguntado se pratica outro esporte, o camisa 16 explica que não. Os riscos de lesão afastam Lucão de ter um lazer em outros esportes.

Não tem como, porque qualquer lesão que a gente tenha pode prejudicar o time, não só eu. Quando a gente está em casa é só descanso mesmo e só pela televisão.

Lucão relembra início de carreira e paixão pelo Grêmio

Foto: Divulgação/Agência i7 / Sada Cruzeiro
Foto: Divulgação/Agência i7 / Sada Cruzeiro

O tradicional time de futebol do Grêmio tem sido só alegrias desde que o uruguaio Suárez chegou. Torcedor gremista confesso, Lucão disse que acompanha a equipe mesmo de longe.

Acompanho mais pela internet. Mas consigo ler, vejo os melhores momentos, o Grêmio empatou com o Caxias fora de casa na primeira partida da final pelo Gauchão. 

O Suárez é um craque de bola, quem acompanha esporte em geral percebe em apenas 15 minutos que o cara é diferente, tem uma inteligência acima da média. 

Lembrando das raízes, a conversa foi parar na transição de basquete para vôlei. A título de informação, o camisa 16 do Sada Cruzeiro optou pela bola laranja no início.

Eu era bolsista numa escola, mas tive a necessidade de fazer outro esporte porque o time de basquete acabou. Aí, a minha geração era aquele grupo campeão do Bernardinho em 2001, 2002 e que seguiu até 2008.

Lucão rasga elogios para a geração multicampeã, principalmente pela maneira como treinava.

Eles ganharam tudo muitas vezes e não desistiam nunca, não paravam de treinar, nem de tentar evoluir. Pude acompanhar os treinamentos e aprender muito com eles.

Relação de Lucão com Bernadinho e Bruninho

Ele (Bruninho) é um irmão. A gente começou junto lá na Seleção Brasileira de base em 2004, 2005… jogamos juntos por muito tempo também. Desde 2006 atuando juntos na Seleção adulta… Crescemos basicamente juntos em quadra. 

Lucão foi perguntado sobre os tipos de conversa, se um chama o outro para jogar no mesmo time. A exemplo do Lucão que joga no Cruzeiro, o camisa 16 disse que não chega nesse tópico.

Não, estamos bem servidos de levantadores. É um irmão, mas na hora do jogo um quer vencer o outro. Existe essa rivalidade, os dois tem esse ímpeto de querer ganhar o tempo inteiro.

Nesse sentido, se Bruninho é um irmão, o que Bernadinho é para Lucão?

O Bernardo, cara, foi um pai pra mim. Principalmente no início de carreira. Ele me deu oportunidade, me ensinou muito desse caminho de treinar, ralar, batalhar para alcançar o objetivo.

O Bernardo meio que me abriu bastante as portas assim pra que eu conseguisse chegar num nível de Seleção Brasileira.

Foto: Divulgação/Olympics
Foto: Divulgação/Olympics

Time dos sonhos de Lucão

A princípio, a ideia era colocar uma escalação com jogadores que nunca havia jogado. O central escolheu aquela geração de 2002 a 2006.

Mais tarde teve a oportunidade de dividir quadra com alguns nomes, mas tá valendo. Afinal, nesse recorte de 2002 a 2006 a equipe comandada por Bernardinho levou 16 medalhas de ouro em 20 torneios disputados.

Os caras venceram tudo, tinha quatro ponteiros que podiam ser titulares de qualquer time de qualquer Seleção a qualquer momento. Aquela geração pra mim ali foi o time dos sonhos.

Lucão no Sada Cruzeiro: alto nível, grandeza do clube, pressão por títulos…

Foto: Divulgação/Agência i7 / Sada Cruzeiro
Foto: Divulgação/Agência i7 / Sada Cruzeiro

O Esportelândia perguntou sobre a competitividade da liga e o desafio de se manter no topo. Lucão foi cirúrgico na resposta.

Acho que é o trabalho. É a sequência, a estrutura bem montada, conseguir manter sempre um bom time e orçamento, igual aqui no Sada. Não é do dia pra noite que isso é feito, mas obviamente que quando consegue manter é melhor ainda.

O Sada Cruzeiro é um dos únicos times em todos os esportes a vencer seis títulos num ano. Lucão também tem carreira vitoriosa.

Nesse mescla de campeões, o Esportelândia perguntou se muda algo jogar no Cabuloso por tudo que representa. O central foi diferente até nas palavras, resposta digna de um dos melhores centrais de sua geração.

Sabemos que a gente vem para brigar por títulos. Mas acho que na carreira de todo atleta profissional que consegue chegar no auge e disputar títulos, a gente tá sempre com a chavinha virada, buscando fazer o melhor.

Conquistar títulos, independente de onde tá. Agora, claro que ao ter uma estrutura igual aqui no Cruzeiro, por trás de um time igual esse, ajuda bastante a você querer cada vez mais.

Qual é o maior adversário do Cruzeiro no bicampeonato da Superliga?

Por fim, na ideia de que mata-mata é um campeonato a parte, o Esportelândia pediu a Lucão sua opinião sobre os maiores candidatos ao título da Superliga. O central não se desviou da questão.

As partidas mais difíceis que tivemos foram contra o Minas, perdemos as duas. Depois conseguimos ganhar o Sul-Americano contra eles, mas é uma equipe forte. Tem o São José também. Então acredito que o campeonato tá bem equilibrado. 

+ “Nesse mundo do vôlei que eu já vivi…”, declara técnico do Sada Cruzeiro