Antiga e repleta de tradição, a luta greco-romana atravessa séculos e continua viva nas maiores competições do mundo. Modalidade presente nas Olimpíadas da Antiguidade e mantida até os dias atuais, ela é uma das formas mais técnicas e desafiadoras do esporte de combate.
Neste guia completo, você vai entender o que é a luta greco-romana, como ela surgiu, quais são as principais regras e diferenças em relação à luta livre, além de conhecer os maiores campeões e o papel do Brasil nesse cenário.
Origem da luta greco-romana
A luta greco-romana nasceu na Grécia Antiga, por volta de 1100 a.C., e fazia parte dos festivais atléticos e cerimônias da época. Ela também era um dos esportes presentes no pentatlo, ao lado de corridas e arremessos de dardos e discos.
Apesar de ter se mantido viva por séculos, foi no século XIX que a modalidade ganhou regras padronizadas e reconhecimento internacional. Seu grande marco veio em 1896, quando passou a integrar oficialmente os Jogos Olímpicos Modernos, na edição de Atenas.
O estilo foca em imobilizar o adversário utilizando apenas a parte superior do corpo — é proibido o uso das pernas para atacar ou se defender, o que torna o esporte ainda mais técnico e estratégico.

Luta greco-romana x luta livre
Ambas fazem parte da chamada luta olímpica, mas existem diferenças claras entre os estilos.
- Luta greco-romana: o atleta só pode usar os braços e o tronco para executar os golpes. É proibido segurar ou atacar com as pernas.
- Luta livre: os lutadores podem usar o corpo inteiro, incluindo pernas, para atacar ou se defender.
Um caso raro de atleta que se destacou em ambos os estilos foi o estoniano Kristjan Palusalu, ouro nas duas categorias nas Olimpíadas de 1936.
Objetivo e pontuação na luta greco-romana
O principal objetivo é imobilizar completamente o oponente, encostando seus ombros no solo. Caso isso não ocorra, a vitória é definida por superioridade técnica, baseada em pontuação.
Veja como os pontos funcionam:
- 2 pontos: girar o adversário e colocá-lo no chão.
- 5 pontos: executar um golpe de grande amplitude.
Regras básicas da luta greco-romana
- Proibido utilizar os membros inferiores para ataque ou defesa.
- Golpes como joelhadas, cotoveladas, puxões de cabelo e enforcamentos são ilegais.
- A luta é dividida em dois rounds de 3 minutos, com 30 segundos de intervalo.
- O combate ocorre em um tatame circular, dividido em cores: azul (zona de luta) e laranja (zona de passividade).

Maiores campeões da luta greco-romana
🥇 Mijaín López (Cuba) – O maior da história
- 🥇 Ouro: 2008, 2012, 2016, 2020
- Se aposentou após vencer em Paris 2024.
🥇 Aleksandr Karelin (Rússia)
- 🥇 Ouro: 1988, 1992, 1996
- 🥈 Prata: 2000
Outros destaques
Nome | País | Categoria | Medalhas |
---|---|---|---|
Emil Väre | Finlândia | Peso-Leve | 🥇 1912, 1920 |
Gustav Freij | Suécia | Peso-Leve | 🥇 1948, 🥈 1952, 🥉 1956 |
Roman Vlasov | Rússia | Peso-Meio-Médio | 🥇 2012, 2016 |
Hamza Yerlikaya | Turquia | Peso-Médio | 🥇 1996, 2000 |
Artur Aleksanyan | Armênia | Peso-Pesado | 🥇 2016, 🥈 2020, 🥉 2012 |
O Brasil na luta greco-romana
De fato, o Brasil nunca teve a luta livre e a greco-romana como uma força cultural desenvolvida nos esportes. Como exemplo disso, o país verde-amarelo nunca conquistou uma medalha olímpica na modalidade.
O Brasil ainda busca sua primeira medalha olímpica na luta greco-romana. Mas há marcos importantes no cenário continental e mundial:
- Aline Silva: 🥈 prata no Mundial Sênior de 2014 (75 kg).
- Joice Souza: 🥇 ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2015.
- Davi Albino: 🥉 bronze no Pan de 2015.