Anteriormente, ainda no GP da Catalunha em Barcelona, no dia 22 de maio. A Aston Martin entregou à FIA documentos sobre o seu novo pacote de atualizações. A princípio, essas atualizações deixariam o carro muito similar ao RB18 da equipe Red Bull. Logo após essas notícias, Helmut Marko, um dos chefes da equipe austríaca, levantou acusações de que, informações sigilosas das configurações do seu carro teriam sido vazadas. O que ficou conhecido como o “Red Bull Verde”, em alusão à cor do carro da Aston Martin.

Esse caso gerou uma provocação da equipe, ao utilizar latas de Red Bull verde. 

A “ficha suja” da Aston Martin

Embora hoje carregue o nome da fabricante de automóveis, Aston Martin. Essa equipe mudou de nome frequentemente nos últimos anos. A saber, a equipe fundada em 2007 como o nome de Force India Formula One Team, competiu de 2008 a 2011. Posteriormente a equipe passaria a se chamar Sahara Force India. Até que em 2018, o empresário indiano e proprietário da equipe, Vijay Mallya, vendeu a equipe para o bilionário Lawrence Stroll. Que até então era patrocinador da Williams, que cedeu um assento de piloto para o seu filho Lance Stroll.

Sendo assim, em 2019 estreou a Racing Point. O mexicano Sergio Pérez foi o companheiro de equipe de Lance Stroll. Mas em 2020, já nos testes de pré temporada, as equipes perceberam fortes semelhanças da Racing Point com o carro da Mercedes, o W10, campeão de 2019. O que ficou apelidado de “Mercedes Rosa”. Equipes como Renault e Red Bull protestaram contra o carro. No entanto, a FIA constatou que nenhuma regra do regulamento de construtores foi violada.

"Mercedes Rosa" de Lance Stroll, durante os testes de Barcelona em 2020. Foto: Mark Sutton/ Motosport Images
“Mercedes Rosa” de Lance Stroll, durante os testes de Barcelona em 2020. Foto: Mark Sutton/ Motosport Images

A Red Bull verde

Logo que a Aston Martin saiu da garagem durante o GP de Barcelona no mês passado, as semelhanças visuais com o carro da Red Bull eram enormes principalmente na área dos sidepods, região lateral do carro, responsável pela aerodinâmica. Embora a semelhança seja indiscutível, apenas o visual do carro não é o suficiente para determinar um possível roubo de dados.

Contudo, a FIA mais uma vez absolveu a equipe. Mas a Red Bull não se deu por satisfeita. O chefe da equipe austríaca Helmut Marko afirmou possuir provas de que dados haviam sido baixados do sistema da equipe. Lembrando que cerca de sete funcionários da Red Bull migraram para a Aston Martin nos últimos 2 anos.

Aston Martin de Sebastian Vettel em Mônaco. Foto: Glenn Dunbar/ Motorsport Images
Aston Martin de Sebastian Vettel em Mônaco, 2022. Foto: Glenn Dunbar/ Motorsport Images

De fato, a essência da competição de construtores é a busca por novas tecnologias e um desenvolvimento próprio. As semelhanças mesmo que dentro do regulamento, jogam contra o espírito da competição. Assim como afirmou o chefe da equipe, Helmut Marko:

“É preciso saber até que ponto você pode se inspirar. Nós temos uma equipe gêmea, a AlphaTauri. Em teoria, são eles quem deveriam se parecer conosco, não terceiros”.

Logo após a comprovação de inocência, Marko baixou o tom, e deu uma declaração mais apaziguadora.

“Não podemos provar nada concretamente. E na verdade nem investigamos exaustivamente, porque a Aston Martin não é um adversário direto, e se não tem como provar de forma eficiente, é melhor deixá-los correr. É certo que houve um download importante de dados, mas não sabemos onde foi parar”. Concluiu Helmut Marko.

A Fórmula 1 retorna no dia 12 de junho para o GP do Azerbaijão.

Foto destaque: Mark Sutton/ Motosport Images