A derrota para a Itália levou a Seleção Brasileira à disputa do bronze no Mundial de Vôlei Feminino 2025. Agora, o Brasil enfrenta o Japão, que vem chamando atenção pelo estilo de jogo agressivo, consistência defensiva e ataques mortais, com jogadoras que já se consolidaram entre as melhores do torneio.
Para ajudar a entender os desafios da Seleção Brasileira, o Esportelândia conversou com exclusividade com Paulinho Milagres, técnico de Camarões, que analisou as japonesas após enfrentá-las na fase de grupos.
O treinador revelou detalhes táticos e estratégicos que podem fazer diferença para o Brasil nesta decisão e explicou por que o Japão é mais complexo do que aparenta, mesmo com desvantagem física.
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Os segredos do Japão, segundo Paulinho Milagres
Paulinho foi direto ao analisar o próximo rival do Brasil. Discordando de Gabi Guimarães, que elegeu o Japão como a Seleção mais difícil de se enfrentar, Milagres não concorda que as japonesas sejam o maior desafio, mas longe de serem fáceis:
Nunca imaginei que chegaria esse dia, mas vou discordar da Gabi Guimarães nesse ponto. Não é que o Japão seja fácil, de forma alguma. É uma equipe extremamente difícil de se jogar contra. É um jogo muito difícil por causa do estilo de jogo que pressiona demais e desgasta.
O treinador destacou que o grande diferencial do Japão não é apenas a defesa incansável, mas a força no saque e o ataque eficiente, mesmo com jogadoras de baixa estatura:
Em toda a minha carreira nunca vi uma equipe tão agressiva no saque. E não é só força. A variedade de saques que elas aplicam é impressionante, e já começa desde o primeiro ponto. Elas pressionam o jogo inteiro.
Yukiko Wada (87 pontos, top 7) e Mayu Ishikawa (118 pontos, top 2) são a dupla de ouro do Japão e a prova dessa eficiência, apesar da altura abaixo da média (ambas com 1,74 m).
Mesmo assim, pontuam muito e colocam o Japão como a melhor equipe em ataque do Mundial: 361 pontos no fundamento ataque, à frente do Brasil, que tem 320 pontos (top 2), e da finalista Itália, com 302 (top 3).
O ponto fraco que o Brasil pode explorar
Apesar do saque e da defesa serem armas mortais, Paulinho Milagres destacou a fragilidade japonesa no bloqueio.
O sistema japonês é muito claro: jogam para tocar na bola, defender e contra-atacar. Taticamente são impecáveis. Mas o bloqueio não é tão efetivo fisicamente. Se o Brasil passar o saque, há grandes chances de rodar a bola na virada.
Paulinho foi mais além, destacou um ponto fundamental observado por ele dentro de quadra: a levantadora que joga contra a equipe do Japão precisa ser muito precisa na qualidade do levantamento.
Se a bola chega perfeita, o ataque entra com potência. Se não chega, a defesa japonesa sobe e contra-ataca, usando uma das maiores armas do Japão.
Enquanto as comandadas de Zé Roberto são fortes em bloqueios (lidera com 89 pontos), as asiáticas estão em 19º entre 32 seleções. Já no saque o jogo muda: Japão domina com 32 pontos e a Seleção Brasileira é 11ª com 18.
O papel decisivo de Roberta e Diana
Na visão de Paulinho, o Brasil terá duas peças-chave contra o Japão: Roberta e Diana. Contra a Turquia, o passe pelo meio foi impecável com o tempo negativo, tempo esquerdo ou bola chutada no meio, onde os ataques vinham na direção da posição 1 e teve efetividade altíssima, rodando quase todas as bolas.
O bloqueio da Seki, a levantadora, é muito pequeno. E a própria Wada, que é uma excelente atacante, bloqueia bem na extremidade, mas ajudar no meio não é uma especialidade dela.
Se a recepção chegar com qualidade — Gabi, Bergmann e Marcelle — Diana é chave pelo meio e Roberta precisa ser precisa no levantamento. Meio metro faz toda a diferença. Bola perfeita entra com potência, bola levemente fora facilita o contra-ataque japonês.
O Japão é realmente o maior desafio para o Brasil?
Segundo Paulinho, não. Apesar da dificuldade do estilo japonês, seleções como Itália, Turquia, Sérvia e Polônia apresentam desafios mais duros ao Brasil em termos físicos e táticos.
Qual o ponto mais forte do Japão?
O saque. A equipe japonesa pressiona desde o primeiro ponto com força e variedade, desgastando a recepção adversária e facilitando os contra-ataques. Mas também contam com uma defesa extremamente forte e taticamente impecável.
Como o Brasil pode vencer o Japão?
Com recepção estável e levantamentos precisos. Isso neutraliza o bloqueio japonês e abre espaço para ataques rápidos pelo meio e pelas pontas. Roberta e Diana são fundamentais nesse cenário, segundo Paulinho Milagres.
Onde assistir Brasil x Japão pelo Mundial de Vôlei Feminino 2025?
Brasil x Japão se enfrentam neste domingo (7), às 5h30 (horário de Brasília), na Tailândia, às 5h30 (horário de Brasília). O duelo pode ser acompanhado no SporTV 2.
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