A princípio, o tenista Novak Djokovic declarou que não participará de Grand Slams que exigirem a vacinação completa contra a Covid-19. O atleta que já venceu 20 torneios e disse que abre mão de vencer mais títulos no momento, caso precise se vacinar parar participar dos torneios da WTA.

Além disso, Djokovic já se envolveu em uma polêmica em janeiro, quando acabou deportado da Austrália e impedido de participar do Autralian Open. Nesse sentido, o sérvio apelou até para o tribunal para tentar competir, mas não conseguiu.

Entretanto, Djokovic afirma não ser contra vacinação, que inclusive foi vacinado quando criança. Segundo o tenista, ele defende a liberdade de poder fazer o que quiser com seu corpo. Ou seja, ele não defende que todos não se vacinem, mas quer ter direito de escolha. Inclusive, está ciente do preço que pagará por isso, declarou Djoko.

Entendo que não sendo vacinado hoje, não posso viajar para a maioria dos torneios no momento. Sim, esse é o preço que estou disposto a pagar.

Liberdade ou negacionismo?

Apesar do discurso de Djokivic ser sobre liberdade de escolha, não é tão simples como parece. Afinal, um atleta de nível mundial, considerado ídolo por muitos, tem influencia em tudo que faz e como se posiciona. Por isso, não basta somente dizer que não é contra vacina, quando suas atitudes dizem o contrário.

Ao brigar até mesmo na justiça para competir sem estar vacinado, o sérvio mostra a quem não acredita na eficácia das vacinas, que esse é um caminho a ser seguido. Ou seja, que vale a pena lutar contra algo que é cientificamente comprovado. Será que isso fala somente sobre liberdade? Ou uma pessoa tão importante está apoiando o negacionismo de alguma maneira?

Em resumo, a suposta opinião de Djokovic em relação às vacinas e sua liberdade vai muito além das quadras. Já que não participar de torneios e abrir mão do lugar de número um do mundo são consequências, mas a mensagem passada não.

Djokovic segue como ídolo?

Não se pode apagar a história feita dentro das quadras, os 20 Grand Slams, as inúmeras vezes que atingiu o lugar mais alto do pódio e tudo mais. Djokovic tem uma carreira irretocável, como jogador.

Contudo, um ídolo pode se tornar ídolo por sua profissão, ou pelo seu dom, mas pode deixar de ser por suas atitudes como ser humano. Então, ignorar a existência de uma pandemia e apontar contra as vacinas que salvam vidas em um momento tão delicado para o planeta, pode ser crucial para que alguém seja ou não seu ídolo.

Por fim, o legado de Novak Djokovic com a raquete nas mãos ficará, mas talvez com os microfones, não. É possível separar o profissional do pessoal, quando suas escolhas pessoais vão de encontro com as profissionais? Djoko está fazendo isso com sua carreira no momento.

Foto destaque: Reprodução / BBC