Natural de São Bernardo do Campo, Alex Poatan vem trilhando um caminho de sucesso e falar sobre os prêmios conquistados por ele nessa trajetória profissional seria mais do mesmo. Por isso, resolvemos desafiar o convencional e seguir em outra abordagem.

Apresentando singularidades dentro e fora do octógono, o brasileiro costuma utilizar elementos indígenas, que vão muito além de uma simbologia, Alex tem motivos de sobra para fazer uso desses elementos e vamos explicar a razão.

Ancestralidade indígena 

Em nossa essência, carregamos um conjunto de genes que moldam nossas características físicas e comportamentais. Esses elementos, embora muitas vezes fujam de nosso entendimento, afloram naturalmente em nossa personalidade. Alex Poatan não foge a essa regra.

Com ancestralidade indígena ligada à tribo Pataxó, o então jovem Alex Pereira recebeu um apelido no início de carreira, ‘Poatan’, que em tupi significa “Mãos de pedra”. Ironicamente, representa muito uma de suas marcantes características dentro dos ringues.

Motivado por essa história, ele incorporou diversos símbolos da cultura indígena em suas apresentações, utilizando maquiagem de guerra para intimidar adversários, ostentando um cocar na cabeça e realizando o toré, uma dança típica indígena.

Esses elementos não apenas expressam sua herança cultural, mas também são uma postura imponente que desperta respeito e curiosidade.

A relação do Madison Square Garden com a comunidade indígena 

Antes de Nova York ser a megalópole que é hoje, nos primórdios, os 783,8 km de extensão eram habitados por uma nação indígena americana, denominada de Lenape, o nome significa ‘as pessoas’ ou ‘pessoas verdadeiras’.

A tribo Lenape ou Delaware, conhecida também como Lenni Lenape e pertencente à família Algonquin, teve sua residência inicial nas regiões de Nova Jersey, Pensilvânia e Nova York. Historicamente, os Lenape eram organizados em três divisões sociais: Munsee, Unami e Unalachtigo. 

Um sistema que diferenciava pelo idioma e pela localização geográfica. Essa estrutura social refletia a rica diversidade cultural e linguística dessa comunidade indígena.

A mística relação do campeão do UFC Alex Poatan com o Madison Square Garden
Foto: Reprodução

Muitos pontos turísticos, incluindo a arena do NY Knicks, fundado em 1869, já foi uma terra em que os índios comandavam suas tribos em atividades como a caça, pesca e realizam seus rituais.

Normalmente, é possível encontrar alguns trabalhos que afirmam que a força existente na energia da terra e nesse caso, incluímos a mística indígena fazem diferença.

Um ditado popular costuma dizer que ‘o que é da terra, volta para terra’, enquanto outro prega a lei da semeadura, ‘o que se planta, se colhe’.  Você que está lendo, com certeza se pergunta:  ‘Mas o que isso tem a ver com o brasileiro Alex Poatan?’

A mística do MSG com Alex Poatan

Coincidência ou não, o Madison Square Garden, desempenha um grande papel na trajetória profissional do brasileiro. Isso porque foi justamente nesta arena localizada em Nova York que Alex Poatan conquistou seus dois cinturões no Ultimate Fighter Championship.

Há um ano, na edição do UFC 281 que aconteceu em 12 de novembro de 2022, Poatan vencia o nigeriano Israel Adesanya e conquistava assim o seu primeiro cinturão peso médio.

A mística relação do campeão do UFC Alex Poatan com o Madison Square Garden
Illustration Madison Square Garden Foto: Newspix / Icon Sport

E exatamente 365 dias depois, o brasileiro sagrou-se campeão novamente, mas dessa vez na categoria meio-pesado vencendo no segundo round o tcheco Jiri Prochazka e impressionando a todos presentes.

Analisando a história que carrega a terra, onde a arena foi construída e a ancestralidade indígena de Alex, acrescentada as teses e ditados populares, uma constatação se torna óbvia.

De forma poética, olhando para todo contexto da luta e levando em consideração, o ritual realizado pelo lutador, vemos que semelhante reconhece a aura de semelhante.

Ou seja, o ‘índio brasileiro’ desperta a força, o poder de guerrear dos antepassados que ali fizeram morada há milênios, o que o torna ainda mais forte naquela arena.

Talvez seja apenas uma coincidência entre as histórias, entre as datas, mas ainda assim, prefiro acreditar que além do potencial inegável de Alex Poatan, existe uma mística inexplicável no MGS que envolve as lutas decisivas do brasileiro. E espero que ela ainda perdure por muito tempo.