O Brasil caiu na fase de grupos do Mundial de Vôlei 2025. Um vexame histórico, mesmo com Bernardinho no comando. Enquanto isso, Marcelo Méndez, técnico da Argentina, avançou às oitavas de final antes de ser eliminado pela Itália.

O detalhe é que Méndez já foi cotado para assumir a Seleção Brasileira muitos anos atrás, quando estava na melhor fase da história do Sada Cruzeiro, ganhando, literalmente, tudo. A CBV, no entanto, o vetou. Hoje, a decisão soa ainda mais equivocada.

Marcelo Méndez, o técnico que a CBV ignorou e chegou mais longe que Bernardinho no Mundial

Marcelo Méndez brilhou no Sada Cruzeiro, conquistou títulos de peso e se credenciou como um dos melhores técnicos de sua geração. Após a Olimpíada de 2016, quando Bernardinho anunciou sua saída, seu nome era o mais cotado para assumir a Seleção.

A CBV, porém, escolheu Renan Dal Zotto e descartou o argentino. O veto tinha como pano de fundo a resistência histórica da entidade a técnicos estrangeiros.

O jornalista Bruno Voloch, que cobre vôlei há mais de 30 anos, acha que o argentino seria ótimo para o Brasil, mas acredita que nunca vai acontecer.

Se a CBV fosse uma entidade séria, obviamente que sim (Méndez poderia ser técnico da Seleção Brasileira]. O Marcelo Méndez era o nome do Brasil após a Olimpíada de 2016, quando Bernardinho anunciou sua saída. Por tudo que conquistou no Sada Cruzeiro e na própria Argentina, ele era a bola da vez.

O preconceito da CBV com técnicos estrangeiros

Bruno Voloch não poupa críticas à gestão da CBV, que resiste a qualquer profissional de fora do país.

Existe um preconceito gigante dentro da CBV. Se já houve preconceito com jogador, como no caso de Leal, que precisou quebrar inúmeras barreiras para ser aceito, imagine treinador. Com a gestão de Radamés Lattari, é impossível. O Brasil anda na contramão do voleibol mundial.

O contraste aparece no próprio Mundial de 2025: cinco dos oito técnicos classificados às quartas de final são estrangeiros.

Ou o Brasil tá certo ou o resto do mundo tá errado. É, vamos aguardar.

O contraste com o fracasso brasileiro

Enquanto o Brasil sofreu sua pior campanha em um Mundial, a Argentina de Méndez avançou até as oitavas, caindo apenas para a poderosa Itália. Mesmo sem grandes estrelas, a Seleção Argentina mostrou organização, disciplina e competitividade. O contraste escancara a má gestão da CBV.

Marcelo Méndez deixou o comando da Seleção Argentina

Marcelo Méndez se despediu da Seleção Argentina depois da eliminação no Mundial após a derrota por 3 x 0 para a Itália. Se classificou, foi bem, mas caiu para a favorita. Agora, as portas estão abertas para novos desafios, inclusive a Seleção Brasileira.

Marcelo Méndez foi vetado pela CBV quando estava no auge no Sada Cruzeiro. Mesmo saindo da Argentina, impossível acontecer na gestão de Radamés Lattari.

Por que a CBV vetou Marcelo Méndez no passado?

A justificativa oficial nunca foi clara. O que pesa é a resistência histórica da entidade em aceitar técnicos estrangeiros, algo que ainda isola o Brasil no cenário internacional.

Quais seleções têm técnicos estrangeiros hoje?

No Mundial de 2025, cinco das oito seleções classificadas às quartas de final são comandadas por estrangeiros, evidenciando que o Brasil segue na contramão.

Técnicos estrangeiros nas quartas de final do Mundial masculino

  • Bélgica: Emanuele Zanini (Itália)
  • Bulgária: Gianlorenzo Blengini (Itália)
  • Irã: Roberto Piazza (Itália)
  • Polônia: Nikola Grbić (Sérvia)
  • Turquia: Slobodan Kovac (Sérvia)

Técnicos nacionais nas quartas de final do Mundial masculino

  • EUA: Karch Kiraly (EUA)
  • Itália: Ferdinando De Giorgi (Itália)
  • República Tcheca: Jiri Novak (República Tcheca)
Continue no Esportelândia e mergulhe mais no vôlei masculino:

Eric Filardi Content Coordinator

Coordenador do Esportelândia desde 2021, é jornalista pós-graduado em Jornalismo Esportivo. Autor do livro “Os Mestres do Espetáculo”, que está na biblioteca do Museu do Futebol de São Paulo. Passou por Jovem Pan, Futebol na Veia e PL Brasil.