O Brasil sempre produziu grandes surfistas, mas foi a partir da geração da Brazilian Storm com Gabriel Medina, Adriano de Souza, Italo Ferreira e Filipe Toledo, que o esporte ganhou tons de paixão nacional.

História do surf

A origem do surf é um tema controverso. A versão mais amplamente aceita indica que o esporte teve suas raízes na Polinésia, no sul do Oceano Pacífico, onde o rei polinésio Tahíto teria introduzido a prática no Havaí.

Por outro lado, peruanos afirmam que foram os primeiros a praticar o esporte, utilizando canoas feitas de junco há milhares de anos.

Independentemente de onde realmente começou, pesquisadores sugerem que a história do surf remonta aos antigos pescadores, que usavam pranchas para voltar às praias mais rapidamente.

Além disso, o navegador britânico James Cook é responsável pelos primeiros registros sobre o esporte, datados do final do século 18. No Havaí, as pranchas de madeira eram chamadas de Olo e Alaia.

Duke Paoa Kahanamoku surf
Duke Paoa Kahanamoku é tido como grande responsável por popularizar o surf mundialmente (Divulgação/SurferToday)

Em 1912, o campeão olímpico de natação Duke Paoa Kahanamoku afirmou que sua medalha de ouro foi resultado de treinos de surf, o que ajudou a popularizar a prática globalmente.

Kahanamoku é reconhecido como um dos pioneiros do surf, realizando demonstrações do esporte em vários países no início do século 20.

Atualmente, o surf é organizado por duas entidades globais: a WSL (World Surf League), fundada em 1976, e a ISA (International Surfing Association), estabelecida em 1964.

A WSL é responsável por organizar os campeonatos mundiais mais renomados de surf masculino e feminino, incluindo pranchinha, ondas gigantes e longboard. Por sua vez, a ISA promove não apenas essas categorias, mas também competições de stand up paddle, bodyboard e eventos para deficientes.

Embora a ISA seja reconhecida como a entidade máxima do surf mundial, a WSL conta com mais patrocinadores e oferece prêmios maiores, atraindo assim os principais surfistas do mundo para suas competições.

História do surf no Brasil

A trajetória do surf no Brasil começou com funcionários de companhias aéreas que trouxeram a prática para as praias do país.

O esporte teve seu início em Santos, mas rapidamente ganhou popularidade no Rio de Janeiro, onde os praticantes usavam pranchas de madeirite.

As primeiras pranchas de fibra de vidro, que foram importadas da Califórnia, chegaram ao Brasil em 1964. No ano seguinte, foi criada a Associação de Surfe do Rio de Janeiro.

Foi apenas em 1988 que a Confederação Brasileira de Desportos reconheceu o surf como um esporte oficial, após a realização do primeiro campeonato brasileiro da modalidade.

Neste século, o Brasil se estabeleceu como uma potência no surf mundial, liderado pela geração conhecida como Brazilian Storm, ou Tempestade Brasileira.

Gabriel Medina campeão mundial de surf
Em 2014, Gabriel Medina foi primeiro brasileiro campeão mundial de surf

Gabriel Medina e Adriano de Souza foram os primeiros brasileiros a serem campeões do WCT, o Circuito Mundial de Surf. Nos últimos anos, Filipe Toledo e Italo Ferreira também se destacaram entre os melhores do mundo e conquistaram seus títulos mundiais

Principais regras do surf

No mundo do surf, há algumas regras que funcionam como “a etiqueta” do esporte. Elas indicam como o surfista deve se comportar no mar para evitar confusões e sempre manter o respeito pelos outros surfistas. 

Regras básicas do surf

  • A pessoa que está mais próxima do pico ou peak, onde acontece a quebra das ondas, tem a preferência na onda;
  • Se alguém está entrando ou pegando a onda, um outro surfista jamais deve entrar na mesma onda;
  • Depois de pegar uma onda, um surfista não deve remar em direção  em direção aonde as pessoas estão surfando). Há duas opções: ou esperar ou remar em direção à espuma;
  • Não soltar a prancha, pois isso pode gerar acidentes. O surfista deve fazer a “posição do joelhinho”, segurando as bordas da prancha
  • Não ficar se reposicionando para ter o “direito à onda” sobre outro surfista;
  • Em situações onde há uma fila para pegar ondas, quem está há mais tempo prioridade. Após pegar a onda, o surfista deve retornar ao fim da fila.

Regras do surf em competições

No surf, o principal objetivo é permanecer na onda pelo máximo de tempo possível e executá-la com o maior número de manobras. O surfista que obtiver as melhores pontuações será o vencedor.

Cada competição de surf pode, é claro, adotar um regulamento específico, conforme a vontade dos organizadores. No entanto, a Confederação Brasileira de Surf (CBS) recomenda que as regras das competições sejam aplicadas em todas as categorias.

Formato de disputa

Os campeonatos são organizados em baterias compostas por 4 surfistas, sendo que pelo menos 2 deles avançam para a próxima fase. Em situações excepcionais que demandem ajustes no cronograma, podem ocorrer baterias com 5 atletas.

A regra de avanço de 50% dos competidores de uma bateria pode não ser aplicada em casos de repescagem ou no “losers round”.

Tempo das baterias

Nas primeiras fases, cada bateria deve ter um mínimo de 15 minutos. Já as finais, um mínimo de 20 minutos. O início das baterias é sinalizado com um toque de sirene. Já o encerramento é indicado por dois toques de sirene.

Limite de ondas

Segundo o regulamento da Confederação Brasileira de Surf, o número máximo de ondas permitidas por bateria, assim como quantas serão consideradas para efeito de classificação, fica a critério do Diretor Técnico e do Head Judge em função das condições do mar. 

O competidor poderá ser informado quando restarem duas ondas, quando faltar uma onda e quando completar o número máximo de ondas para a bateria em questão. Se surfar mais que o limite da bateria poderá ser penalizado com multa no valor de uma inscrição, para cada onda extra.

Condições do mar

Caso as condições do mar não apresentem o tamanho mínimo exigido de 30 centímetros, o campeonato deverá ser realizado em outro local ou transferido para outro horário ou dia. 

Se o campeonato for oficialmente cancelado após o início, os pontos deverão ser divididos entre os atletas que estiveram classificados para a respectiva fase.

Pontuação no surf

Os juízes atribuem uma nota de até dez para cada onda surfada, descartando a avaliação mais alta e a mais baixa. A média simples das três notas restantes é utilizada para determinar a pontuação de cada onda.

Os juízes levam em conta vários critérios subjetivos, como a dificuldade das manobras e a versatilidade do surfista em executar diferentes movimentos. Ao final da bateria, as melhores pontuações de cada surfista são destacadas e somadas, e o surfista com a maior pontuação total é declarado o vencedor.

Somente as duas melhores ondas de cada surfista são consideradas para a pontuação final na bateria. O valor final é obtido pela soma dessas duas notas, permitindo que um surfista alcance, no máximo, 20 pontos (caso tenha média 10 nas duas melhores ondas).

Interferência 

O surfista que estiver na parte interna da onda tem o direito incondicional de surfá-la por toda sua extensão. Caso os juízes interpretem que outro competidor prejudicou a pontuação que o surfisita poderia alcançar, será caracterizada a interferência.

Regras do surf nas Olimpíadas

O surf fez sua estreia nas Olimpíadas durante os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020. Você gostaria de saber como foi a primeira competição olímpica de surf? Aqui estão os detalhes!

O campeonato de surf em Tóquio contou com 20 atletas masculinos e 20 femininos, com um limite de dois atletas por país em cada categoria. Para os Jogos de Paris 2024, o número de competidores aumentará para 24 em cada modalidade. Países como o Brasil garantiram um total de seis vagas para a competição.

A classificação será determinada da seguinte forma:

  1. O país anfritrião recebe uma vaga direta para a disputa feminina e masculinas. Se franceses se classificam de forma direta, a vaga se torna para o próximo do ranking.
  2. Vagas atráves do ISA Games 2022, a equipe vencedora, em cada gênero, garantiu uma vaga para o seu país.
  3. Ranking da WSL 2023, os primeiros 10 do ranking masculino e as primeiras oito do ranking feminino.
  4. O campeão dos Jogos Pan-Americanos garantem uma vaga.
  5. Ásia, África, Europa e Oceania disputaram vagas no ISA Games 2023.
  6. ISA Games 2024, com a equipe vencedora garantindo uma vaga no seu gênero, independente do limite de dois atletas por país.
  7. A universalidade foi aplicada, sendo ter ficado entre os 50 melhores do ISA Games de 2023 ou 2024.

O local da segunda competição será em Taehupo'o, no Taiti, Polinésia Francesa. Será a única disputa da Olimpíada de Paris 2024 que não será na capital francesa.

Principais manobras do surf

  • Tubo
  • Batida do lip
  • Rasgada
  • 360º
  • Floater
  • Cut back
  • Aéreo
  • Grab rail
  • Cavada

Tubo

Tubo no surf

No tubo, o surfista fica fica completamente dentro da onda. É preciso ter o domínio certo para não acelerar e ficar à frente do tubo, nem ser lento demais e acabar engolido pela onda. 

Batida do lip

As batidas são manobras muito usada no surf e podem valer muitos pontos. Para executá-la, o surfista bate com a parte de baixo da prancha no lip (crista da onda). 

Rasgada

Na rasgada, o surfista o surfista faz um movimento brusco de descida logo depois de subir na onda. Para isso, joga a rabeta, ou parte de trás da prancha, para a frente e vira o corpo na direção da onda, forçando o pé de trás para espirrar o máximo de água possível. 

360º

No 360, o surfista efetua uma volta completa sobre si mesmo, utilizando a prancha, e continua na mesma direção. 

Floater

No floater, quando a onda começa a se fechar, o surfista desliza sobre a espuma e volta para a onda. É um movimento similar às manobras do skate sobre corrimãos de escadas. 

Cut back

O cut back é uma manobra em que o atleta volta na direção contrária da onda e depois regressa na direção normal. É uma manobra com um movimento de corte quando a onda perde energia.

Aéreo

Aereo no surf

O aéreo tem diferentes variações, mas é nada menos do que um voo sobre a onda. Para executá-lo, o surfista deve usar a onda como um trampolim, pular sobre a crista e fazer um movimento no ar para completar a manobra com uma aterrissagem em pé (para valer a pontuação), continuando na onda. 

Grab rail

Para executar esta manobra, o surfista deve colocar a mão na borda da prancha para fazer um backside, em um movimento com as costas voltadas para a parede da onda.

Cavada

Nesta manobra, o surfista faz uma curva na base da onda para ganhar velocidade e, depois, ir na direção da crista.

Qual a sua manobra de surf preferida? Conte para a gente nos comentários!

Agora que você sabe tudo sobre surf, já pode ficar de olho na estreia do esporte nos Jogos Olímpicos de Tóquio!

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