Listar os maiores artilheiros da Libertadores é também traçar parte da rica história do futebol sul-americano.

Reviver esses grandes artilheiros sudacas é também evocar a força do futebol uruguaio e argentino nos anos 1960, da surpresa peruana no começo de 1970, da ascensão colombiana em 1990 e até um domínio brasileiro atual na competição.

Oferecemos toda essa viagem no texto a seguir, em que relembramos, cruzando os números da Conmebol com bancos de dados, os 10 maiores artilheiros da história da Copa Libertadores da América.

Quem é o maior artilheiro da história da Libertadores?

O maior artilheiro da história da Copa Libertadores é Alberto Spencer. O atacante equatoriano marcou 54 gols em 87 jogos.

Muitas vezes lembrado como o maior jogador de todos os tempos do Equador, Spencer foi três vezes campeão do torneio pelo Peñarol, em 1960, 1961 e 1966. Em 60, inclusive, foi artilheiro isolado da competição.

Maiores artilheiros da Libertadores

  1. Alberto Spencer (Equador) – 54 gols
  2. Fernando Morena (Uruguai) – 37 gols
  3. Pedro Rocha (Uruguai) – 36 gols
  4. Daniel Onega (Argentina) – 31 gols
  5. Gabigol (Brasil) – 31 gols
  6. Julio Morales (Uruguai) – 30 gols
  7. Lucas Pratoo (Argentina) – 30 gols
  8. Antony de Ávila (Colômbia) – 29 gols
  9. Luizão (Brasil) – 29 gols
  10. Juan Carlos Sarnari (Argentina) – 29 gols

Juan Carlos Sarnari (10º)

Luis Alberto Sanari é um dos maiores artilheiros da Libertadores

  • Gols: 29
  • Partidas: 63
  • Times (gols): River Plate-ARG (10), Universidad Católica-CHI (12), Universidad de Chile (4), Santa Fe-COL (3)

O argetino Juan Carlos Sarnari é quem ocupa a décima posição entre os maiores artilheiros da Libertadores na história.

Atacante de carreira sólida no River Plate e no futebol Chileno entre os anos 1960 e 1970, Sarrani alcançou a marca muito mais pela regularidade do que pelo brilho.

Não foi artilheiro da Liberta nenhuma vez, mas não marcou menos de três gols nas seis edições que disputou. Anotou quatro bolas na rede em três delas e seis em outras três.

Luizão (9º)

O atacante Luizão é um dos maiores artilheiros da Libertadores

  • Gols: 29
  • Partidas: 42
  • Times: Vasco (7), Corinthians (16), Grêmio (1), São Paulo (5)

Não deixa de ser um pouco surpreendente o fato de termos somente um brasileiro na lista dos maiores artilheiros da Libertadores na história, e na nona colocação, ainda por cima. Pelo menos estamos bem representados com Luizão.

O centroavante que brilhou no futebol paulista — atuou nos quatro grandes clubes do estado — foi duas vezes campeão do maior torneio da América e uma vez artilheiro, em três anos diferentes e por três times diferentes.

O primeiro título foi conquistado com o Vasco, em 1998; o segundo com o São Paulo, já em 2005, na reta final da carreira. Entre os dois a absurda participação na edição de 2000 pelo Corinthians, marcando 15 gols em 12 jogos.

Antony de Ávila (8º)

O colombiano Anthony de Ávila é um dos maiores artilheiros da Libertadores

  • Gols: 29
  • Partidas: 94
  • Times (gols): América de Cali-COL (27), Barcelona-EQU (2)

O oitavo colocado entre os maiores artilheiros da Libertadores de todos os tempos é também o jogador que, entre os citados deste texto, mais entrou em campo na competição.

Anthony de Ávila jogou praticamente toda a carreira pelo América de Cali, entre 1983 e 1996. Fez 87 partidas pela equipe alvirrubra e marcou 27 gols. Atacante baixinho e liso, ainda deu um jeito de jogar a Liberta como veterano pelo Barcelona de Guayaquil, por quem marcou apenas dois gols.

Anthony se despediu do América em 1996, como goleador e vice-campeão da competição, e encerrou a carreira em 1998. No ano seguinte, o América alcançou novamente a final— e foi derrotado pelo Palmeiras.

Lucas Pratto (7º)

Os 10 maiores artilheiros da história da Libertadores

  • Gols: 30
  • Partidas: 93
  • Times (gols): Universidad Católica-CHI (6), Vélez Sarsfield-ARG (8), Atlético Mineiro-BRA (7), River Plate (9)

Lucas Pratto não foi artilheiro em nenhuma edição da Copa Libertadores. Mesmo assim, com 30 gols marcados, é um dos maiores do torneio da América do Sul.

O argentino também atuou pelo São Paulo no Brasil, mas só disputou a Libertadores pelo Atlético Mineiro. Não foi campeão na competição pelo Galo, mas levantou a taça com o River Plate, em 2018.

Julio Morales (6º)

Julio Morales é um dos maiores artilheiros da Libertadores

  • Gols: 30
  • Partidas: 76
  • Times (gols): Nacional-URU (30)

Na sexta colocação, Julio Morales é o primeiro uruguaio da lista e também o primeiro que jogador aqui mostrado que bateu a marca dos 30 gols.

Homem-gol do lendário Nacional do começo dos anos 1970 — inclusive companheiro de equipe de Luis Artime, o nono colocado, e do goleiro Manga —, Morales sagrou-se bicampeão da Libertadores e do Mundial com o time de Montevidéu.

Dividindo a área com Artime, Julio Morales não conseguiu ser artilheiro de uma edição do torneio sul-americano. O seu melhor desempenho foi em 1966, quando marcou 7 gols em 14 jogos.

Naquele ano, porém, um argentino do River Plate assumiria a ponta e bateria o recorde da competição, como veremos a seguir.

Gabigol (5º)

Os 10 maiores artilheiros da história da Libertadores

  • Gols: 31
  • Partidas: 52
  • Times (gols): Santos (1), Flamengo (30)

O craque do Flamengo está na quinta colocação de maiores atilheiros da história da Libertadores. O atacante venceu a competição em duas oportunidades e fez gol nas três finais que disputou: 2019, 2021 e 2022.

Gabigol pode chegar ainda mais longe nessa temporada, uma vez que continua atuando e sendo de fundamental importância para o ataque do Flamengo. Portanto, é de se esperar que o nome do jogador apareça nas primeiras posições em números de gols.

Vá além do futebol:

Daniel Onega (4º)

O argentino Daniel Onega é um dos maiores artilheiros da Libertadores

  • Gols: 31
  • Partidas: 47
  • Times (gols): River Plate (31)

Daniel Onega é tanto um dos maiores artilheiros da Libertadores quanto o recordista em gols marcados numa única edição do torneio.

Em 1966, o atacante argentino anotou nada menos que 17 gols em 20 partidas, a maior marca da história da competição. Foram mais de 30 anos até alguém chegar perto — 34, para ser mais exato, com o centroavante Luizão, que fez 15.

A Liberta de 1966 foi a primeira de apenas quatro edições disputadas por Onega, hoje considerado um dos melhores jogadores da história do River Plate. Em uma delas, a sua última, não chegou às redes. Nas outras duas, marcou 7 gols em cada.

Pedro Rocha (3º)

pedro rocha sao paulo

  • Gols: 36
  • Partidas: 88
  • Times (gols): Peñarol-URU (25), São Paulo (10), Palmeiras (1)

Na terceira colocação da lista dos maiores artilheiros da Libertadores, outro uruguaio. Mas pode chamar de brasileiro sem problema.

Pedro Rocha fez a metade da carreira no Peñarol, onde foi mais bem-sucedido, sagrando-se tricampeão da Liberta, pentacampeão uruguaio e campeão da Copa América, mas foi no Brasil onde alcançou maior idolatria.

Atuando pelo São Paulo, teve três anos de absoluto auge, tornando-se goleador do Brasileirão em 1972, Bola de Prata em 1973 e artilheiro da Libertadores em 1974. Jogou até pelo Palmeiras, por quem marcou o 36º e último gol no torneio sul-americano.

Fernando Morena (2º)

O uruguaio Fernando Morena, um dos maiores artilheiros da Libertadores

  • Gols: 37
  • Partidas: 79
  • Times (gols): Peñarol-URU(37)

Enquanto jogava, Fernando Morena teve uma relação muito próxima com as redes, especialmente as internacionais. O uruguaio é o segundo maior artilheiro da Libertadores e o recordista de artilharias, com três, e todas as vezes pelo Peñarol.

Logo em seu segundo ano pela equipe aurinegra, o atacante marcou 7 gols e dividiu a primeira posição da “chuteira de ouro” com os são-paulinos Terto e Pedro Rocha, o terceiro colocado desta lista. No ano seguinte, subiu a produção ofensiva para oito gols, empatando dessa vez com o décimo colocado Oswaldo Ramírez.

Enfim, em 1982, depois de alguns desempenhos esquecíveis e passagens no futebol espanhol, Morena conseguiu a artilharia isolada da Libertadores. Marcou novamente sete gols e o melhor: sagrou-se campeão do torneio pela primeira vez.

Alberto Spencer (1º)

Os 10 maiores artilheiros da história da Libertadores

  • Gols: 54
  • Partidas: 87 partidas
  • Times: Peñarol-URU(48), Barcelona-EQU (6)

O maior artilheiro da história da Copa Libertadores foi também o seu primeiro goleador.

Recém-transferido do Guayaquil Everest para o Peñarol, o atacante Albert Spencer brilhou na edição de estreia do torneio sul-americano. Marcou sete gols e ajudou seu time a conquistar o primeiro de seus cinco títulos. Spencer esteve em três deles.

A dose quase foi repetida em 1962, com a artilharia dividida com Coutinho, do Santos, que bateu os uruguaios na final. Em 1961, pelo menos, os aurinegros já tinham conquistado o bicampeonato.

O tri veio em 1966, quando marcou 6 gols. Ficou somente um atrás de Julio Morales, do rival Nacional, mas 11 atrás do goleador e recordista Daniel Onega, do River.

Spencer disputou 10 edições da Libertadores e sempre marcou pelo menos um gol.

O ano em que foi mais goleador foi em 1968, quando mandou 10 bolas para a rede. Infelizmente Tupãzinho, do Palmeiras, mandou 11 e impediu que o equatoriano também se tornasse o recordista em artilharias. Não que dê para reclamar de 2 chuteiras de ouro e três títulos, convenhamos.

Quem é o maior artilheiro de uma edição da Libertadores?

O maior artilheiro de uma única edição da Copa Libertadores é Daniel Onega. El Fantasma, fez 17 gols em vinte jogos pelo River Plate em 1966. O argentino jogou o fino da bola naquele ano, mas seu desempenho não foi o suficiente para dar o título aos Millionarios, que foram derrotados pelo Peñarol na final.

Quais brasileiros têm mais gols na Libertadores?

Gabigol é o maior artilheiro brasileiro da história da Libertadores da América com 31 gols na competição. Em segundo lugar está o craque Luizão.

O atacante brilhou na edição de 2000, quando marcou 15 gols e se consagrou como o artilheiro máximo da competição. Enquanto isso, Gabigol foi artilheiro da Liberta em 2019 (9 gols) e 2021 (11).

Logo atrás de Luizão vem Palhinha, que marcou 25 gols com as camisas de Cruzeiro, Corinthians e Atlético Mineiro. Já o terceiro colocado Célio fez 22 gols, sendo 12 deles na edição de 1967, com a camisa do Nacional do Uruguai.

Maiores artilheiros do Brasil na Copa Libertadores

  • Gabigol: 31 gols
  • Luizão: 29 gols
  • Palhinha: 25 gols
  • Fred: 25 gols
  • Célio: 22 gols
  • Bruno Henrique: 22 gols
  • Jairzinho: 21 gols
  • Rony: 21 gols
  • Guilherme: 19 gols
  • Ricardo Oliveira: 19 gols
  • Pedro: 19 gols
  • Tita: 18 gols
  • Sérgio João: 18 gols
  • Marcelinho Carioca: 18 gols
  • Robinho: 17 gols
  • Raphael Veiga: 17 gols
  • Pelé: 16 gols
  • Zico: 16 gols
  • Jardel: 16 gols
  • Alex: 15 gols
  • Leandro Damião: 15 gols
  • Hulk: 15 gols
  • Thiago Ribeiro: 14 gols
  • Rogério Ceni: 14 gols
  • Neymar: 14 gols

Lista de todos os artilheiros da Libertadores, ano a ano

Ano Artilheiros Gols
2023 Germán Cano (Fluminense) 13
2022 Pedro (Flamengo) 12
2021 Gabigol (Flamengo) 11
2020 Fidel Martínez (Barcelona-EQU) 8
2019 Gabriel (Flamengo) 9
2018 Borja (Palmeiras) e Moreno (Independiente Santa Fe) 9
2017 José Sand (Lanús) 9
2016 Jonathan Calleri (São Paulo) 9
2015 Gustavo Bou (Racing Club) 8
2014 Nicolás Oliveira (Defensor Sporting) e Julio dos Santos (Cerro Porteño) 5
2013 Jô (Atlético Mineiro) 7
2012 Neymar (Santos/BRA) e Matias Alustiza (Deportivo Quito) 8
2011 Wallyson (Cruzeiro) e Roberto Nanni (Cerro Porteño) 7
2010 Thiago Ribeiro (Cruzeiro) 8
2009 Mauro Boselli (Estudiantes) 8
2008 Cabañas (América/MEX) e Marcelo Moreno (Cruzeiro) 8
2007 Cabañas (América/MEX) 10
2006 Agustín Delgado (LDU), Aloísio (São Paulo), Daniel Montenegro (River Plate), Ernesto Farías (River Plate), Félix Borja (El Nacional/EQU), Jorge Quinteros (Universidad Católica), José Calderón (Estudiantes), Fernandão (Internacional), Hugo Pavone (Estudiantes), Marcinho (Palmeiras), Nilmar (Corinthians), Patricio Urrutía (LDU), Sebastián Ereros (Vélez Sarsfield) e Washington (Palmeiras) 5
2005 Santiago Salcedo (Cerro Porteño) 9
2004 Luís Fabiano (São Paulo) 8
2003 Ricardo Oliveira (Santos) e Delgado (Boca Juniors) 9
2002 Rodrigo Mendes (Grêmio) 10
2001 Lopes (Palmeiras) 9
2000 Luizão (Corinthians) 15
1999 Fernando Baiano (Corinthians), Victor Bonilla e Martín Zapata (Deportivo Cali) e Gauchinho e Mauro Caballero (Cerro Porteño) 6
1998 Sérgio João (Bolivar) 14
1997 Alberto Acosta (Universidad Catolica) 11
1996 Anthony De Ávila (América Cali) 11
1995 Jardel (Grêmio) 12
1994 Stalin Rivas (Minervén/VEN) 7
1993 Juan Carlos Almada (Universidad Catolica) 9
1992 Palhinha (São Paulo) 7
1991 Gaúcho (Flamengo) 8
1990 Adriano Samaniego (Olimpia) 7
1989 Carlos Aguilera (Peñarol), Raúl Amarilla (Olimpia) 10
1988 Iguarán (Millonarios/COL) 5
1987 Ricardo Gareca (America Cali) 7
1986 Juan Carlos De Lima (Deportivo Quito) 9
1985 Carlos Sánchez (Blooming/BOL) 11
1984 Tita (Flamengo) 8
1983 Arsenio Luzardo (Nacional/URU) 8
1982 Fernando Morena (Peñarol) 7
1981 Zico (Flamengo) 11
1980 Waldemar Victoriano (Nacional/URU) 6
1979 Miltão (Guarani) e Juan José Oré (Universitario/PER) 6
1978 Néstor Scotta (Deportivo Cali), Guillermo Larrosa (Alianza Lima/PER) 8
1977 Néstor Scotta (Deportivo Cali) 5
1976 Palhinha (Cruzeiro) 13
1975 Oswaldo Ramírez (Universitario/PER) 8
1974 Terto e Pedro Rocha (São Paulo) e Fernando Morena (Peñarol) 7
1973 Carlos Caszely (Colo Colo) 9
1972 Toninho (São Paulo) e Teófilo Cubillas (Alianza Lima) 6
1971 Raúl Castronovo (Peñarol), Luis Artime (Nacional/URU) 10
1970 Francisco Bertocchi (LDU) 9
1969 Alberto Ferrero (Wanderers/CHI) 9
1968 Tupãzinho (Palmeiras) 11
1967 Norberto Raffo (Racing) 14
1966 Daniel Onega (River Plate) 17
1965 Pelé (Santos) 7
1964 Mario Rodríguez (Independiente) 6
1963 José Sanfilippo (Boca Juniors) 7
1962 Coutinho (Santos) 6
1961 Walter Perazzo (Independiente Santa Fe) 5
1960 Alberto Spencer (Peñarol-Uru) 7

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