Após a derrota da Seleção Brasileira de vôlei feminino para os Estados Unidos na semifinal da Olimpíada de Paris 2024, Thaisa, uma das líderes do time, expressou sua frustração não apenas com o resultado, mas também com a mentalidade da torcida brasileira.
A atleta, que já conquistou títulos olímpicos, destacou a importância de valorizar todas as medalhas, inclusive a de bronze, e criticou a visão de que qualquer colocação fora o ouro não seria uma vitória.
Medalha de bronze é muito pouco?
Após a derrota para os Estados Unidos, Thaisa não escondeu sua insatisfação com o terceiro lugar. Fora da disputa do ouro, a Seleção Brasileira venceu a Turquia, por 3 sets a 1, e ficou com o bronze.
Para mim, é muito pouco. Não era esse meu objetivo, nunca foi, não foi para isso que eu vim. Mas independentemente disso, vou dar o meu melhor para estar no pódio, porque esse time merece. Querendo ou não, é uma medalha olímpica. Mas eu acho que a gente merecia estar na final, merecia o ouro demais.
Apesar de reconhecer o valor da medalha, Thaisa deixou claro que sua ambição era o ouro e que a frustração de não ter chegado à final era grande. No entanto, ela se manteve firme na convicção de que qualquer medalha olímpica deveria ser celebrada, ressaltando o esforço da equipe.
Bronze não é uma conquista?
Em outro momento, Thaisa criticou a mentalidade de parte da torcida brasileira, que, segundo ela, desvaloriza as medalhas que não são de ouro:
Acho que essa mentalidade do brasileiro é terrível, de ‘não conquista’. O bronze não é uma conquista? Quantos países gostariam de estar no pódio e conquistá-lo? A mentalidade do brasileiro em relação a isso é triste, dói. Entre tantos países e atletas, quantos sonharam em estar ali e não estavam? Foi meio set que determinou nossa trajetória.
Thaisa lembrou que muitos países sonham em alcançar o pódio, algo que o Brasil conseguiu novamente, mesmo após uma derrota difícil na semifinal. Para ela, essa visão distorcida do valor de uma medalha reflete uma falta de compreensão sobre o esforço e a dedicação necessários para competir em um nível tão alto.
Derrota para os Estados Unidos: um detalhe
Sobre o jogo que tirou o Brasil da final, Thaisa foi enfática ao dizer que a equipe perdeu nos detalhes.
Ela destacou que, mesmo não jogando no nível habitual, a seleção conseguiu levar a partida ao tie-break contra uma das melhores equipes do mundo, provando sua força e resiliência.
O resultado poderia ter sido diferente com apenas um pequeno ajuste, mas isso não apaga a boa campanha da equipe no torneio.
Perdemos no último set, no detalhe. Mesmo jogando talvez o que não vínhamos jogando, ainda fizemos cinco sets com uma seleção fortíssima, e foi meio set que determinou. Não foi uma conquista? O brasileiro que pensa isso está totalmente equivocado e deveria pensar que a Seleção fez uma grande campanha.
Apoio de Thaisa à próxima geração
Por fim, Thaisa falou sobre a importância de apoiar as novas atletas que representarão o Brasil nas próximas competições, especialmente em Los Angeles 2028:
Temos que apoiá-las muito (próxima geração), para elas trazerem o ouro ou a medalha que for em Los Angeles. Estamos sempre colocando o Brasil no pódio, só que ninguém pensa nisso. Pensa que perdeu a final, que não ganhou o ouro, mas ganhamos medalhas e estamos sempre representando no pódio.
Para Thaisa, que anunciou sua aposentaria da Seleção Brasileira após Paris 2024, o futuro do vôlei feminino depende do apoio e reconhecimento da torcida, que deve enxergar além das expectativas pelo ouro. A medalha, seja qual for a cor, é fruto de trabalho árduo e dedicação, e deve ser comemorada como tal.
Ver essa foto no Instagram
Continue no Esportelândia para saber mais sobre o vôlei. Acesse nossos outros conteúdos:
- Jornalista aponta grande injustiça de Zé Roberto na Olimpíada de Paris 2024
- Nem Douglas, nem Wallace! Sada Cruzeiro tem outra dupla letal
- Natinha aparece de olho roxo e faz denúncia polêmica
- Rosamaria fala a verdade sobre presença em Los Angeles 2028: “Cada vez mais difícil!”
- Nalbert manda forte recado ao futuro do vôlei no Brasil: “Basta de aventuras”
Repórter no Esportelândia. Formada em Letras pela UFRJ e Jornalismo pela FACHA. Passou por Vavel Brasil, Esporte News Mundo, Futebol na Veia e PL Brasil. Está no Esportelândia desde 2021.