A ginástica artística é uma das modalidades olímpicas mais aguardadas em Paris 2024. Apesar de muitas estrelas nas seleções, algumas se destacam e a dúvida que surge é em torno de dois países. EUA x Brasil na ginástica artística: quem vem mais forte, a equipe de Simone Biles ou Rebeca Andrade?
Segundo a Federação de Ginástica dos Estados Unidos, as ginastas que representarão o país, além de Biles, são: Jordan Chiles, Sunisa Lee, Jade Carey e a novata Hezly Rivera, de 16 anos. Do lado do Brasil, além de Rebeca, o Brasil tem: Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Júlia Soares e Lorrane Oliveira.
EUA x Brasil na ginástica artística: quem chega melhor para a Olimpíada de Paris 2024?
EUA x Brasil na ginástica artística é uma rivalidade recente. As nações têm as duas melhores ginastas do mundo na atualidade. Tanto Rebeca (ouro e prata) quanto Simone (prata e bronze) foram medalhistas em Tóquio 2020, mas Biles desistiu da competição antes das finais para cuidar da saúde mental.
Apesar do Brasil estar vivendo seu melhor momento na história da ginástica artística, as americanas seguem como favoritas nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. No entanto, a disputada nunca esteve mais acirrada do que agora. Confira os principais feitos e pontuações das ginastas que compõem as seleções de EUA x Brasil na ginástica artística desde Tóquio 2020.
Rebeca Andrade x Simone Biles
O confronto mais esperado da ginástica artística na Olimpíada é entre Rebeca Andrade x Simone Biles. As atletas estiveram frente a frente em algumas oportunidades, mas o embate no auge físico foi acontecer apenas em 2023, no Mundial de Ginástica da Antuérpia, na Bélgica.
Rebeca e Simone dividiram todos os cinco pódios do torneio. Biles foi a melhor no individual geral (58.865 pontos), solo (14.633 pontos) e trave de equilíbrio (14.566 pontos). Além de levar o ouro por equipes com os Estados Unidos.
Brasil e Estados Unidos foram os melhores países disputando as eliminatórias para a final por equipes. Tanto Biles quanto Rebeca foram cruciais para isto.
Além da final por equipes, as duas se enfrentarão em outras quatro disiciplinas: individual geral, salto, solo e trave. Ou seja, mesmo que a disputa entre países termine, as duas melhores ginastas do mundo avançam para disputar diretamente no “um contra um”.
Especialista analisa confronto Rebeca Andrade x Simone Biles
Convidado pelo site Esportelândia, Renan Caseiro, administrador da página Roda de Ginástica e apresentador do podcast que leva o mesmo nome do perfil no Instagram, acredita que Rebeca é a única que pode derrotar Simone Biles.
As duas são as grandes estrelas de suas equipes e os maiores nomes da modalidade. Rebeca e Simone estão em um patamar muito acima das outras do mundo inteiro, mas Simone ainda leva a vantagem.
Individualmente, ela é a franca favorita ao ouro no individual geral, salto e solo. Rebeca é a favorita à prata nessas três provas, mas pode levar o ouro em caso de erros da Simone. Rebeca é a única no mundo capaz de derrotar Simone Biles.
Flávia Saraiva x Sunisa Lee
Sunisa Lee e Flávia Saraiva era um confronto antecipado que acabou não prometendo muito para a final. Com uma nota abaixo do esperado, Flávia não conseguiu ir para a final do solo – e nas preliminares encantou a arena com uma música francesa.
Lee, por outro lado, trocou o aparelho que doutrinou em Tóquio, a trave, pela barra. Sunisa disputa o Individual Geral com Flavinha. Mas, além disso, vai disputar na barra a medalha de ouro.
Especialista analisa confronto Flávia Saraiva x Sunisa Lee
Para Renan, Flávia e Sunisa são as segundas melhores ginastas de suas equipes no raio-x EUA x Brasil na ginástica artística. Por mais que sejam boas em outras disciplinas, a trave de equilíbrio é onde ambas têm boas chances de medalhas.
São as segundas melhores ginastas de suas respectivas equipes. Sunisa é a atual campeã olímpica no individual geral e tem como objetivo obter mais uma medalha nessa prova. Ela pretende homologar um novo elemento nas barras assimétricas, que será o elemento de voo mais difícil da ginástica feminina.
Flávia vem bem no individual geral e ambas podem facilmente ficar no top 8, mas o principal embate das duas será na trave de equilíbrio, prova mais forte das duas ginastas, que brigam por medalha nesse aparelho.
Jordan Chiles x Jade Barbosa
Jordan Chiles e Jade Barbosa nas preliminares se provaram essenciais para a disputa em equipes, mas no individual não conseguiram a classificação por causa da cota de atletas por país.
Cada nação tem direito a dois atletas disputando o individual geral na final, e Chiles foi eliminada por Sunisa Lee por menos de um ponto de diferença (0,67). Jade, por outro lado, teve a nota de despensa na maior parte dos aparelhos e não pontuou o suficiente nas disciplinas para chegar a final.
Especialista analisa confronto Jordan Chiles x Jade Barbosa
Jordan Chiles e Jade Barbosa, no cenário individual, não são duas potências, mas, por equipes, Renan acredita serem duas ginastas importantes e podem fazer a diferença no somatório final no raio-x EUA x Brasil na ginástica artística.
Ambas contribuem nos quatro aparelhos e são essenciais para o somatório da equipe. Jordan está indo a sua segunda Olimpíada e busca redenção após uma performance ruim na final por equipes em Tóquio.
Jade busca a medalha olímpica inédita por equipes, em sua terceira edição de Jogos. Individualmente, não devem avançar às finais, devido à regra de que são permitidas apenas as duas melhores atletas de cada país.
Jade Carey x Júlia Soares
Um dos confrontos exclusivos e mais esperados da final não vai acontecer. Jade Carey, uma das melhores na prova de solo tanto em Tóquio 2020 quanto no último ciclo olímpico não conseguiu a classificação para a final.
Júlia, por outro lado, que foi como especialista no solo e trave chega com tudo ao lado de Rebeca para brigar por medalha na final de um dos aparelhos mais difíceis da ginástica.
Apesar de ter encantando no solo ao som do grupo “raça negra”, Júlia, aos 18 anos não conseguiu a classificação. Mas ainda vai representar o Brasil por equipes e na final da trave.
Especialista analisa confronto Jade Carey x Júlia Soares
Nem todas as ginastas competirão no individual geral. Duas dessas que não devem participar são Jade Carey e Júlia Soares. Renan detalhou as qualidades e problemas das atletas no duelo EUA x Brasil na ginástica artística.
Carey vai a sua segunda Olimpíada defendendo o título olímpico no solo. Júlia Soares vai à sua primeira como peça-chave para o desempenho da equipe brasileira. Ambas as ginastas não devem fazer individual geral, contribuindo somente com os aparelhos em que são mais fortes.
No caso de Jade, salto sobre a mesa e solo. No caso de Júlia, trave de equilíbrio e solo. Este promete ser o grande embate das duas, uma vez que, apesar de Carey apostar em elementos de altíssimo grau de dificuldade, Júlia Soares consegue alcançar notas similares com execução e artístico.
Hezley Rivera x Lorrane Oliveira
Hezly Riveira e Lorrane dos Santos, assim como Jordan Chiles e Jade Barbosa, estão Paris para competir por equipes. Nenhuma das duas se classificou para finais individuais.
No entanto, Lorrane vem com força nas Barras Assimétricas ao lado de Flávia e Rebeca para tentar pontuar o máximo que conseguir e contribuir para o Brasil por equipes.
Hezly, por outro lado, sequer vai competir na final por causa de suas notas baixas. Deixando assim os Estados Unidos com quatro ginastas, sendo que a cada aparelho, três devem disputar
Especialista analisa confronto Hezley Rivera x Lorrane Oliveira
A falta de experiência de Hezly é apontada por Renan como um possível fator limitador no embate EUA x Brasil na ginástica artística. A jovem tem elementos de dificuldade em suas séries, mas a experiência de Lorrane e os acertos nos momentos que mais importa pode determinar quem fica à frente na disputa direta.
Hezly é estreante na seleção adulta e está indo aos Jogos com apenas 16 anos para cobrir a equipe, principalmente nos aparelhos barras assimétricas e trave. Lorrane está indo para a sua segunda Olimpíada e irá fazer esses mesmos aparelhos.
Lorrane traz consigo uma bagagem muito grande e experiência para acertar as séries quando importa. Hezly tem mais elementos de dificuldade, mas a inexperiência pode se tornar um problema para ela.
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Marcelo Cartaxo é jornalista, redator e repórter no Esportelandia, um dos maiores sites olímpicos do Brasil. Com passagens por Futebol na Veia, Premier League Brasil, Minha Torcida, Quinto Quarto e ShaftScore, adquiriu experiências que hoje somam na equipe de redação do site.