Um dos maiores jogadores de futsal na história é Falcão. Hoje ex-atleta, o craque brasileiro brilhou nas quadras pelo mundo e ajudou na conquista de diversos títulos para o Brasil. Vem aprender mais sobre o camisa 12 que fez história com a amarelinha!
Biografia de Falcão
Falcão, como você deve imaginar, não é o seu nome verdadeiro. Alessandro Rosa Vieira é assim chamado por conta do seu pai, João Eli Vieira, de quem herdou o apelido.
João, por sua vez, tinha a alcunha por conta do craque de Seleção Brasileira, Internacional e Roma. Era assim chamado pelo pessoal da várzea de Parque Edu Chaves, bairro da zona norte de São Paulo, onde ele e o filho nasceram.
O pequeno Alessandro também pegou do pai o gosto pela bola. O pessoal do Parque garante que também pegou a intimidade com a redonda, mas vamos dizer que a evolução das gerações fez bem ao herdeiro.
Com 14 anos, Falcãozinho já estava arrebentando no pequeno AACC Guapira, clube de salão pelo qual só entrou após muita insistência. Quem insistiu, sabia o que estava fazendo. Em 1992, o jovem já estava na equipe de futsal do Corinthians.
O talento “livre” de quem não teve formação esportiva digamos, formal, fez com que Falcão já fosse titular da equipe principal aos 18 anos. Isso foi em 1995, quando o jogador conquistou o Campeonato Paulista, o seu primeiro título como profissional.
No Timão, fez seus primeiros testes para mudar para o campo, mas acabou se consolidando no salão. Tanto que aos 20 anos de idade já estava conquistando o bi estadual no G.M/Chevrolet. Aos 23, já era campeão da Liga Nacional de Futsal (LNF) e vice-campeão do Mundial pela Seleção Brasileira.
O título doméstico, inclusive, foi conquistado com uma verdadeira Seleção no Atlético Mineiro. Falcão jogou com Lenísio, pivô que foi seu maior companheiro na amarelinha, e com o ala Manoel Tobias, na época o grande jogador de futsal do Brasil e do Mundo.
História de Falcão no Jaraguá
Depois do período mineiro e de mais alguns anos no futebol paulista, Falcão foi jogar no lugar que o eternizaria no futsal, o Jaraguá. No primeiro ano no clube de Santa Catarina, em 2004, conquistou o Catarinense, a Taça Brasil e a Copa Libertadores.
De lá saiu também para a sua segunda Copa do Mundo. A Seleção terminou na terceira colocação, mas Falcão foi eleito o craque da competição. A soma de toda a temporada lhe rendeu o prêmio da FIFA de Melhor Jogador do futsal mundial.
O desempenho não foi acaso. Aos 27 anos, Falcão estava em seu auge físico e técnico, já consolidado como um ala de enorme movimentação, capaz de jogar facilmente como pivô e até como fixo, se necessário. E driblando a tudo e a todos.
Falcão, o ídolo do futsal
O reconhecimento da FIFA deu enorme projeção à sua carreira. Ganhou patrocínios, fez comerciais e foi até tentar uma última vez a carreira no futebol, no São Paulo de 2005 (que contamos com detalhes mais abaixo).
Frustrado pelo insucesso no campo mas seguro de seu lugar no salão, Falcão retornou ao Jaraguá em 2006 para outra temporada histórica. Faturou o Grand Prix com a Seleção Brasileira e outros três títulos no Brasil e recebeu seu segundo prêmio de Melhor do Mundo.
Essa sua segunda passagem pelo time catarinense foi o período em que mais tempo jogou por um time, entre 2005/2006 e 2010. E aquele em que mais conquistou títulos, sendo tetracampeão tanto da LNF quanto da Libertadores.
No meio disso tudo, a consagração maior: a primeira conquista da Copa do Mundo, em 2008. Pressionado até por ele mesmo, Falcão chegou até deixar em xeque sua continuidade na Seleção em caso de derrota.
Não só o título veio como chegou junto do prêmio de craque do torneio. E tudo diante da torcida brasileira. A emoção só não foi maior do que na conquista do Mundial de 2012. Aos 35 anos, o craque participou de todos os jogos mas atuou apenas 37 minutos devido uma lesão na panturrilha e uma preocupante paralisia facial.
Entrando ao final dos jogos, Falcão foi o responsável pela heroica virada nas quartas de final contra a Argentina e pelo empate nos últimos minutos do tempo regulamentar da finalíssima contra a Espanha.
Não ficou com o prêmio de melhor do torneio nesse ano, mas levou o de melhor do mundo, o segundo na sequência de 2011 e o seu quarto no total. A edição do Mundial de 2012 o viu também marcar o seu 337º gol pela Seleção Brasileira e se tornar o maior artilheiro da equipe em todas as modalidades.
Falcão: do Rei à lenda do futsal
O título mundial e suas heroicas circunstâncias consagraram Falcão para além de um artista da bola, isto é, como um vencedor de fato, um líder. Ao mesmo tempo, encerrou o período mais dominante da sua carreira.
Não que sua camisa 12 não estivesse presente em campanhas de títulos. Muito pelo contrário: dali até o fim da sua carreira, em 2018, houve no mínimo uma taça conquistada por ano.
Falcão venceu inclusive na LNF, na Libertadores, no Grand Prix e até na Copa Intercontinental, vestindo a camisa do Magnum/Sorocaba, seu último clube. A diferença era que seu desempenho individual, ainda que soberbo e mágico, não renderam prêmios — o último foi o de Melhor Ala Esquerdo da LNF de 2013.
De fato, era um desafio manter o nível com o físico de um atleta de mais de 35 anos e com os inúmeros compromissos que teve ao longo de mais de vinte anos de carreira.
Na Copa do Mundo de 2016, por exemplo, precisou se preparar por praticamente um ano inteiro para chegar a um nível competitivo fisicamente. Não foi o suficiente para impedir a eliminação do Brasil nas oitavas, nos pênaltis, contra o Irã.
Mas não se esqueça por um segundo sequer de que estamos falando do Rei do Futsal. Não bastasse os títulos conquistados até o último ano possível, Falcão gozou de enorme reconhecimento e saudações nos compromissos finais, do ovação dos adversários Iranianos ao prêmio especial da FIFA por sua carreira excepcional.
É até difícil de dimensionar o legado deixado por Falcão. É enorme seu impacto no tamanho do futsal e no jogo em si. Maior talvez só o seu espaço no coração de todo mundo que gosta de bola, seja ela no pé ou no fundo da rede.
Falcão do futsal no futebol de campo
Foi por pouco que o maior de todos os tempos do futsal não foi parar no futebol. Fazendo o comum caminho do salão ao campo, Falcão chegou a treinar no Palmeiras em 2001 e na Portuguesa em 2002.
Conseguiu, enfim, uma vaga no São Paulo, em 2005. Na época, o jogador colocou a vontade do pai, falecido em 2004, como maior motivador para a mudança de modalidade.
No Tricolor paulista, Falcão mostrou a mesmíssima visão de jogos e intimidade com a bola. O único problema era Émerson Leão, que deu poucas oportunidades ao jogador. Foram apenas 13 partidas com a camisa são-paulina, apenas uma como titular, e nenhum gol marcado.
Ainda que Leão tenha saído do São Paulo no primeiro semestre de 2005, Falcão optou em 2006 por voltar para ao futsal, mas não sem antes de criticar publicamente o ex-treinador. Incluso nas listas de campeões da Libertadores e do Campeonato Paulista, o jogador até recebeu uma proposta de renovação pelos dirigentes são-paulinos, que foi negada.
Em 2020, Falcão voltou a jogar bola na grama, e pelo Grêmio! Mas calma, torcedor tricolor. Ele vai jogar pelo novo time de futebol de 7 do Imortal.
Quantas vezes Falcão foi melhor do mundo de futsal?
Falcão foi eleito o melhor jogador de futsal do mundo pela FIFA quatro vezes. Em 2004, foi impulsionado pelo prêmio de craque do Mundial, em que a Seleção Brasileiro terminou na terceira colocação.
A nomeação de 2006 aconteceu muito pela enorme quantidade de títulos do brasileiro (7), justamente no primeiro ano de volta ao futsal. Em 2011, suas atuações falaram mais alto que os títulos, e olha que ele faturou a LNF, a Copa América e o Grand Prix.
Por fim, Falcão não foi o craque do Mundial de 2012, mas empilhou títulos na temporada, inclusive do grande torneio internacional. Foi laureado como o Melhor do Mundo pela última vez na carreira.
Quantos gols fez Falcão?
Um dos feitos notáveis de Falcão é ter alcançado o posto de maior artilheiro da Seleção Brasileira entre todos as modalidades de futebol (campo, salão, praia, soçaite, etc). Anotou 401 gols com a Amarelinha.
Por clubes, o camisa 12 anotou mais de 640 gols em mais de 870 jogos. Foi artilheiro em vinte campeonatos diferentes. É também o maior goleador da história do Mundial de Futsal, indo à rede 48 vezes.
Times que Falcão defendeu
- Magnus Futsal/Sorocaba (2016-2018)
- Futsal Brasil Kirin/Sorocaba (2014-2015)
- ADC Intelli/Orlândia (2012-2013)
- Santos (2011)
- São Paulo* (2005)
- Malwee Futsal/Jaraguá (2003-2004, 2005-2010)
- E.C. Banespa (2000-2002)
- São Paulo F.C./Osasco (2000)
- Rio de Janeiro/Miécimo (1999)
- Atlético Mineiro/Pax de Minas (1999)
- G.M./Chevrolet (1997-1998)
- Corinthians (1994-1996)
Títulos de Falcão
- Copa Intercontinental de Futsal (2016, 2018)
- Liga Futsal (1999, 2005, 2007, 2008, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014)
- Taça Brasil de Futsal (1998, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008)
- Superliga de Futsal (2005, 2006, 2009, 2010, 2013)
- Supercopa do Brasil de Futsal (2018)
- Copa Libertadores de Futsal (2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2015)
- Campeonato Mineiro de Futsal (1999)
- Campeonato Catarinense de Futsal (2003, 2004, 2005, 2006, 2008)
- Jogos Abertos de Santa Catarina (2003, 2007 e 2010)
- Campeonato Paulista de Futsal (1995, 1997, 2000, 2001, 2014, 2017)
- Copa Sul (2005)
- Sul-Americano Zona Sul (2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2013 e 2015)
- Copa Libertadores da América*(2005)
- Campeonato Paulista*(2005)
Títulos de Falcão na Seleção Brasileira de Futsal
- Campeonato Mundial de Futsal (2008, 2012)
- Copa América de Futsal (1998, 1999, 2000, 2008, 2011)
- Grand Prix de Futsal (2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2011, 2013, 2014, 2015, 2018)
- Jogos Pan-Americanos (2007)
- Copa das Nações (2001)
- Jogos Sul-Americanos (2002, 2010)
- Sul-Americano (2000)
- Mundialito (2001)
- Copa Latina (2003)
Prêmios de Falcão
- Melhor jogador de Futsal do Mundo FIFA (2004, 2006, 2011, 2012)
- Prêmio FIFA por uma Carreira Extraordinária (2016)
- Melhor jogador da Copa do Mundo de Futsal (2004, 2008)
- Melhor Jogador da Liga Futsal (2003, 2004, 2005, 2006)
- Melhor ala-esquerdo da Liga Futsal (2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2013)
- Prêmio Brasil Olímpico de Melhor Jogador de Futsal (2006)
- Melhor Jogador da Taça Brasil (2003, 2004, 2005, 2006)
- Melhor Jogador do Sul-Americano (2004)
- Melhor Jogador da Copa das Nações (2001)
- Melhor Jogador Copa Latina (2003)
- Melhor Jogador do Mundialito (2001)
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