A presença de Tifanny Abreu, uma atleta transgênero, na Superliga Feminina de Vôlei do Brasil tem gerado debates intensos e polarizados.
Tifanny, que fez história ao ser a primeira jogadora trans a competir na liga feminina, trouxe à tona questões complexas sobre inclusão, equidade e regulamentação no esporte.
Esse foi um dos assuntos tratados por Karine Guerra, ex-jogadora de vôlei, em participação no podcast Ataque Defesa, do jornalista Alê Oliveira.
Falta de consulta em relação à presença de Tifanny na Superliga Feminina
Durante a entrevista, Karine Guerra revelou um profundo desconforto entre atletas, diretores, preparadores físicos, técnicos e supervisores, que tiveram suas identidades preservadas, em relação à participação de Tifanny na liga.
100% dos entrevistados, entre atletas, diretores, preparadores físicos, técnicos e supervisores, nunca foram nem consultados a respeito da participação dela.
Destacou Karine, que também se mostrou surpresa. A falta de diálogo e consulta com os envolvidos diretamente no esporte levanta questões sobre transparência e inclusão real.
Eu, sendo uma das jogadoras mais velhas, nunca tinha ouvido falar até ver na quadra. O meu espanto foi 100%. Qual o embasamento das entidades que regulam o esporte? Não é científico.
Questionamentos sobre a base científica
Um dos pontos mais críticos levantados por Karine é a ausência de um embasamento científico robusto para a permissão da participação de atletas trans, como Tifanny, na liga feminina.
Cadê a parte científica? Onde foram feitos os estudos para que a CBV permitisse, para que a FIVB permitisse? Tem alguma coisa errada.
Karine sugeriu que as decisões tomadas pelas entidades reguladoras do esporte podem não estar fundamentadas em pesquisas científicas adequadas, o que compromete a legitimidade dessas escolhas.
Impacto econômico e polêmicas
Karine também ponderou sobre os possíveis interesses econômicos e de engajamento por trás da inclusão de atletas trans, como Tifanny. Essa reflexão aponta para a necessidade de se equilibrar inclusão com a equidade competitiva, sem marginalizar as atletas cisgênero.
Não é que os números não estejam aí, não é que as pesquisas não foram feitas, mas qual é o objetivo? Econômico? A gente sabe que o mercado hoje no vôlei é gigante. O engajamento tem que ser maior? É para polemizar? Inclusão? Mas, com a inclusão, não estamos excluindo as meninas?.
Karine Guerra expõe fatores além das quadras que podem favorecer atletas trans
A complexidade do debate sobre a participação de atletas transgênero no esporte vai além do campo de jogo.
Karine destacou os desafios únicos enfrentados por mulheres trans no esporte, como a ausência de preocupações com ciclo menstrual e a maternidade, e questiona a equidade dessas diferenças.
A falta de voz e de consulta aos envolvidos no esporte também é um ponto crucial para a ex-atleta.
Se 100% das pessoas que estão envolvidas no esporte não foram nem consultadas, não têm opinião para dar a respeito disso ou não têm uma voz, e ainda são taxadas de preconceituosas, onde está o fair play nisso?
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Repórter no Esportelândia. Formada em Letras pela UFRJ e Jornalismo pela FACHA. Passou por Vavel Brasil, Esporte News Mundo, Futebol na Veia e PL Brasil. Está no Esportelândia desde 2021.