A Ginástica Rítmica, uma modalidade exclusiva para mulheres, requer comprometimento, beleza, leveza, harmonia e graça como elementos fundamentais para um bom desempenho. Originada como uma derivação da Ginástica Artística, é uma das disciplinas mais visuais das Olimpíadas.

Neste texto, exploraremos a história da Ginástica Rítmica, desde seu surgimento até os dias atuais, incluindo curiosidades sobre um dos esportes mais encantadores do mundo. Descubra tudo sobre essa modalidade aqui no Esportelândia.

Criação da Ginástica Rítmica

A história da Ginástica Rítmica está intimamente ligada à Ginástica Artística. A modalidade começou a tomar forma por volta da Primeira Guerra Mundial, ainda sem um nome específico.

Na União Soviética, em 1946, o termo “Ginástica Rítmica” surgiu pela primeira vez, em referência ao uso de música e dança nos movimentos executados, sendo aprimorados por diversas escolas.

Em 1961, ocorreu o primeiro campeonato da modalidade entre países do leste europeu. No ano seguinte, a Federação Internacional de Ginástica reconheceu oficialmente a Ginástica Rítmica como um esporte.

O Comitê Olímpico Internacional introduziu a Ginástica Rítmica nos Jogos Olímpicos em 1984, onde a canadense Lori Fung se tornou a primeira medalhista de ouro da história do esporte.

Desde então, a Ginástica Rítmica tem crescido e se popularizado globalmente, atraindo muitos fãs ao redor do mundo.

História da Ginástica Rítmica no Brasil

Ouro inédito! Ginástica rítmica do Brasil faz história em Portugal
Seleção Brasileira conquistou ouro inédito em 2023. Divulgação/CBG

No Brasil, a Ginástica Rítmica foi introduzida pela professora húngara Ilona Peuker, que se estabeleceu no Rio de Janeiro na década de 1950 e formou o primeiro grupo da modalidade no país. Com o crescimento do esporte, foi criada em 1978 a Confederação Brasileira de Ginástica Rítmica.

Desde a estreia da Ginástica Rítmica nas Olimpíadas, o Brasil tem participado das competições individuais, sendo Rosane Favilla a primeira brasileira a competir na modalidade.

Ao longo das décadas, a Ginástica Rítmica cresceu no Brasil, conquistando medalhas de ouro em vários Pan-Americanos. Atualmente, a Seleção Brasileira tem se destacado na Copa do Mundo de Ginástica Rítmica, conquistando um ouro inédito na prova de cinco arcos em 2023.

Aparelhos da Ginástica Rítmica

Os equipamentos usados pelas atletas são chamados de aparelhos, existem cinco, são estes: arco, bola, corda, fita e maças. A cada dois anos, um desses acessórios é excluído do ciclo.

Arco

O arco deve ter um diâmetro entre 80 e 90 cm e pode ser feito de madeira ou plástico. Seu formato circular, também conhecido como aro, facilita movimentos como saltos, pontes, rolamentos e rotações.

Além disso, o uso do arco exige muita atenção e excelente coordenação motora da atleta, já que o aparelho requer uma troca constante de mãos.

Ginástica Rítmica [2024]: história, regras, aparelhos e curiosidades [com vídeos]
O Arco necessita de muita coordenação da atleta – Divulgação/Icon Sport.

A série oferece uma ampla gama de possibilidades criativas, permitindo o uso de várias partes do corpo. Os círculos podem ser realizados ao redor dos braços, cintura, pescoço, joelhos e pés.

As ginastas também podem experimentar arremessos e recepções. Outros elementos técnicos nas performances com o arco incluem giros, onde a ginasta faz o arco girar no chão enquanto se move ao redor dele, além de passar através do arco.

Bola

A bola é feita de borracha ou plástico, pesa no mínimo 400g e tem um diâmetro entre 18 e 20 cm. Este aparelho exige da ginasta um controle e precisão excepcionais para executar a sequência de exercícios.

A bola não pode permanecer em contato constante com a atleta, sendo o único dos cinco aparelhos que possui essa regra.

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A Bola exige controle da atleta – Divulgação/Icon Sport.

As performances com bola na ginástica rítmica devem ser suaves, contínuas e fluidas. As ginastas precisam combinar habilidade com total domínio deste aparelho desafiador.

A coreografia olímpica geralmente inclui saltos, lançamentos, recepções e rolagens – estas últimas podendo ser realizadas tanto no solo quanto no corpo da ginasta.

As trocas são outro movimento facilmente identificável, onde a ginasta passa a bola de uma mão para a outra na altura da cintura, tornozelos ou outras partes do corpo. Em apresentações em grupo, é comum as ginastas trocarem objetos entre si.

Corda

A corda pode ser feita de qualquer material sintético, desde que seja flexível e leve. Por exemplo, o cânhamo é uma opção que mantém essas qualidades.

O comprimento da corda é proporcional à altura da atleta, devendo, quando segurada pelos pés, atingir as axilas da ginasta. Um ou dois nós em cada extremidade ajudam a segurar a corda durante a apresentação.

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A corda rende imagens impressionantes das ginastas – Divulgação/Icon Sport.

Nas extremidades, a corda deve ter um material antiderrapante, colorido ou neutro, cobrindo no máximo 10 cm.

Além disso, a corda deve ser colorida, total ou parcialmente. Pode ter um diâmetro uniforme ou ser progressivamente mais espessa no centro, desde que esse espessamento seja do mesmo material da corda.

O salto é o exercício corporal mais utilizado com este aparelho, mas a ginasta também pode realizar giros e ondulações. Outros elementos incluem balanços, arremessos, círculos, rotações e figuras de oito.

Fita

A fita é composta por um estilete e uma vareta, podendo ser feita de bambu, madeira, fibra de vidro ou plástico.

Considerado o aparelho mais plástico da modalidade, a fita é confeccionada em cetim e pesa no máximo 35g. Seu comprimento é de 6 metros e sua largura varia entre 4 e 6 cm.

Esse aparelho é utilizado para criar desenhos e formas no ar, exigindo da ginasta leveza, coordenação, plasticidade e agilidade.

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A Fita pede extrema plasticidade das ginastas. Icon Sport.
A ginástica artistica com fita é um espetáculo deslumbrante. Entre os movimentos mais populares estão as “cobras”, em que a fita forma um S contínuo, e as “espirais”, onde a fita executa movimentos circulares para criar um formato tubular ao redor ou ao lado da ginasta.

Nas apresentações em grupo, são comuns os lançamentos, onde as fitas são arremessadas entre as ginastas.

Os movimentos mais complexos em todos os aparelhos são conhecidos como Elementos Dinâmicos de Rotação (DER).

Na ginástica com fita, isso envolve lançar a fita no ar e realizar uma série de voltas e movimentos antes de pegá-la novamente, tudo de forma fluida e integrada à rotina.

Maças

As Maças são objetos feitos de plástico ou madeira e devem ter entre 40 cm e 50 cm de comprimento, pesando pelo menos 150g cada. São similares a tacos.

Esse aparelho exige extrema delicadeza e cuidado por parte das atletas. As ginastas buscam formar figuras assimétricas nesse aparelho, assim requerendo muita coordenação, ritmo e precisão.

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As atletas precisam de delicadeza para lidar com as maças – Divulgação/Icon Sport.

As apresentações são rápidas e habilidosas, mostrando a agilidade e precisão da ginasta, no uso das mãos e pulsos.

Os movimentos principais incluem círculos, quando os tacos balançam na mesma direção, e moinhos, quando os tacos balançam em direções opostas.

Regras da Ginástica Rítmica

A ginástica rítmica combina balé, dança e acrobacias, entrelaçando movimentos expressivos com habilidades de manipulação de aparelhos como bola, maças, arco, fita e corda.

Mais do que uma simples atividade física, esse esporte desenvolve flexibilidade, força e coordenação corporal. As competições de ginástica rítmica são divididas em dois tipos principais de exercícios: individuais e em grupo (com 5 ginastas por equipe).

Movimentos da Ginástica Rítmica

Na ginástica rítmica, tanto nas apresentações individuais quanto em grupo, os movimentos devem ser realizados em sintonia com a música, refletindo contrastes de ritmo e acentos.

É essencial combinar movimentos corporais expressivos com a manipulação contínua de um aparelho, como bola, maças, arco, fita ou corda, e expressar emoções de acordo com a música. Pequenas pausas são permitidas se justificadas pela composição musical.

Os movimentos da ginástica rítmica são variados e incluem equilíbrios, saltos, rolagens, balanços, arremessos, recepções (para si mesma ou para outra ginasta) e rotações.

As rotações podem incluir círculos, giros, ondulações e formas como moinhos, espirais e cobras (com a fita) ou o oito (com a corda). Todos os movimentos devem seguir o ritmo da música e integrar o aparelho escolhido.

Diferente da ginástica artística, a ginástica rítmica não inclui truques acrobáticos como saltos mortais e aéreos. A principal característica da ginástica rítmica é a harmonia entre os movimentos corporais e a música, sem a presença de acrobacias.

A música na Ginástica Rítmica

A música usada na ginástica rítmica pode ser produzida por um ou mais instrumentos ou até mesmo pela voz, desde que acompanhe o exercício de maneira clara e precisa. Todos os instrumentos são permitidos, desde que atendam às características necessárias para a apresentação.

Para os exercícios em equipe e individuais, é permitido utilizar música com voz e letra, respeitando a ética. Apenas um exercício em equipe e dois exercícios individuais podem ter música com vocal. O treinador deve indicar qual exercício usará música com voz e registrar essa informação na seção “declaração musical”.

Apresentação individual

Na ginástica rítmica individual, cada atleta usa um dos cinco aparelhos – corda, arco, bola, tacos ou fita – em uma apresentação que dura entre 1'15” e 1'30”.

A ginasta deve realizar uma série de movimentos corporais e de manipulação do aparelho, combinando conhecimento técnico e estético, sempre seguindo a base musical.

Embora a ordem dos elementos seja de escolha da atleta, o exercício deve ser organizado de maneira lógica e uniforme para criar uma composição coesa. Apenas os elementos reconhecidos e corretamente executados pelo júri influenciarão a nota final.

Apresentação em grupo

No programa de grupo, cinco ginastas realizam duas rotinas distintas. Na primeira, todas usam o mesmo aparelho, enquanto na segunda utilizam dois equipamentos diferentes.

A música e a coreografia são essenciais, com todas as apresentações seguindo a trilha sonora escolhida e permitindo apenas pequenas pausas. A coreografia gira em torno de um tema e inclui uma ampla gama de movimentos corporais e manipulação habilidosa dos aparelhos.

O exercício em equipe dura entre 2'15” e 2'30” e segue regras semelhantes às do programa individual, com a principal diferença sendo a necessidade de coordenação entre as cinco ginastas, que devem trocar objetos e executar movimentos sincronizados.

Onde acontece a Ginástica Rítmica?

As ginastas realizam seus exercícios sobre um tapete quadrado. O espaço que pode ser utilizado por uma ginasta mede 13 x 13 metros.

Qualquer saída do tapete por qualquer parte do corpo ou objeto é penalizada; porém, não há penalidade se o disparo ocorrer sem tocar o solo, ou se o item sair no tapete após o término do exercício e da música. O exercício deverá ser realizado em todo o tapete, ocupando toda a área.

Curiosidades sobre a Ginástica Rítmica

  • O esporte é praticado apenas por mulheres nas Olimpíadas;
  • Uma variação da Ginástica Artística para homens surgiu no Japão na década de 1970, diferente da categoria feminina que preza pela leveza e graciosidade, na versão masculina a prioridade é a força e a resistência;
  • Nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984, as atletas que mostrassem a alça do sutiã perdiam pontos. Logo depois essa regra foi abolida;
  • Cada atleta faz sua apresentação com um dos cinco aparelhos: arco, bola, corda, fita e maças. Nos Jogos Olímpicos, porém, são utilizados apenas quatro elementos;
  • Em todos os ciclos olímpicos, um aparelho é excluído das sequências;
  • A área de apresentação é de 13m x 13m;
  • A performance em conjunto, deve ter de 2min15s a 2min30s. Já no individual, um minuto a menos.

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