Conheça agora a história de Rafaela Silva, das maiores atletas do judô brasileiro na atualidade. Carregando no currículo inúmeras conquistas marcantes, a judoca brilhou nas Olimpíadas de Paris 2024 conquistando uma medalha de bronze por equipes mistas.
Do Rio de Janeiro, para os tatames internacionais, a carioca segue trilhando uma linda caminhada no judô, sendo exemplo para vários atletas que estão começando na modalidade.
Quer saber tudo sobre a carreira de Rafaela Silva? Abaixo, você poderá encontrar todas as informações detalhadas sobre sua trajetória, uma lista com suas conquistas, além principais curiosidades sobre a atleta!
Biografia de Rafaela Silva
Rafaela Lopes Silva nasceu no Rio de Janeiro, capital, em 24 de abril de 1992, na favela Cidade de Deus. Ela é uma das melhores judocas brasileiras em atividade, especialista na modalidade peso leve (até 57 kg).
Integrante das Forças Armadas, a carioca ocupa a função de terceiro sargento na Marinha e faz parte do Centro de Educação Física Almirante Nunes (CEFAN).
Ela entrou para a história ao se tornar a primeira brasileira campeã mundial de judô na categoria feminina. O título foi conquistado em 2013, no Rio de Janeiro.
Rafaela Silva realizou outra façanha em solo carioca: conquistou o ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016.
Ela também faturou o primeiro lugar no Pan-Americano 2019, no Peru, mas sua medalha foi invalidada. A PanAm Sports, organizadora do evento, confirmou a existência de uma substância ilícita no exame antidoping da atleta.
Em janeiro de 2020, foi anunciada a suspensão de Rafaela Silva por 2 anos. A punição impede que ela dispute os Jogos Olímpicos de Tóquio. Para ir à Olimpíada, a judoca recorreu à Corte Arbitral do Esporte (CAS), que é a última instância do direito desportivo mundial, porém sem sucesso.
Eu tenho convicção do que fiz e não me dopei”, disse Rafaela em entrevista para a Band.
Em 2022, a carioca retornou após dois anos de suspensão e conseguiu dar a volta por cima, Rafaela sagrou-se bicampeã mundial na categoria até 57kg.
Como Rafaela Silva começou no judô?
Rafaela Silva começou a praticar judô com apenas cinco anos de idade, em uma associação de moradores da favela. Algum tempo depois, em 2000, intensificou os treinamentos no Instituto Reação, projeto criado pelo ex-judoca e medalhista olímpico Flávio Canto.
Na época, a inscrição foi realizada pelos pais da garota: Luiz Carlos e Zenilda Silva. Segundo a própria atleta, foi uma forma de escapar das encrencas com as quais ela mesmo se evolvia nas ruas. Rafaela tinha um gênio forte e “peitava” qualquer um nas brigas.
A judoca foi treinada por Geraldo Bernardes, ex-técnico de Flávio Canto. Com o tempo, os seus resultados no esporte se tornaram cada vez mais notórios e a carioca começou a conquistar os primeiros títulos na carreira.
História de Rafaela Silva
Rafaela Silva acumulou resultados satisfatórios ainda adolescente. Seu primeiro título de grande cacife foi o Mundial Sub-20 em 2008, com apenas 16 anos de idade.
Em 2011, participou do seu primeiro Pan-Americano. O torneio foi realizado em Guadalajara, no México, e a atleta desbancou ninguém mais que Ketleyn Quadros, a primeira judoca medalhista olímpica da história do Brasil, para disputar a competição.
A carioca eliminou Joliane Melançon (Canadá) e Yadinis Amaris (Colômbia) antes de alcançar a grande final. No confronto valendo o título, perdeu para a cubana Yurisleidys Lupetey e ficou com a medalha de prata.
No mesmo ano, Rafaela protagonizou outra grande performance, desta vez, no Mundial em Paris. A judoca deixou para trás cinco competidoras e só foi parada na final contra a japonesa Aiko Sato, garantindo um histórico segundo lugar.
Depois de bater na trave duas vezes, o primeiro grande troféu de Rafaela Silva em torneios adultos ocorreu em 2013. Com campanha incontestável no Rio de Janeiro, a esportista foi a primeira brasileira a vencer o Mundial de Judô na história do campeonato.
No mesmo evento, a judoca ainda conquistou a medalha de prata na categoria “equipes”, que também contava com as atletas Erika Miranda, Katherine Campos, Maria Portela, Mayra Aguiar, Maria Suelen Altheman e Mariana Silva.
Dois anos depois, mais uma medalha no Pan-Americano. Rafaela ficou com o bronze no evento disputado no Canadá.
Em 2016, Rafaela Silva viveu o maior momento de sua carreira. Após bater Miryam Roper (Alemanha), Kim Jan-di (Coreia do Sul), Hedvig Karakas (Hungria) e Corina Căprioriu (Romênia), a brasileira derrubou Dorjsürengiin Sumiyaa (Mongólia) na final e alcançou o ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro!
A estrela do Brasil ainda cravaria o seu nome na história por mais uma vez em 2019, chegando ao primeiro lugar do Pan-Americano de Lima, no Peru. Rafaela, no entanto, teve a medalha de ouro revogada após realizar exames antidoping.
No ano de 2022, retornou finalmente de sua suspensão, em grande nível, Rafaela conseguiu ótimos resultados e sagrou-se bicampeã mundial. Já em 2023 voltou a figurar no topo do ranking após vencer o Grand Slam disputado na Turquia.
Ainda em 2023, Rafaela chegou como uma das grandes forças do Brasil para disputar o mundial de judô no Catar. No entanto, a judoca que era a atual vencedora de sua categoria, acabou decepcionando e perdendo na estreia do torneio.
Após a dolorosa derrota, Rafaela disse:
Ninguém quer perder, a gente sempre trabalha o melhor possível para ganhar. Fiz a melhor preparação e treinei muito bem até chegar aqui e ter um bom resultado. Mas não foi o que aconteceu. É levantar a cabeça e é isso. Rafaela Silva é isso: eu fui campeã olímpica e bicampeã mundial porque quando eu perdi eu não desisti”.
Mais recente, na Olimpíada de París 2024, a atleta não conseguiu ir bem no individual, mas conseguiu a medalha de bronze na competição por equipes mistas, medalha inédita para o Brasil.
Medalhas de Rafaela Silva
- Pan-Americano Guadalajara 2011 – até 57 kg (prata)
- Mundial de Judô 2011 – até 57 kg (prata)
- Mundial de Judô 2011 – equipes (prata)
- Mundial de Judô 2013 – até 57 kg (ouro)
- Mundial de Judô 2013 – equipes (prata)
- Jogos Mundiais Militares Mungyeong 2015 – até 57 kg (ouro)
- Jogos Mundiais Militares Mungyeong 2015 – equipes (ouro)
- Pan-Americano Toronto 2015 – até 57 kg (bronze)
- Olimpíada Rio 2016 – até 57 kg (ouro)
- Olimpíada Paris 2024 – Equipes mistas (bronze)
- Mundial de Judô 2017 – equipes mistas (prata)
- Mundial de Judô 2017 – equipes mistas (prata)
- Mundial de Judô 2019 – até 57 kg (bronze)
- Mundial de Judô 2019 – equipes mistas (bronze)
- Mundial de Judô 2022 – até 57 kg (ouro)
- Pan-Americano Santiago 2023 – até 57 kg (ouro)
- Pan-Americano Santiago 2015 – equipe mista (prata)
Doping de Rafaela Silva
Em 2019, Rafaela Silva conquistou a medalha de ouro no Pan-Americano do Peru, mas foi pega no exame antidoping algumas semanas depois. O título está temporariamente suspenso pela PanAm Sports, organizadora do evento.
De acordo com órgão, foi detectado na judoca a presença de fenoterol. A substância ilegal age como broncodilatador, ou seja, dilata os brônquios do tórax para facilitar a respiração.
A defesa de Rafaela Silva foi apresentada. De acordo com a atleta, a substância foi encontrada, pois ela visitou um bebê com asma na véspera da viagem para Lima. A criança em questão é filha de Flávia Rodrigues, outra judoca do Instituto Reação.
Rafaela não conseguiu provar que não teve culpa na contaminação, dessa forma recebeu a punição da Federação Internacional de Judô. Sendo suspensa por dois anos.
Em janeiro de 2020, foi anunciada oficialmente a suspensão de Rafaela Silva por 2 anos. A punição impede que ela dispute os Jogos Olímpicos de Tóquio. Para ir à Olimpíada, a judoca recorreu à Corte Arbitral do Esporte (CAS), porém sem sucesso, cumprindo assim sua suspensão.
Quando retornou em 2022, Rafaela mostrou que segue sendo uma judoca de elite. A brasileira disputou o campeonato mundial de judô no Uzbequistão e sagrou-se bicampeã na categoria até 57kg, na final, a carioca derrotou a japonesa Haruka Funakubo
Curiosidades de Rafaela Silva
Quando pequena, antes de se apaixonar pelo judô, Rafaela Silva gostava de praticar futebol. A falta de escolinhas para meninas na comunidade, no entanto, afastou a esportista dos gramados. Foi aí que as artes marciais entraram de vez na vida dela.
A carioca é irmã de Raquel Silva, também judoca. Elas foram matriculadas no Instituto Reação no mesmo ano! Devido a lesões e uma gravidez precoce, Raquel não teve uma carreira duradoura, mas desempenha papel muito importante na comissão brasileira. Formada em Educação Física, ela ajuda na preparação das atletas.
Em 2012, após ser eliminada precocemente dos Jogos Olímpicos de Londres por um golpe ilegal, viveu o momento mais difícil de sua carreira. No retorno ao Brasil, foi criticada por parte da torcida brasileira, pois era uma grande esperança de medalha na Inglaterra.
Alguns xingamentos na internet foram de cunho racista. Rafaela admitiu em entrevistas que quase pensou em desistir da carreira.
Em 2016, nos Jogos Olímpicos do Rio, gastou aproximadamente R$ 11 mil em ingressos para que familiares, amigos e companheiros de treino pudessem assisti-la.
No mesmo ano, foi eleita Melhor Atleta do Ano, Melhor Judoca do Ano e Atleta da Torcida no Prêmio Brasil Olímpico,
Rafaela é a única atleta do judô brasileiro – levando em consideração as categorias masculina e feminina – a ostentar medalhas de ouro tanto no Mundial quanto nos Jogos Olímpicos.
Seu retorno à uma grande competição aconteceu em 2022, e foi em grande estilo, Rafaela venceu pela segunda vez o campeonato mundial de judô na sua categoria.
Além disso, a atleta de quebra conseguiu mais uma medalha na Olimpíada de Paris 2024, na competição de equipes mistas, Rafaela Silva e seus companheiros conquistaram o bronze.
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Sou formado em jornalismo e escolhi fazer da minha paixão pelo esporte a minha profissão. Somo experiências em portais como PL Brasil, Minha Torcida, Futebol na Veia, entre outros.