A Seleção Brasileira feminina segue em busca da glória no Mundial de Vôlei 2025. Sob o comando de José Roberto Guimarães, o time tem enfrentado desafios estratégicos, especialmente na definição de suas opostas, que vêm sendo criticadas pelos fãs.

Em entrevista exclusiva ao Esportelândia, o técnico brasileiro Paulinho Milagres, que dirigiu a Seleção de Camarões no torneio, comentou sobre as opostas Rosamaria e Kisy, elogiou as escolhas de Zé Roberto e deu pistas do que espera para o futuro próximo da equipe.

O reconhecimento de Paulinho Milagres a Zé Roberto pelas escolhas de Rosamaria e Kisy

Comandando Camarões no Mundial, Paulinho Milagres teve somente 3 semanas para se preparar para o torneio em um grupo com Sérvia, Japão e Ucrânia, ou seja, duas favoritas ao título. Dessa forma, o treinador viu de perto a atuação da Seleção Brasileira de Zé Roberto e não escondeu a admiração pelo nível técnico das jogadoras brasileiras.

Fico muito satisfeito em ver Rosa e Kisy jogando. Porém, quando se joga muitas vezes e não se consegue vencer um adversário como a Itália, é óbvio que, estrategicamente, é preciso tentar algo diferente.

Sei que o Zé está o tempo todo pensando no que pode fazer para mudar. A questão já não é mais discutir a competência da Rosa ou da Kisy, que são extremamente competentes. Queria eu ter qualquer uma das duas no meu time, seja na seleção ou no clube.

A leitura tática do jogo contra a Turquia na VNL que pode ser espelho no Mundial

Milagres destacou a ousadia de Zé Roberto ao mudar a formação em um dos jogos mais duros da última VNL, quando colocou Gabi Guimarães de oposta juntamente com Júlia Bergmann Ana Cristina de ponteiras, dando trabalho à estrela da Turquia, Vargas.

O que Zé fez no jogo contra a Turquia na VNL foi ousado. Ele entrou com Ana Cristina, Júlia Bergmann e a Gabi como oposta. A Vargas teve que lidar com a Júlia e a Ana o tempo inteiro tocando na bola e dando mais contra-ataques. Gostei muito dessa formação.

Paulinho Milagres prega respeito máximo a Zé Roberto

Apesar de analisar as opções, o treinador fez questão de reforçar a confiança no trabalho de Zé Roberto Guimarães.

Sei é que o Zé conhece o time melhor do que ninguém — melhor do que eu ou qualquer treinador que queira criticá-lo. Seria muita pretensão e ousadia da minha parte fazer qualquer crítica. Tenho certeza de que ele tenta usar todas as armas e formações disponíveis.

Olhar para o futuro e a próxima Olimpíada

Pensando adiante, Milagres vê o Mundial como um laboratório importante para Los Angeles 2028.

Acredito que ele vai testar algo novo agora nesse Mundial e já está pensando, com certeza, na próxima Olimpíada. Não vai deixar acontecer de novo o que aconteceu. Confio muito que o Zé vai encontrar uma solução.

A nova geração pede passagem com Ana Cristina, Júlia Bergmann e Helena Wenk

Paulinho ainda comentou sobre o futuro do voleibol feminino no Brasil. Para ele, a Seleção tem muitas atletas com potencial para atingir níveis ainda mais altos, mas falta rodagem para algumas delas:

Você citou a Helena, mas há outras jogadoras chegando também. Tem muita menina nova com potencial, mas ainda precisam de rodagem para estarem prontas para jogos nesse nível — contra Itália, Turquia, Japão. Ainda precisam de tempo.

Quem são Rosamaria e Kisy na Seleção Brasileira?

Rosamaria Montibeller e Kisy Nascimento são as principais opostas da Seleção Brasileira. Ambas alternam como titulares sob o comando de Zé Roberto Guimarães, oferecendo potência ofensiva e consistência tática em momentos decisivos.

Por que Zé Roberto testou Gabi Guimarães como oposta na VNL?

A estratégia foi uma tentativa de equilibrar a recepção e desgastar o ataque adversário. Com Ana Cristina e Júlia Bergmann nas pontas e Gabi Guimarães deslocada para a saída, o Brasil ganhou mais volume de jogo contra a Turquia.

Qual é o peso da nova geração para o futuro do vôlei feminino?

Atletas como Helena Wenk, Júlia Bergmann, Ana Cristina e outras jovens talentosas estão em fase de amadurecimento. Ainda que precisem de rodagem, elas representam o futuro da Seleção, preparando terreno para os próximos ciclos olímpicos.

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Eric Filardi Content Coordinator

Coordenador do Esportelândia desde 2021, é jornalista pós-graduado em Jornalismo Esportivo. Autor do livro “Os Mestres do Espetáculo”, que está na biblioteca do Museu do Futebol de São Paulo. Passou por Jovem Pan, Futebol na Veia e PL Brasil.