Italo Ferreira é um dos maiores representantes de sua geração. O surfista de Baía Formosa, juntamente com Gabriel Medina e Filipe Toledo, lidera a talentosa e vitoriosa Brazilian Storm, que acumula cinco títulos mundiais.

A jornada de Italo até o topo do mundo foi longa. O potiguar alcançou a glória máxima na temporada de 2019, após uma intensa disputa contra Gabriel Medina, que se estendeu até a última bateria daquele ano.

Em 2021, Italo se tornou o primeiro campeão olímpico da história do surf, durante a estreia da modalidade nos jogos no Japão.

Italo Ferreira relembra jornada de superação no Japão

Italo Ferreira relembra assalto e jornada para chegar ao Isa Games no Japão
ISA/Jimenez

Ainda em 2019, a equipe brasileira se preparava para disputar a edição do ISA Games daquela temporada. O evento ocorreu no Japão e tinha grandes nomes confirmados, como Gabriel Medina, Filipe Toledo e Italo Ferreira.

No entanto, Italo enfrentou uma grande dificuldade para chegar ao país asiático. O surfista brasileiro foi assaltado nos Estados Unidos e perdeu todos os seus documentos alguns dias antes do início da competição.

A partir desse momento, o potiguar iniciou uma corrida contra o tempo para chegar ao evento em solo japonês. Em uma participação especial no último programa de Fausto Silva na Bandeirantes, Italo relembrou o perrengue:

Foi uma prova da minha fé. Eu fui almoçar antes de embarcar para o Japão e aí roubaram o carro, só que eu já estava sentindo alguma coisa, eu fui olhar o carro duas vezes: quando eu fui comer e voltei, eu vi o vidro estourado e não tinha mais nada.

Eu tinha só dois dias até começar o campeonato, então foi aquela maratona para tirar passaporte, tirar os vistos do Japão e do Estados Unidos.

Em seguida, Italo Ferreira compartilhou mais detalhes sobre a situação desafiadora e também revelou uma ajuda de Filipe Toledo:

Resumindo, deu tudo certo e eu estava no avião, chegaria algumas horas antes do campeonato e aí ocorreu uma tempestade no Japão e a gente teve que pousar em outra cidade e aí ficamos esperando mais uma hora.

Depois, tentaram outro voo, só que quando eu pousei a minha bateria já estava na água, 25 minutos. Eu deixei todas minha malas para trás e fui direto pro campeonato, já estava com uma bermuda jeans.

Liguei pro Filipe (Toledo) e falei me empresta uma prancha? Quando eu cheguei, faltava oito minutos para terminar, peguei a prancha do Filipe, coloquei a lycra e fui para água.

Por fim, Italo provou por que seu apelido é “o Brabo“:

Eu consegui me agilizar no meio dos três adversários que estavam na água, que já tinham notas e ondas já surfadas e eu só tinha oito minutos para tentar virar.

No final de tudo eu consegui graças a Deus fazer duas notas acima de oito, ganhei a bateria e aí eu tive a missão final de ganhar o campeonato e terminar aquela história da forma mais bonita possível”, contou Italo Ferreira para o apresentador Fausto Silva.