Em um momento de plena ascensão no fisiculturismo mundial, Ramon Dino mostrou, mais uma vez, que o caminho para o topo pode ser trilhado com disciplina, ética e autenticidade.

Em entrevista sincera ao canal do Coach Rubens Gomes, o atleta abordou temas delicados como o uso de hormônios, suas escolhas profissionais, rivalidades nacionais e os planos para conquistar o tão sonhado título do Mr. Olympia 2025.

Ramon Dino abre o jogo sobre saúde, rivalidades e sonho do título do Mr. Olympia

Ramon foi direto ao falar sobre o uso de recursos ergogênicos (hormônios) nas preparações. Ao contrário do que muitos imaginam sobre atletas de elite, ele afirmou que seu ciclo é muito mais limpo do que o padrão do esporte.

Hoje, se for preciso, eu faria, mas as nossas preparações a gente não usa quase nada (de hormônios). Então, seria uma surpresa ter muita coisa no jogo. Seria algo novo para mim, mas, se for pra comer pedra para ser campeão, a gente vai comer pedra.

Ele ainda reforçou que, por uma questão de saúde e experiências com amigos próximos, opta por manter o uso no mínimo necessário:

Se fosse uma questão de escolha e pela saúde eu escolheria não fazer (tomar muitos hormônios), porque já vi amigos meus partirem por causa disso. Mas nosso trabalho está indo muito bem e sem nenhum problema.

Genética, trabalho e 2% de hormônio

Ramon celebra o fato de conseguir se destacar mesmo com um uso moderado de hormônios. Segundo ele, isso prova o valor do trabalho duro e da genética privilegiada.

É a melhor coisa do mundo (ter uma genética privilegiada), porque mostramos o nosso trabalho com poucos ergogênicos. Eles são só 2% de toda a preparação.

A fase mais insana da preparação: cortar a água

Se existe um momento que todos os fisiculturistas temem, é o da desidratação extrema. E com Ramon não é diferente.

Quando você decide parar de beber água, é a finaleira ali, você fica louco. Vou debaixo do chuveiro tomar banho e fico com vontade de beber a água do chuveiro.

Os rivais brasileiros e o conselho ao Caike Pro

Quando questionado sobre seu maior rival nacional, Ramon foi democrático:

Não consigo colocar em escala, mas Livinho, Fábio Junio, Menegate, Zancanelli e o Caike também. Ele deve se destacar entre os melhores do Brasil.

Sobre Caike Pro, revelou que sempre o incentivou a mudar de categoria — e que ele talvez tenha demorado demais:

Falei muitas vezes pra ele mudar de categoria. Ele dizia que tinha que cumprir uma missão na Men’s. Não digo que perdeu tempo, mas, agora, com confiança, ele vai se destacar. A linha dele é perfeita.

Caike Pro pode vencer Ruff Diesel e Josema Beast?

Mesmo com pouca informação sobre a atual preparação de Caike, Ramon acredita que há potencial. Entretanto, não acredita que possa ser superado por nenhum brasileiro em 2025.

Tá um pouco cedo pra falar, mas pelo que ele (Caike Pro) anda mostrando, acho que sim (pode vencer o Pittsburgh Pro).

Esse ano, nenhum brasileiro pode me vencer. Baseando em tudo que a gente tá fazendo, acredito que não tem ninguém que possa me vencer.

Por que Ramon Dino recusou o convite de Cbum?

Chris Bumstead, lenda viva do fisiculturismo e múltiplo campeão do Mr. Olympia, teria convidado Ramon para integrar sua equipe. Mas o brasileiro recusou — e com razão.

Acho que influenciaria (2024 seria diferente), mas o que manda mesmo é como você se apresenta no palco. Eu preciso fazer a minha carreira, igual ele fez a dele. Não ser sombra dele, mas construir meu próprio legado.

Além disso, Ramon citou o vínculo com a Max Titanium como um fator decisivo:

Tenho amizade com os donos, é um trabalho familiar. Me sinto em casa. Com o Chris, seria um desafio e o inglês acabaria me atrasando. Com a Max, dei continuidade aos meus planos. Foi a melhor escolha que fiz.

Suporte psicológico e a mente de um campeão

Em busca da excelência total, Ramon revelou que começou a fazer acompanhamento psicológico — uma decisão que vem transformando sua rotina.

Já conseguimos notar respostas de alguns questionamentos, tanto pessoais quanto profissionais. Todo mundo deveria fazer. Dá muito certo.

O único rival no radar de Ramon Dino: Mike Sommerfeld

Mesmo tendo sido superado por Urs Kalecinski em 2024, Ramon acredita que o alemão Mike Sommerfeld é o único obstáculo real ao seu título.

A briga é com o Mike. Já vencemos ele várias vezes. Se a gente chegar na condição certa, acredito que nos destacamos de novo.

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Eric Filardi Content Coordinator

Coordenador do Esportelândia desde 2021, é jornalista pós-graduado em Jornalismo Esportivo. Autor do livro “Os Mestres do Espetáculo”, que está na biblioteca do Museu do Futebol de São Paulo. Passou por Jovem Pan, Futebol na Veia e PL Brasil.