O ciclismo BMX, uma das principais categorias do ciclismo, emergiu na Europa na década de 1950 e, desde então, se transformou em um esporte globalmente reconhecido, praticado em bicicletas especialmente projetadas para o efeito.

Além de suas várias modalidades, o BMX se desdobra em diferentes estilos e competições, cada um com suas características únicas. Se você ainda não está familiarizado com essas variações, não se preocupe—este artigo está aqui para esclarecer.

Aqui, exploraremos a fundo o ciclismo BMX, incluindo sua história e como as competições são realizadas nas Olimpíadas.

Ciclismo BMX
BMX é a sigla de uma das modalidades do ciclismo que se refere a Bicycle MotoCross (Reprodução / jeffzphoto)

O que é ciclismo BMX?

O termo BMX, que significa Bicycle MotoCross, se refere ao esporte que também é conhecido como BiciCross. No contexto olímpico, o BMX se divide em duas categorias distintas.

A primeira é o BMX Supercross, uma corrida tradicional com obstáculos desafiadores. A segunda é o BMX Freestyle, onde os atletas são avaliados com base na execução de manobras radicais e criativas com suas bicicletas.

Para ver o BMX Freestyle em ação e entender como os atletas se preparam para as competições, confira o vídeo abaixo com treinos dos atletas de Paris 2024.

História do ciclismo BMX

O ciclismo BMX nasceu da paixão de jovens norte-americanos pelo MotoCross, que, devido à falta de equipamentos profissionais, começou a ser praticado com bicicletas.

Em 1981, foi criada a Federação Internacional de BMX, e no ano seguinte, realizou-se o primeiro Campeonato Mundial da modalidade em Dayton, EUA.

As bicicletas usadas no BMX possuem rodas de aro 20”, uma marcha e um freio, elementos essenciais para a execução das manobras características do esporte.

O BMX Racing foi introduzido nos Jogos Olímpicos em Pequim 2008, e o BMX Freestyle fez sua estreia olímpica em Tóquio 2020, aumentando ainda mais a visibilidade do esporte.

Para entender a evolução do BMX no cenário olímpico, é essencial explorar sua trajetória e crescimento.

Ciclismo BMX
(Reprodução / jeffzphoto)

Como funciona o ciclismo BMX nas Olimpíadas?

O BMX Racing, que consiste em corridas, faz parte dos Jogos Olímpicos desde 2008, enquanto o BMX Freestyle, especificamente na modalidade Park, foi incluído no programa olímpico em 2020.

Embora ambas as modalidades do BMX sejam disputadas individualmente, elas diferem significativamente em formato e regras.

Neste artigo, detalharemos as regras específicas do BMX Racing e do BMX Freestyle nas Olimpíadas, elucidando como cada uma dessas modalidades é disputada.

Regras do ciclismo BMX (Racing) nas Olimpíadas

Nas Olimpíadas, o ciclismo BMX é disputado no formato “supercross”. Os competidores largam de uma plataforma com aproximadamente 10 metros de altura e enfrentam uma pista repleta de obstáculos até cruzar a linha de chegada.

A pista de BMX olímpica tem entre 300 e 400 metros de extensão e as corridas são realizadas de forma individual, com baterias de 8 atletas. O objetivo é claro: ser o primeiro a chegar ao fim.

Para as competições masculinas, cada país pode inscrever até três atletas, totalizando 36 competidores. No feminino, o limite é de duas atletas por país, reunindo 24 participantes.

Segundo as normas da União Ciclística Internacional (UCI), para competir nos Jogos Olímpicos, os ciclistas devem ter pelo menos 18 anos, possuir uma licença válida da federação nacional e acumular no mínimo 10 pontos no ranking individual da modalidade.

Anthony Jeanjean em ação nas Olimpíadas de Paris 2024 (Iconsport)
Anthony Jeanjean em ação nas Olimpíadas de Paris 2024 (Iconsport)

BMX Freestyle

O BMX Freestyle, uma modalidade radical do ciclismo, foi incluído no programa olímpico a partir dos Jogos de Tóquio 2020. O Comitê Olímpico Internacional (COI) justificou essa adição como uma estratégia para atrair o público jovem e adicionar um toque mais urbano aos Jogos Olímpicos.

Embora tenha entrado recentemente no calendário olímpico, o BMX Freestyle tem suas raízes na década de 1970, quando também chegou ao Brasil.

Na prática, os atletas utilizam bicicletas com aro 20″ para realizar manobras aéreas impressionantes, que incluem giros e saltos, desafiando a gravidade e exibindo uma habilidade técnica notável.

Ciclismo BMX Freestyle
Atleta se preparando para Paris 2024 (Reprodução/ snapsbymatth)

Modalidades do BMX Freestyle

No BMX Freestyle, há seis modalidades, confira todas abaixo:

  • Street;
  • Mini Ramp;
  • Dirt Jump;
  • Flatland;
  • Vertical;
  • Park.

Diante dessa divisão do ciclismo BMX Freestyle, o que difere um estilo do outro é o local e a forma de como são executadas as manobras. Entenda mais a seguir.

Dirt Jump 

O Dirt Jump é uma modalidade de BMX realizada em rampas de terra, que variam em altura e distância. Estas rampas podem ser únicas, em sequência dupla, ou configuradas em trilhas complexas conhecidas como trails.

Como o próprio nome sugere, a prática no terreno de lama e poeira resulta frequentemente em atletas bastante sujos ao final das competições.

Vertical

No BMX Freestyle Vertical, semelhante ao skate, os atletas utilizam rampas em formato de “U”, conhecidas como half pipes.

Essa modalidade é particularmente atraente para o público devido às suas manobras aéreas e à sua semelhança com esportes de ação, destacando-se pelo espetáculo visual e pela habilidade dos competidores.

Mini Ramp

O BMX Freestyle em Mini Ramp utiliza rampas menores e de menor altura do que as do Vertical. Nesta modalidade, os atletas realizam manobras nas bordas, combinadas com saltos e truques aéreos, geralmente sobre rampas de madeira.

Street

O BMX Freestyle Street, como o nome sugere, é praticado em ambientes urbanos ou pistas que replicam o cenário das ruas, incluindo corrimões, escadas e rampas variadas.

Para os familiarizados com o Skate Street ou modalidades semelhantes, o conceito será bem conhecido, envolvendo manobras sobre estruturas urbanas.

Flatland

O Flatland é uma modalidade de BMX Freestyle realizada no solo, sem o uso de rampas ou saltos. Considerado o estilo mais criativo e técnico, cada ciclista executa uma apresentação única, combinando equilíbrio, dificuldade e inovação.

O termo “Flatland” se traduz como “terra plana”, refletindo a natureza individualista e a prática sobre superfícies planas, onde os atletas criam e personalizam suas próprias manobras.

Park

A modalidade Park do BMX Freestyle é realizada em percursos fechados, como skateparks ou bikeparks, que apresentam uma variedade de obstáculos, incluindo rampas, bancadas, paredes e corrimões.

Esses ambientes são projetados para permitir aos ciclistas realizar manobras complexas e criativas, desafiando suas habilidades técnicas e estilo.

Regras do BMX Freestyle nas Olimpíadas

Das seis modalidades de BMX Freestyle, apenas o Park faz parte do programa olímpico, assemelhando-se ao Skate.

Nesta competição, os atletas enfrentam rampas com grandes transições e obstáculos, e o vencedor é definido com base na pontuação total.

Os ciclistas, tanto no masculino quanto no feminino, são avaliados por juízes que consideram a fluidez das manobras realizadas na pista, bem como a dificuldade, originalidade, estilo e execução de cada truque.

Cada competidor tem duas voltas de 1 minuto para impressionar os juízes, que atribuem notas de 0 a 100 pontos para cada volta. A soma das duas notas determina o vencedor.

Nas edições anteriores dos Jogos Olímpicos, nenhum atleta brasileiro conseguiu subir ao pódio no BMX Freestyle Park. No entanto, a expectativa é alta para a edição de Paris 2024, onde isso pode mudar.

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